Você já deve ter ouvido falar que a segunda-feira é considerada o “pior dia da semana” para grande parte das pessoas, não é mesmo? Seja esse o seu caso ou não, o fato é que um novo movimento tem ganhado força no mercado de trabalho por reduzir os sentimentos de ansiedade e estresse que geralmente acompanham esse dia: o Bare Minimum Monday.
Também conhecida como “segunda-feira mínima”, essa tendência viralizou recentemente no TikTok e vem sendo abraçada, principalmente, por um grupo de profissionais que deve representar 27% da força de trabalho até 2025: a Geração Z.
Para as equipes de Recursos Humanos, entender mais sobre o Bare Minimum Monday é sinônimo de compreender melhor o que esses talentos estão buscando e, assim, conseguir geri-los com mais eficiência. Por isso, te convidamos a seguir com a leitura deste artigo!
O que é o Bare Minimum Monday?
O Bare Minimum Monday, ou “segunda-feira mínima”, em português, é um movimento que surgiu a partir do relato pessoal de Maria Jo Mayes, criadora de conteúdo e fundadora de uma startup.
Em um vídeo publicado no início de 2023, a TikToker defendeu que fazer o mínimo durante a segunda-feira é uma forma de tornar esse dia mais leve e, assim, poupar energias para o restante da semana. Ela relatou, ainda, que começou a adotar a prática após sofrer um burnout, em 2020, e perceber que começava a se sentir ansiosa com o trabalho já no domingo.
Na prática, o Bare Minimum Monday foi a forma que Maria Jo Mayes encontrou para superar um ciclo de pressão, exaustão e esgotamento. A ideia é iniciar a semana priorizando o autocuidado e a saúde mental em vez de priorizar o “eu funcionário”.
Como a segunda-feira mínima funciona?
O objetivo do Bare Minimum Monday é ajudar o profissional a se concentrar apenas em tarefas essenciais na segunda-feira, para aliviar um pouco a tensão e permitir um início de semana mais tranquilo.
Embora existam muitas formas de colocar esse conceito em prática, listamos aqui o “passo a passo” apresentado por Maria Jo Mayes:
- escolher duas ou três tarefas mais importantes para completar na segunda-feira;
- evitar fazer reuniões ou checar o e-mail nas duas primeiras horas do dia;
- usar esse tempo para fazer aquilo que te faz bem, como ler um conteúdo novo.
Aqui, vale dizer que a própria criadora do movimento diz entender que a rotina que ela adota não funciona para qualquer pessoa. Atualmente, Mayes é autônoma, trabalha em casa e não tem filhos, o que certamente lhe garante mais flexibilidade.
Porém, para quem tem verdadeiro pavor de segunda-feira e deseja experimentar o Bare Minimum Monday, ela aconselha a começar refletindo sobre as expectativas irrealistas que geralmente estabelecemos no início da semana.
Por que o Bare Minimum Monday está fazendo tanto sucesso?
Desde que o movimento surgiu, a #bareminimummonday já ultrapassou 2 milhões de visualizações no TikTok — rede social com a Geração Z como público-alvo, ou seja, as pessoas nascidas entre a metade da década de 1990 e o ano de 2010. Mas como explicar o motivo por trás de tanto sucesso?
Em primeiro lugar, é impossível ignorar a má reputação que a segunda-feira ganhou ao longo dos anos: um estudo feito pela YouGov em 2021, por exemplo, mostrou que 60% dos norte-americanos consideram esse dia da semana como o que eles menos gostam.
Entre as razões que tornam esse dia mentalmente mais difícil para algumas pessoas, destaca-se o cansaço acumulado do fim de semana, a insatisfação com o trabalho atual e as alterações no relógio biológico.
Seja qual for o motivo, um estudo da Flomax Relief mostrou que as pessoas tendem a passar 34 minutos reclamando na manhã de segunda-feira, em comparação com apenas 22 minutos durante os outros dias.
Para além dessa relação conflituosa com o começo da semana útil, outro fenômeno ajuda a explicar o sucesso do Bare Minimum Monday: os trabalhadores da Geração Z estão trazendo consigo demandas bem específicas sobre o que esperam de seus empregadores, como mostramos no Relatório de Tendências 2023: A Nova Era do Potencial Humano.
Além da forte preocupação com as pautas de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento, os profissionais mais jovens também estão demonstrando que querem mais equilíbrio entre as demandas do trabalho e o tempo disponível para descanso e lazer.
Inclusive, algumas pesquisas já indicam que a mudança para uma semana de trabalho com quatro dias pode impulsionar a produtividade, aumentar o bem-estar do time, atrair e reter talentos e estimular a criação de empregos.
QUIET QUITTING E BARE MINIMUM MONDAY: DOIS LADOS DA MESMA MOEDA
Se você acompanha as tendências do mundo do trabalho de perto, provavelmente se lembrou do Quiet Quietting ao ler mais sobre o Bare Minimum Monday. Afinal, embora sejam movimentos distintos, eles compartilham algo que já mencionamos: a busca crescente por harmonia entre vida pessoal e profissional.
Apenas para relembrar, o Quiet Quitting — ou demissão silenciosa — se pauta na ideia de que “ir além do trabalho” é algo que precisa ser abandonado. Porém, muito mais do que defender a entrega do mínimo necessário, esse é um conceito que evidencia como os colaboradores percebem e se relacionam com seus gestores.
O fato é que tanto o Quiet Quitting quanto a segunda-feira mínima trazem oportunidades valiosas para as empresas refletirem sobre o tipo de relação que vêm construindo com suas equipes e sobre como a gestão de talentos está sendo conduzida.
Para criar um time bem-sucedido, torna-se claro que é preciso olhar, cada vez mais, para os propósitos de vida e carreira dos colaboradores, e entender de que forma a organização pode contribuir para haver conexão entre as expectativas deles e os objetivos do negócio.
Se esse conteúdo foi interessante para você, podemos indicar outro artigo: Quiet Hiring: conheça a nova tendência de seleção de talentos. Aproveite para conferir!