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Para desenvolver o setor tech, precisamos preencher a lacuna de gênero

7 min de leitura

Publicado em 09/03/23

Atualizado em Novembro 21, 2023

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A indústria de tecnologia enfrenta um grande desafio. Apesar de crescer rapidamente nos últimos anos, e apenas acelerar por conta da pandemia, a participação das mulheres no setor de tecnologia continua desproporcional em comparação aos homens.  

De acordo com projeções da Gartner, os gastos mundiais com TI devem totalizar US$ 4,6 trilhões em 2023 — um aumento de 5,1% em relação ao ano de 2022. No entanto, as mulheres representam apenas 28% da força de trabalho da indústria de tecnologia, e apenas 14% das pessoas engenheiras de software. 

Essa disparidade ocorre mesmo com a crescente demanda por talentos tech. Conforme a última Pesquisa de Escassez de Talentos do ManpowerGroup, 78% dos empregadores na indústria de tecnologia relatam não conseguir encontrar o talento de que precisam.  

E, muitas vezes, esse segmento se concentra apenas nas habilidades técnicas, quando outras soft skills, incluindo pensamento crítico, raciocínio, criatividade e mais, são igualmente importantes.  

Com a crescente demanda por profissionais de TI, por que não conseguimos inserir mais mulheres na indústria? Megan Smith, ex-diretora de tecnologia dos EUA, tem uma sugestão: “precisamos mudar a narrativa em torno das mulheres na tecnologia de escassez para abundância”, diz Smith. “Não faltam mulheres talentosas, apenas faltam oportunidades e apoio.” 

O caminho é investir em educação, experiência e exposição 

As mulheres precisam de mais apoio e recursos para o desenvolvimento de suas carreiras. As empresas devem investir em programas de treinamento e orientação voltados para as suas colaboradoras, e fornecer a elas as oportunidades de networking e aprendizado de que precisam para progredir. 

No painel de discussão sobre Mulheres no Mundo do Trabalho Pós-Pandêmico, que aconteceu em Davos durante o Fórum Econômico Mundial 2023, a Diretora Comercial do ManpowerGroup e Presidente para a América do Norte, Becky Frankiewicz, disse que se chamarmos isso de orientação, patrocínio, ou mesmo amizade, torna-se crítico para o apoio às mulheres. 

“Eu fui como uma benfeitora de muitas, muitas mulheres e homens que investiram em mim, que apostaram em mim, que viram coisas que eu não via em mim mesma", diz Frankiewicz. "Fomos convidados recentemente, por nossa equipe de liderança, a refletir sobre o último ano e sobre quais de nossas realizações traziam mais orgulho. Sem pensar eu disse: 'Permitir que uma equipe alcance coisas que ela não sabia que poderia' porque, para mim, é isso que nos ajuda a desbloquear em nós mesmas coisas que não vemos.” 

Soluções para preencher a lacuna da diversidade de gênero

Alcançar a equidade de gênero no setor de tecnologia é crucial não apenas para criar uma força de trabalho mais diversificada e inclusiva, mas também para promover a inovação e impulsionar o crescimento econômico.  

A seguir, destacamos algumas estratégias que podem preencher a lacuna da escassez e acelerar o caminho para a equidade: 

LIDAR COM PRECONCEITOS NA CONTRATAÇÃO 

Uma das barreiras significativas para alcançar a equidade de gênero no setor de tecnologia são as práticas de contratação tendenciosas. Preconceitos inconscientes podem impedir que mulheres sejam contratadas, promovidas e até mesmo reconhecidas por seu trabalho.  

Para combater este cenário, as empresas devem implementar certas estratégias, como a triagem cega, usando linguagem neutra em termos de gênero nas descrições de vagas e utilizando diversos painéis de contratação para eliminar preconceitos. 

OFERECER OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL 

As oportunidades de desenvolvimento profissional podem ajudar as mulheres na indústria de tecnologia a obter as habilidades, o conhecimento e a experiência necessários para progredir em suas carreiras. As empresas podem fornecer treinamento, orientação e oportunidades de networking. 

APOIAR O EQUILÍBRIO ENTRE VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL 

A indústria tech é conhecida por suas longas horas de trabalho e uma cultura organizacional bastante intensa, o que pode dificultar para que mulheres e homens equilibrem as tarefas e as responsabilidades familiares.  

As empresas, portanto, devem fornecer acordos de trabalho flexíveis, como opções de atuar em casa, durante meio período ou ter horas reduzidas e políticas generosas de licença parental, para ajudar as colaboradoras a alcançar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. 

CRIAR UMA CULTURA DE TRABALHO SOLIDÁRIA E INCLUSIVA 

As empresas precisam criar uma cultura de trabalho mais solidária e inclusiva, que valorize a diversidade e promova a colaboração. Isso pode ser alcançado por meio de iniciativas, como grupos de afinidade para funcionários, treinamentos em diversidade e inclusão e políticas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, como citamos anteriormente, e suporte à saúde mental.  

CESSAR A DISPARIDADE SALARIAL ENTRE GÊNEROS 

A disparidade salarial entre gêneros é um problema persistente na indústria de tecnologia e em muitas outras. Para resolver, as empresas devem realizar auditorias salariais regularmente e garantir que as mulheres sejam pagas de forma justa e equitativa. Além disso, as organizações podem tratar com transparência os pagamentos e as promoções, apresentando diretrizes descomplicadas sobre como essas decisões são tomadas. 

AUMENTAR A DIVERSIDADE AO FORNECER ACESSO À TECNOLOGIA DIGITAL 

Em países em desenvolvimento e em comunidades de baixa renda nos países desenvolvidos, o acesso à tecnologia costuma ser limitado, criando uma divisão digital. Como resultado, as mulheres dessas regiões acabando não conseguindo participar plenamente da tecnologia, limitando suas oportunidades de educação e crescimento econômico.  

Ao oferecer computadores e outros equipamentos e acesso à internet, mais mulheres poderão começar com programas STEM (acrônimo em inglês, representa um sistema de aprendizado nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e terão outros recursos para buscar educação ou oportunidades para uma carreira profissional. 

Para concluir 

Não existe uma solução única para este problema. Mas o que não podemos é aceitar o status quo e esperar que as coisas se resolvam por elas mesmas. A hora da ação é agora. Agindo, podemos criar uma cultura mais inclusiva e acolhedora, proporcionando acesso à educação e capacitando as mulheres para se tornarem lideranças e referências. 

Ao fazer isso, não apenas estaremos ajudando meninas e mulheres, mas também poderemos melhorar a indústria de tecnologia, tornando-a mais justa, equitativa e sustentável simultaneamente. 

Confira a publicação original clicando aqui. 

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