Enquanto alguns líderes desejam a presença de suas equipes no escritório, trabalhadores não querem abrir mão da flexibilidade do trabalho remoto, perseguindo o equilíbrio entre vida pessoal e profissional mais do que nunca. Encontrar sinergia entre as partes é um desafio possível de ser superado, se houver planejamento, escuta e responsabilidade.
Como grupo líder em soluções de Recursos Humanos, nesses dois últimos anos de profunda reconfiguração no mundo do trabalho, acompanhamos as rupturas, investigamos o contexto - refletido em nossas diversas pesquisas - e apoiamos empresas a abraçar as mudanças provocadas pela aceleração irreversível da transformação digital.
Com isso, tivemos muitas descobertas, aprendizados e também confirmações. Para 2022, reunimos os insights de nossos estudos com a experiência e a vivência de nossas equipes, especialmente de Talent Solutions, para criar este conteúdo completo sobre como o home office e o trabalho híbrido não indicam somente de onde estaremos trabalhando, mas como poderemos fazer isso dar certo - para todos.
Não só a forma como trabalhamos mudou, mas a forma como nos relacionamos, nos comunicamos, compramos e vendemos produtos e soluções. Resumidamente, a forma como vivemos mudou - e muito! O grande desafio é responder essa pergunta: como unir o melhor da tecnologia, da inovação, do digital ao melhor da capacidade humana, gerando, assim, maior sustentabilidade, crescimento e negócios e pessoas mais saudáveis? Milena Pacheco | Consultora de Carreira e Desenvolvimento de Talento da Talent Solutions Right Management |
Neste conteúdo, Líderes e profissionais de RH encontrarão uma série de direcionamentos que abrem espaço para conversas internas a respeito de Liderança Digital e auxiliam no desenho de estratégias organizacionais mais sustentáveis. Já os colaboradores e as colaboradoras terão orientações sobre como extrair o melhor do trabalho remoto, preservando a saúde mental e potencializando o desempenho.
Aproveite a leitura e compartilhe com seus colegas, gestores e pares.
Clique no play para conferir a versão em podcast deste conteúdo!
1. Entendendo conceitos: o que é home office, officeless,
trabalho híbrido?
Apesar de estarmos vivenciando certas experiências para além do formato presencial, existem distinções e características entre modelos de trabalho que precisam ficar claras. Vamos lá!
O que é home office?
O termo “home office”, em inglês, significa “escritório em casa”: um modelo em que as pessoas têm estrutura adequada para trabalhar a partir de suas residências. Entre as variações, podemos encontrar também referência ao teletrabalho, trabalho remoto ou ainda anywhere office (escritório em qualquer lugar, em tradução livre) que expandem a ideia de flexibilidade do “onde” trabalhar: coworking, cafeterias, hotéis, por exemplo.
O que significa officeless?
Outro conceito que você pode encontrar é o officeless (sem escritório, em tradução livre). Essa expressão abrange uma nova mentalidade para o trabalho baseada em três valores fundamentais: propósito, confiança e autonomia. Isso significa não apenas poder trabalhar de qualquer lugar, mas uma mudança de abordagem na relação entre gestores e equipes, na qual as pessoas podem organizar suas agendas, como executam as suas tarefas e também o local de trabalho.
O que é trabalho híbrido?
Por fim, o trabalho híbrido é aquele que combina a modalidade remota e presencial, com foco em proporcionar flexibilidade para as pessoas. Por representar uma dinâmica inovadora diante do que vivemos antes da pandemia, coloca a cultura, os processos, as estruturas, os recursos, a gestão e as conexões em novas perspectivas. Por isso mesmo, torná-lo uma realidade próspera requer estudo e empenho.
2. O PANORAMA DO HOME OFFICE E DO TRABALHO HÍBRIDO ATÉ AQUI
Relembre o ano de 2019. Provavelmente, você estava trabalhando em um prédio comercial ou em uma sala corporativa. Bom, se já estava no formato home office, saiba que você era parte de apenas 15% das pessoas no mundo que atuavam nesse modelo antes da pandemia da COVID-19, de acordo com a consultoria Deloitte.
É claro que, para a maioria das pessoas, especialmente no Brasil, que estão na linha de frente (atendimento de saúde, comércio, fábricas), o trabalho à distância não é uma realidade. Mas o fato é que o mito em torno do home office e do trabalho remoto - sendo a falta de produtividade o maior temor das empresas - caiu por terra e, ainda que imposto em um primeiro momento, o modelo representou uma grande disrupção.
Como o trabalho híbrido e o home office afetaram a vida das pessoas e mudaram as prioridades?
