Tradicionalmente, o planejamento de cenários de força de trabalho tem sido um exercício de foco externo para setores que adotaram uma visão de longo prazo, como petróleo e infraestrutura. Os demais setores têm sido capazes de se adaptar a novos modelos rapidamente quando necessário e de contratar novos talentos para criar a força de trabalho necessária para a mudança. Essa estratégia não funcionará por muito mais tempo. Para muitos, já não está funcionando, porque a escassez de competências é a maior dos últimos 12 anos e a futura força de trabalho não está à venda. ¹
O ManpowerGroup uniu forças com a MxD para olhar mais de perto o setor industrial, um dos quais cuja força de trabalho está sendo mais profundamente afetada pela digitização. Embora nossas descobertas sejam específicas para esse setor, a metodologia pode, e deve, ser replicada para qualquer setor.
Criamos a taxonomia de uma indústria do futuro, mapeando as sete áreas principais de uma organização típica – as quais chamamos de domínios – e previmos as necessidades futuras de cada uma. Não é uma ciência exata, mas fazer um exercício desse tipo demonstra que sabemos muito mais sobre o formato de nossa futura força de trabalho do que poderíamos imaginar. As empresas já estão elaborando sofisticados planos financeiros de três a cinco anos, cada um deles baseado em premissas operacionais complexas. Identificar a estratégia da força de trabalho é apenas uma dimensão – e bastante importante – por causa das forças que desafiam as estratégias tradicionais da força de trabalho:
- 16% das empresas atualmente esperam aumentar o número de colaboradores em TI, ampliando um gap já existente entre a oferta e a demanda dessa força de trabalho. Enquanto isso, 38% das organizações dizem que é difícil treinar as competências técnicas mais demandadas
- As empresas dizem que é ainda mais difícil treinar as soft skills, sendo que a demanda por elas também deve crescer em todos os setores – 26% nos EUA e 22% na Europa
- Dentro de cinco anos, a geração Millennial e a geração Z representarão mais de dois terços da força de trabalho global. A grande maioria dos trabalhadores – 87% – quer acordos de trabalho flexíveis, como contratos por projeto, de meio período e trabalho temporário. ²
Empresas de todos os tamanhos terão dificuldades por diferentes razões. Grandes empresas com significativas e imediatas necessidades de competências podem se encontrar em disputas acirradas pelos melhores talentos e, para evitar isso, precisarão investir mais tempo, recursos e focar em treinamento.
As empresas menores, menos capazes de arcar com custos altos de contratação ou treinamentos longos, precisarão planejar cuidadosamente e procurar ativamente permanecer à frente em relação ao mercado.
Nesse contexto, o planejamento de cenários da força de trabalho parece essencial para todo tipo de empreendimento.
Os trabalhos do futuro serão um mix de cargos e funções em constante desenvolvimento. Ao identificar 165 desses cargos no setor industrial, o ManpowerGroup está ajudando organizações a se prepararem para as futuras necessidades de crescimento. ³ Usando essa mesma metodologia – uma análise detalhada das funções e cargos esperados – as empresas de outros setores podem mapear suas futuras necessidades em relação à sua força de trabalho atual e começar a ajustá-la em tempo real por meio de capacitação, contratação ou terceirização. Nenhum setor está isento da revolução digital, mas todos eles são igualmente capazes de se preparar.
Fontes:
¹ ManpowerGroup: Pesquisa de Escassez de Talentos 2018
² ManpowerGroup: Procuram-se Humanos
³ ManpowerGroup: A Fábrica do Futuro
Artigo original disponível em: manpowergroup.com
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