Para as pessoas, os impactos foram grandes. Vidas pessoal e profissional se fundiram do dia para a noite. Reuniões com barulhos da casa, da rua, participação especial dos filhos e pets se tornaram comuns! Encontros virtuais um atrás do outro, mensagens e imprevistos interrompendo a concentração. Mães especialmente sobrecarregadas em administrar casa, trabalho, crianças. Colaboradores sem acesso a internet de qualidade, sem espaço e móveis adequados para uma boa performance. Por outro lado, economia de tempo, sem o estresse do deslocamento (particularmente em grandes centros urbanos), e de dinheiro, mais possibilidades de resolver questões pessoais no dia a dia e mais proximidade com a família representaram ganhos importantes dos quais, inclusive, não se quer abrir mão.
Fonte: O que os trabalhadores querem, 2020, ManpowerGroup
Em nossas pesquisas, fica cada vez mais evidente que o equilíbrio e o bem-estar físico e psicológico estão entre as prioridades das pessoas em suas decisões profissionais. Por isso, ainda que os índices de produtividade em home office relatados pelos trabalhadores brasileiros (58% se dizem significativamente mais produtivos, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, em meados de 2021) seja considerável, isso vem acompanhado de excesso de horas de trabalho, o que, muitas vezes, leva ao burnout. Evidente aqui a necessidade de não permitir que o futuro do trabalho seja mascarado por uma produtividade sem saúde.
Fonte: Escassez de Talentos, 2020, ManpowerGroup
Os trabalhadores estão priorizando equilíbrio e escolha, e isso não é negociável. As pessoas querem escolher onde, quando e como trabalhar, e isso não significa millennials logados em cafeterias. Eles querem o aspecto social do trabalho junto com a flexibilidade para acomodar as demandas de suas vidas, o compartilhamento do cuidado e o desejo de aumentar seu bem-estar.
Mesmo com os desafios de trabalhar em casa ou de não estar no escritório integralmente, uma palavra resume bem a preferência dos profissionais pelo modelo remoto: flexibilidade.
Esse é um dos motivos que formaram a chamada “Grande Renúncia” (Great Resignation, em inglês), uma onda de demissões provocadas pela busca de melhores condições de trabalho, saúde mental e qualidade de vida. Nos Estados Unidos, o fenômeno tem sido observado com mais clareza: a grande oferta de vagas e tais necessidades acarretaram mais de 4 milhões de desligamentos por mês, em 2021.
Ainda em um contexto global, uma pesquisa da plataforma Slack mostra a divergência entre os desejos de gestores e colaboradores: 44% dos chefes gostariam de voltar a trabalhar todos os dias de forma presencial. Enquanto isso, só 17% dos outros profissionais têm esse desejo. Essa é a distância que realmente importa quando falamos do mundo do trabalho.
E no Brasil, como está o cenário do home office e do trabalho remoto?
Por aqui, é importante dizer que o home office é um privilégio para algumas pessoas. No país, cerca de 10% das pessoas adotaram esse formato, de acordo com dados recentes da Fundação Getúlio Vargas.
Em relação aos anseios dos profissionais brasileiros, a pesquisa da FGV Ibre, feita em setembro de 2021, mostra que 37,5% responderam que gostariam de trabalhar remotamente “5 ou mais dias por semana”. Porém, quando questionados “Depois da pandemia, com que frequência você acredita que seu empregador planeja que você trabalhe remoto?”, a maior parte (27%) respondeu “nenhum dia”. As escalas das respostas partiam de “nenhum dia” até “5 dias ou mais por semana”. Há, assim, indicativos de que, por aqui, empregadores e colaboradores podem estar em caminhos diferentes.
Muito além do modelo: qual o impacto do home office e do trabalho remoto para as empresas?
Do ponto de vista das organizações, novos modelos de trabalho geram impacto em muitas dimensões, não somente pelas demandas e necessidades dos profissionais, mas também pelo cruzamento com a revolução 4.0 e a economia gig. O chamado vem em alto e bom som: a necessidade de repensar estratégias, digitizar processos e soluções, além de olhar para além do modelo tradicional de atração, retenção e desenvolvimento de talentos.
Nesse período, as empresas até puderam se beneficiar da redução de custos com escritórios, mas encontraram questões mais estratégicas para lidar, como se perguntar “a cultura da minha empresa está alinhada com o que as pessoas querem e com o que o mundo precisa?”. Além disso, estamos diante do maior nível de escassez de talentos dos últimos anos e preencher as lacunas de competências para a era digital fica cada vez mais desafiador, em um momento em que habilidades humanas e tecnológicas estão em ascensão.
Diante de uma nova consciência dos trabalhadores, do avanço da transformação digital e das incertezas sobre o que vem pela frente, é hora de as empresas estarem mais atentas ao fato de que o modelo remoto não é apenas provisório, mas faz parte de um novo jeito de se pensar o trabalho - e os negócios.
Para isso, no entanto, precisam desenhar cuidadosamente suas estratégias para o trabalho híbrido ou remoto. Repensar o papel do ambiente físico, a cultura; acolher as necessidades dos trabalhadores, inclusive em suas diferentes realidades; e preparar líderes e gestores são o primeiro passo para a empreitada.
Siga a leitura para saber como fazer isso.
3. O HOME OFFICE, O TRABALHO REMOTO E HÍBRIDO EXIGEM QUEBRA DE PARADIGMAS NAS EMPRESAS
Reimaginar o modelo de trabalho é reimaginar também a força de trabalho. Para as organizações, isso “ataca” questões centrais - talvez daí a resistência de alguns gestores e líderes em avançar para o modelo remoto e híbrido. Para auxiliar as empresas nesse momento, trazemos como base o nosso estudo “Where will work be done?” (“Onde o trabalho será feito?”, em português), compartilhando com você questões que atravessam esse novo estágio do mundo do trabalho e, na sequência, elaborando orientações para que as empresas encontrem convergência entre as expectativas dos profissionais, a era digital e a sustentabilidade dos negócios.
Os desafios de líderes, do RH e dos negócios para o trabalho híbrido
Como vimos, o local do trabalho reverbera em muitas outras camadas da organização. Em relação aos desafios do modelo híbrido, nossa pesquisa global aponta que as principais preocupações são manter o engajamento e preservar a cultura organizacional. Isso faz sentido para você e para a sua empresa?
Desafios do modelo híbrido de trabalho:
Decisões inteligentes em torno desses aspectos levam as empresas para o Grande Despertar - uma outra perspectiva para o fenômeno da Grande Renúncia.
Isso porque as organizações que estiverem conscientes da importância de remodelar o negócio a partir dos movimentos atuais sairão na frente. Veja alguns caminhos que indicamos.
Estratégias para sua empresa implementar e efetivar a transição para o modelo híbrido e remoto
Os dois anos de pandemia trouxeram muitas certezas sobre no que focar quando falamos de desenvolvimento de talentos e negócios: ajudar líderes a andar de mãos dadas com a transformação e saúde mental dos colaboradores, mas o como ainda é a grande dor dos nossos clientes. Milena Pacheco |Consultora de Carreira e Desenvolvimento de Talento da Talent Solutions Right Management |
Em conversas e parcerias com nossos clientes, observamos que essas preocupações já fazem parte das discussões entre líderes e profissionais de RH. Está se formando um olhar atento ao que emerge com as rupturas do mundo do trabalho, mas o “como” ainda é o grande “x” da questão. Por isso, separamos aqui direcionamentos que podem apoiar você nesse processo de planejamento e implementação do trabalho remoto e híbrido. Confira!
No trabalho híbrido e remoto, a força de trabalho passa a ser global e distribuída
Com a difusão da força de trabalho, podemos dizer que, a partir de agora, ela será global e distribuída. Global porque a aquisição de talentos se torna possível de acontecer de e em qualquer lugar. Diante da escassez de talentos, o rompimento com a barreira geográfica se torna uma vantagem. E, aos poucos, os RHs estão percebendo isso: na pesquisa, 15% disseram que o impacto do trabalho remoto melhorou significativamente as oportunidades de contratação.
Fonte: Future of Work Series: Reimagining Workforce and Workplace Mechanics - Where will work be done?
É claro que, para isso, uma estratégia robusta deve ser definida. O primeiro passo é que lideranças e profissionais de RH tracem um panorama das habilidades necessárias para a organização no curto e no longo prazo, considerando o setor de atuação e as perspectivas possíveis para o mercado. Então, onde encontrar esses talentos? Identificar locais-chave para que a atração e a seleção aconteçam potencializa a estratégia e direciona os recursos.
Por fim, mas não menos importante, é preciso elaborar uma proposta de valor que faça sentido para os talentos diversos. Cada local tem sua cultura, seus valores e suas percepções sobre a realidade, portanto, é fundamental ter um EVP (Employee Value Proposition) condizente com esses pontos. A cultura da empresa também deve estar preparada para a pluralidade, focando em iniciativas de inclusão e pertencimento - mais adiante, veremos como realizar o onboarding e a integração entre colaboradores no formato remoto. Continue com a gente!
No quesito distribuição, o que acontece é que o trabalho não é mais centralizado em escritórios, passando a ser fluido entre o remoto e o presencial. É neste tópico que residem desafios ainda presentes no dia a dia das empresas, pois tocam na implementação de uma nova dinâmica - de processos a relações. Como ser um bom líder no modelo home office? Como integrar novos colaboradores no onboarding remoto? Como manter o engajamento e o bem-estar no trabalho híbrido? Essas são algumas perguntas que estão na mente de gestores e profissionais de RH.
A seguir, veremos alguns dos principais pilares para sua empresa atuar com a força de trabalho distribuída.
I. Estruturas e modelo no trabalho híbrido
Fatores estruturais são os responsáveis por sustentar o modelo remoto de trabalho e criar consistência com o tempo: questões legais e jurídicas, suporte tecnológico, segurança de dados, níveis de colaboração para cada tipo de trabalho - quais são mais ou menos possíveis de serem feitos remotamente? Para os mais complexos, o que é preciso para se tornar viável? Para os que não o são, como serão realizados e oferecidos? Esses são alguns dos pontos a serem analisados. De qualquer forma, você pode - e deve - pensar nesse processo por fases e avançar conforme essa estrutura for se tornando mais ampla e firme.
Ainda pensando no “esqueleto” do trabalho híbrido, é importante que sua organização entenda o contexto do negócio e quais as expectativas dos colaboradores para definir o modelo mais adequado.
Para aquelas funções que não podem ser desempenhadas remotamente, oferecer flexibilidade em horários de entrada e saída ou ainda uma jornada semanal menor, podem ser soluções para que todos tenham acesso a uma dinâmica mais maleável. Vale destacar, inclusive, que este tipo de escala com 4 dias na semana já é uma realidade em alguns países, como Islândia e Japão, com resultados positivos.
Como vimos, o paradigma de horário também deve ser rompido em breve (43% dos trabalhadores acreditam que este momento marca o final do modelo de trabalho no escritório, das 9h às 18h). Então, esse pode ser um próximo passo para as suas estratégias!
II. Gestão no modelo de trabalho híbrido e Liderança Digital
Chegamos a uma questão central para o trabalho remoto e híbrido funcionar. Assim como as empresas estão ressignificando o seu papel no mundo, líderes e gestores estão sendo provocados a rever sua função, suas habilidades e suas responsabilidades para com os negócios e pessoas.
Voltemos um pouco no tempo. Durante os últimos dois anos, muitos casos de vigilância do trabalho foram relatados, movidos por uma grande insegurança das empresas e líderes em saber se os colaboradores estavam, de fato, trabalhando e produzindo, mesmo à distância. Uma empresa global de tecnologia, por exemplo, criou um software para monitorar as pessoas, o tempo que estavam no computador, os e-mails enviados, câmeras desligadas etc. A repercussão foi tão negativa que a empresa decidiu voltar atrás. Esse episódio ilustra pontos que precisam urgentemente serem dissolvidos para que o trabalho híbrido saudável aconteça: a ideia de comando que até aqui guiou os gestores; e o significado do que é produtividade.
As lideranças devem enxergar o seu papel em uma organização como o de uma pessoa lidando com outras pessoas e guiando-as para um objetivo em comum. Wilma Dal Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas do ManpowerGroup Brasil |
Líderes do presente e do futuro não são mais chefes. São facilitadores, sejam no nível C-Level ou enquanto gestores e gestoras de equipes. Nessa cadeira, precisam sair da mentalidade de microgerenciamento e de controle para agir como potencializadores. Conhecer sobre pessoas é o cerne para essa atuação. Quem está na equipe? Quais são os objetivos de cada um e cada uma? Quais as dores dos colaboradores? Quais competências precisam e desejam desenvolver? Ter essa visão clara exige habilidades essencialmente humanas - colaboração, escuta ativa, empatia, comunicação.
O foco da liderança, então, passa a estar direcionado aos resultados e não à execução do trabalho. Para isso, os objetivos devem ser claros para as equipes na mesma medida em que líderes proporcionam autonomia para que as pessoas possam persegui-los. Isso nos leva a rever também o sentido de produtividade: é mais inteligente e saudável trabalhar a responsabilização (accountability) das pessoas do que sobrecarregá-las de tarefas e cobranças. A lógica de “quanto mais horas trabalhadas, mais exemplar e efetivo é o ou a profissional” está ultrapassada.
Líderes precisam ajudar as pessoas a acompanhar a transformação digital
Navegar no trabalho híbrido e remoto também requer conduzir pessoas através da transformação digital. Segundo estudo do MIT Sloan Review, há um despreparo das lideranças em habilidades digitais necessárias para este momento e além: 80% dos entrevistados acreditam que empresas precisam de líderes digitais, mas apenas 40% afirmam que a organização tenha tal perfil de líder ou estrutura para desenvolvê-lo.
Considerando que a digitização do trabalho avança, especialmente para funções operacionais e mecânicas, gestores e líderes devem preparar a força de trabalho para este cenário, mirando a aprendizagem contínua de competências requisitadas para que as pessoas mantenham seus empregos e para que os negócios sigam prosperando.
Somando anos de expertise na área de desenvolvimento humano com nossas pesquisas globais sobre mundo do trabalho, entendemos que para andar de mãos dadas com a transformação, as principais competências para o desenvolvimento dos Líderes Digitais devem ser:
Então, se você se pergunta “Como ser um bom líder no trabalho remoto?”, lembre-se de que isso está associado a uma reformulação mais profunda sobre gestão de pessoas. Líderes digitais são capazes de abraçar a transformação e impulsionar pessoas, engajando-as e transmitindo, no dia a dia, a cultura da empresa, mesmo que as equipes estejam em diferentes locais do mapa.
Sua organização precisa de apoio para desenvolver as lideranças e criar um pipeline para o futuro?
III. Integração e onboarding no trabalho remoto
Conectada ao item acima está a missão de gerar e fortalecer o senso de pertencimento das pessoas com a organização - uma tarefa compartilhada entre gestores, líderes e RH. No contexto do trabalho remoto e híbrido é fundamental planejar esses pilares do employee experience (experiência do colaborador) desde o momento zero, se possível, antes mesmo do primeiro dia.
Empresas em estágios mais avançados investem em programas de treinamento pré-contratação e pós-contratação para garantir as habilidades necessárias para a função, o que, por sua vez, promove uma percepção positiva por parte dos profissionais. Além disso, encaram a recepção e a integração como fatores decisivos para o sucesso da parceria.
Mas como fazer o onboarding no trabalho remoto?
Veja algumas das nossas sugestões!
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Recursos: forneça equipamentos, materiais, acessos para que a pessoa tenha condições de iniciar o trabalho remoto. Neste caso, vale entender em qual o ambiente o colaborador irá trabalhar e analisar se é preciso, por exemplo, enviar uma cadeira mais adequada, apoio para os pés, apoio de notebook ou algum outro tipo de suporte.
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Comunicação: clareza nas informações; apresentação para todas as pessoas da organização; conversas de alinhamento entre gestor e colegas; e conversas informais para “quebrar o gelo” são ainda mais importantes para que o novo colaborador não se sinta sozinho.
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Ferramentas: deixe claro quais são as plataformas utilizadas, qual o papel de cada uma, quando e como usá-las.
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Cultura: assegure que os valores, a missão, o propósito sejam transmitidos às pessoas que chegam. Já pensou em ter guardiões para fazer esse processo?
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Experiência: pense em como pode incrementar as boas-vindas e torná-las mais pessoais. Kits personalizados são uma boa pedida e dinâmicas criativas e humanizadas também.
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Treinamento e acompanhamento: dê tempo e espaço para que as pessoas estudem sobre a empresa, aprimorem competências específicas da função e entendam o dia a dia de trabalho. Esteja ao lado, peça feedback e estimule os gestores a fazerem o mesmo.
E a integração em times remotos, como fica?
Em relação à integração, se este já era um desafio no formato presencial, no trabalho remoto, é ainda mais. O segredo aqui é as empresas planejarem melhores caminhos para a colaboração e a comunicação acontecerem entre as pessoas. Para isso, vale:
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Estudar plataformas para entender quais são mais adequadas às necessidades das pessoas e dos processos;
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Permitir o contato regular com as lideranças;
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Proporcionar encontros informais entre as pessoas e implementar programas de team building;
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Promover feedbacks periódicos com os gestores.
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Criar espaço para que os aprendizados e o conhecimento sejam compartilhados.
Quais dessas iniciativas já acontecem na sua organização? Quais podem ser implementadas? Reflita e leve esta conversa para a sua empresa.
IV. O bem-estar e o engajamento dos colaboradores no topo das prioridades do trabalho remoto
E aqui estamos para falar de uma das grandes preocupações das empresas, especialmente nesse contexto digital, instável e de escassez de talentos. Resgatamos, brevemente, a necessidade de organizações ressignificarem a produtividade, já que muito do bem-estar das pessoas está diretamente associado a este fator.
Não é sustentável, nem para as pessoas, nem para os negócios, que a produtividade seja vista como excesso de trabalho, excesso de horas, excesso de reuniões. Quanto mais as organizações oferecerem qualificação, ferramentas para promover a autonomia e senso de responsabilização e pertencimento, mais resultados positivos poderão colher nas entregas, sem colocar em risco a saúde mental de seus colaboradores. Wilma Dal Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas do ManpowerGroup Brasil |
A relação do burnout e do esgotamento mental com o home office e o trabalho remoto
A partir de 2022, o burnout passou a ser reconhecido como um fenômeno ocupacional, e as empresas podem ser responsabilizadas por essa condição. Mas, não é apenas por esse motivo que o cuidado com a saúde mental e com o bem-estar das pessoas deve ser prioridade. É por um compromisso real com elas.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (9,3% da população sofre com este transtorno) e um dos mais depressivos. Em 2021, a pesquisa Work Trend Index mostrou que 54% das pessoas entrevistadas se sentiam sobrecarregadas e 39% totalmente exaustas.
A boa notícia vem em nossa investigação “Reboot - Revolução das Competências, 2021”: por aqui, 66% dos profissionais de RH entendem que o bem-estar é uma questão primordial para a estratégia de talentos, seguido pelo desenvolvimento de competências e aprendizagem contínua (51%).
O que as empresas podem fazer para apoiar o bem-estar dos colaboradores no home office e no trabalho remoto?
Entre as ações que podem ser tomadas para efetivar esse cuidado está garantir a melhor cobertura médica e de saúde, incluindo suporte psicológico, assim como o preparo de gestores para que acolham pessoas da equipe que possam estar atravessando quadros de ansiedade e de depressão.
No trabalho remoto, especificamente, as interações ganham novas versões. Com a necessidade de colaboração e alinhamento, muitas empresas e equipes podem se perder em um “mar” de reuniões, sem fim, sem foco. Estudos mostram que encontros virtuais em excesso elevam os índices de estresse e atrapalham a concentração, o que pode contribuir para quadros de esgotamento mental. Pausas são mais do que necessárias, são indispensáveis.
Assim, atitudes práticas podem ter grande impacto na rotina e na saúde das pessoas, como oferecer direcionamento para que se comuniquem de forma assíncrona, ou seja, no modelo que não exige uma resposta imediata do receptor. O e-mail é um bom exemplo. Pense que esse formato atende bem em um cenário de flexibilidade de horários.
A comunicação síncrona, aquela que requer uma interação em tempo real, como chats e reuniões, pode ser reservada para momentos de colaboração, integração e tomadas de decisão. Além disso, o RH pode criar mecanismos para evitar reuniões virtuais consecutivas, incentivar momentos de desconexão e estabelecer as “sextas-feiras sem reuniões”.
Essas ações vão ao encontro das expectativas e das necessidades dos profissionais, que buscam qualidade de vida, equilíbrio e flexibilidade para suas jornadas, tornando-se, assim, aliadas na atração, no engajamento e na retenção de talentos.
V. Tecnologia para segurança e colaboração no trabalho remoto
Diretamente relacionada aos tópicos anteriores, a tecnologia está no núcleo de toda a transformação que vivemos. E ela deve agir como braço direito para o trabalho remoto e híbrido realmente fazer sentido, ser produtivo, seguro e saudável.
O local de trabalho digital representa uma mudança fundamental na forma como o trabalho é feito. As organizações estão adotando a tecnologia para otimizar a produtividade individual e da equipe, a colaboração e a experiência do funcionário em geral. Fonte: Deloitte, 2021. |
Vale lembrar que o Brasil é o 5º país que mais sofre ataques hackers contra empresas, portanto, quando falamos de tecnologia, também estamos falando de cibersegurança e da gestão da privacidade de dados. Com a nova LGPD, as organizações precisam conscientizar e treinar suas equipes para que ajam proativamente na proteção de informações e façam o uso correto das plataformas disponíveis.
Considerando empresas que mantêm operações presenciais e têm colaboradores em campo, a conexão entre todas as pessoas se torna um ponto de atenção. Quem reflete sobre isso é Adriano Marcandali, Diretor Regional da América Latina no Workplace from Facebook:
[Construir o futuro do trabalho] significa fazer mais do que fornecer tecnologias melhores para as pessoas que sempre tiveram acesso a elas. Significa conectar funcionários da linha de frente, sem escritório e sem e-mail, a seus colegas e líderes pela primeira vez. E isso inclui conectar os desconectados. Fonte: TI INSIDE Online |
Portanto, entra em cena mais uma vez a demanda de preparar a força de trabalho para que todos possam atuar na transformação digital e acompanhar as mudanças de paradigmas.
Metaverso: será o ambiente do futuro do trabalho?
Imagem: Gather | reprodução
VI. Repensar o papel do espaço físico no modelo de trabalho híbrido
E se o futuro do trabalho está cada vez mais no ambiente digital, como ficam os espaços físicos? Bom, ao que tudo indica, a combinação entre o real e o virtual deve se configurar como predominante, em um modelo híbrido. Por isso, os escritórios não precisam deixar de existir. Na verdade, eles ganham outra função.
Em nossa pesquisa global, 65% das empresas acreditam que os espaços físicos terão o papel de facilitar a colaboração das pessoas; 58% entendem que será destinado a resolver questões críticas da empresa; e 57% veem como um local para sustentar a cultura organizacional.
O arquiteto Sergio Athié, responsável por projetos corporativos, reflete que os escritórios devem ser estruturados para atrair os colaboradores e para fortalecer os valores da empresa. Além disso, ele reforça que há uma nova hierarquia de espaços, com a criação de salas mais flexíveis, as quais funcionam a partir de reservas, eliminando também a necessidade de salas exclusivas para diretoria - já que executivos e executivas também podem estar fora do escritório. Assim, salas colaborativas ou individuais são agendadas para a utilização, o que contribui para a garantia do espaço e a disciplina de horários - a mesma que criamos com as reuniões virtuais.
A partir disso, os ambientes físicos podem ser repensados para dar conta de tais objetivos, além de serem planejados para que as pessoas se sintam seguras. Salas amplas, ventiladas ou com sistemas de ar-condicionado higienizados regularmente, limpezas frequentes; sinalização de rotas, distanciamento entre estações de trabalho, instalação de dispositivos touchless (sem contato) são formas de aplicar esses propósitos na arquitetura.
Agora que vimos os principais aspectos e estratégias que as companhias podem considerar para planejar o trabalho no home office, no formato remoto e especialmente no modelo híbrido, olhando para as necessidades dos colaboradores e dos negócios, partimos para como as pessoas podem organizar melhor sua rotina e se ajustar a este novo modelo de trabalho.
Se você é profissional de RH, líder ou gestor e gestora de times, que tal conferir para compartilhar essas informações com a sua organização?
Trabalhar bem e viver bem no home office é possível?
Sua casa virou seu escritório? Se esta é a sua realidade desde que a pandemia começou, em 2020, você teve que rapidamente se adaptar a um novo modo de trabalho. Se para as empresas essa realidade representa mudanças estruturais, para profissionais, o home office também tem efeitos na dinâmica da vida como um todo.
Com a tendência do formato remoto se estabelecer como norma, é hora de mudar da adaptação para a implementação de uma rotina adequada a este novo sentido e, claro, aparar as arestas para alcançar maior equilíbrio. Vamos lá?
4. OS DESAFIOS E AS VANTAGENS DO HOME OFFICE PARA PROFISSIONAIS
A realidade do home office fez com que a linha que separa trabalho e lazer, profissional e pessoal, se tornasse mais embaralhada do que nunca e, ainda que dois anos tenham se passado, desafios do trabalho em casa ainda perseguem colaboradores. Algumas das principais dificuldades estão relacionadas ao gerenciamento da rotina, do tempo, além de jornadas mais longas de trabalho.
Segundo a pesquisa feita pela FEA-USP, em parceria com a FIA, ainda que 73% das pessoas estejam satisfeitas com o home office, 45% afirmam estar trabalhando mais horas do que antes. Sem o deslocamento para o local de trabalho, o expediente começa antes e termina mais tarde.
É um dado impressionante e que pode interferir bastante na questão da saúde mental das pessoas. Por estarem conectados o tempo inteiro, muitos acabam trabalhando também o dia inteiro. André Fischer, professor da FEA e coordenador da pesquisa. |
Além desta questão, ainda existem pontos de atenção sobre esse formato de trabalho. Veja se você se identifica:
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Sobrecarga de tarefas – profissional misturado com o pessoal;
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Dificuldade de concentração;
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Desafio de se manter motivado;
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Diminuição do sentimento de conexão com pessoas;
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Problemas em criar uma rotina.
Já entre os benefícios que as pessoas identificaram no modelo remoto e no home office, podemos citar:
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Economia de tempo e dinheiro por não precisar se deslocar até o escritório;
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Maior proximidade com familiares, especialmente os filhos;
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Flexibilidade para trabalhar de onde quiser, desde que haja conexão com a internet;
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Maior possibilidade de autonomia para gerenciar a rotina;
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Menor estresse no trânsito ou transporte.
O home office e o modelo remoto podem ser ainda mais vantajosos, mas, para isso, é necessário, além do apoio das empresas, fazer uma avaliação de como a sua rotina pode ficar mais funcional e fluida para comportar esse modelo de trabalho e essa nova forma de pensar sua atuação profissional. É o que veremos a seguir!
5. COMO TER UMA ROTINA MAIS EQUILIBRADA NO HOME OFFICE E NO TRABALHO REMOTO?
Então, para te ajudar a aliviar as fontes de tensão que vêm com o home office e criar bases sólidas para você estruturar sua rotina, separamos algumas dicas práticas e bem úteis. Confira!
Crie uma rotina para o seu home office
Vamos começar pelo básico: ter um ritmo para o seu dia é o primeiro passo. Acordar sempre no mesmo horário, ter um momento estabelecido para se exercitar, fazer meditação, realizar demandas de casa são atitudes fundamentais para gerar uma cadência entre os afazeres.
Em relação ao trabalho, uma dica interessante é criar “rituais” para começar e terminar o dia, fazendo com que aquela linha que divide o lado profissional da vida pessoal fique mais clara, sem se estender por horas a fio. O pontapé pode ser trocar de roupa, como uma forma de “virar a chave” para o trabalho. Mas fique livre para pensar no seu jeito de apertar o play! Já para encerrar, respeitar o horário e tirar o notebook de vista ajuda a mostrar para a nossa mente que o expediente já se encerrou.
Estabeleça rituais para começar e terminar o expediente, assim, será mais fácil dividir a vida profissional da vida pessoal.
Entenda como gerenciar seu tempo no home office
É importante também estabelecer rotinas dentro da rotina. Se você tem flexibilidade, aproveite para organizar seu dia identificando o seu próprio comportamento e a sua realidade: reserve o período que você tem mais foco para trabalhar em assuntos complexos e deixe as tarefas mais simples e rápidas para quando existe menor grau de concentração e disponibilidade.
Se você tem compromissos pessoais durante o dia (como ajudar as crianças com lição de casa ou uma consulta médica, por exemplo) ajuste a sua agenda com antecedência e peça colaboração para todos que moram com você. Afinal, a responsabilidade de cuidar da casa, dos filhos, deve ser compartilhada.
Um dos grandes impasses do home office: com tanta reunião, quando é que eu trabalho?
Uma dica para você ter em vista como será o seu dia, e até mesmo sua semana, é marcar as atividades pessoais no seu cronograma, assim como você faz com as reuniões de trabalho, bem como o tempo para se dedicar a uma tarefa. Por exemplo: você precisa de duas horas para desenvolver uma planilha ou um relatório, então, coloque isso no seu controle – seja na agenda do seu e-mail ou na agenda física - para que tenha uma atenção direcionada a cumprir determinada responsabilidade. Assim, você já entende qual o tempo disponível para incluir ou não novos compromissos e reuniões, considerando suas entregas e seus afazeres particulares.
Mais dicas:
Prepare seu ambiente de trabalho no home office
A maneira como você organiza e decora seu espaço de trabalho no home office pode influenciar a sua produtividade e criatividade. Nesse momento, vale olhar com carinho para questões de ergonomia para cuidar da sua saúde e segurança. Veja na imagem as indicações de como preparar o seu escritório em casa!
1. Escolha uma cadeira confortável e ergonômica, ou seja, adequada para atividades laborais. Cheque com a empresa a possibilidade de fornecerem esse recurso;
2. Trabalhe em uma mesa plana, de preferência uma escrivaninha;
3. Mantenha o ambiente bem iluminado, de preferência próximo às janelas. A exposição à luz diurna melhora seu sono e a qualidade de vida;
4. Se possível, escolha um local mais silencioso na casa;
5. Tenha objetos de decoração que façam você se sentir bem no trabalho. Fotografias são uma boa opção, pois lembrar de pessoas queridas reduz o estresse. Plantas e flores aumentam a felicidade e a produtividade;
6. Escutar música pode te dar mais ânimo, foco e até relaxamento, mas pode atrapalhar sua performance em tarefas com maior esforço cognitivo;
7. Tenha sempre uma garrafa de água ao seu alcance e hidrate-se bem ao longo do dia.
O que é ergonomia?
É a ciência que estuda o indivíduo com o seu ambiente de trabalho a fim de melhorar suas condições de saúde e segurança. Manter uma boa postura e um ambiente adequado previne problemas como tendinite, torcicolos e dores de cabeça, além de melhorar a disposição e colaborar para a saúde mental.
1. Ombros e quadris alinhados;
2. Altura do assento abaixo dos joelhos;
3. Encosto de braço na altura dos cotovelos;
4. Encosto das costas adaptado à curva da coluna;
5. Seus olhos devem estar na altura superior da tela do monitor;
6. Teclado e mouse devem estar próximos e no mesmo nível;
7. Punhos retos, em direção neutra (sem dobrar); Pés apoiados no chão ou em um descanso
Cuide da sua saúde mental no trabalho remoto
Falando em saúde, sabemos que a exaustão mental gerada pela sobrecarga e excesso de horas de trabalho e pela sobreposição da vida pessoal e profissional pode desencadear quadros sérios de ansiedade, depressão e burnout. Por isso, cuidar da saúde mental no home office é essencial.
O que é saúde mental?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Ou seja, quando você está saudável mentalmente, você consegue encarar desafios e novidades com mais confiança e facilidade.
Pausas não são perda de tempo
Lembra quando falamos das pausas? Então, muita gente tem a sensação de que elas comprometem o desempenho (‘afinal, como não estou fazendo nada?’), mas, na verdade, seu cérebro precisa desses intervalos para funcionar bem e isso vai, sim, te ajudar a fazer o melhor no trabalho. E mais do que isso: te ajuda a viver melhor também os momentos de lazer e descompressão. Por isso, durante o dia, dê espaço entre uma atividade e outra para dar tempo de o cérebro relaxar os níveis de alerta e de tensão e não abra mão de atividades e situações que dão prazer.
Alimentar-se de forma saudável, praticar exercícios, estar em contato com pessoas que você ama, se dedicar a um hobby, fazer terapia são maneiras de cuidar da sua saúde mental para além do trabalho, mas fazê-la uma prioridade para viver e trabalhar bem.
Pratique mindfulness
Um dos maiores motivos de estarmos tão estressados o tempo todo, é por termos muita coisa na cabeça de uma só vez, ou seja, enquanto deveríamos estar resolvendo um problema, já estamos pensando em outros dez afazeres da nossa lista. Por isso “viver o presente” é tão importante, afinal te permite lidar com uma situação de cada vez, sem desespero e com muito mais confiança e estratégia.
Neste sentido, o mindfulness é um grande aliado do seu bem-estar psicológico e mental. Com um conjunto de técnicas, essa prática treina a mente para a atenção plena, ou seja, um estado de concentração no que está vivendo naquele momento. Isso não só ajuda a aliviar a sensação de ansiedade - já que muito desse sentimento vem de imaginar e criar cenários em nossa cabeça -, como também promove maior foco para resolver questões do dia a dia e contemplação das alegrias da vida.
IMPORTANTE: Se você estiver atravessando dificuldades, procure seu gestor ou sua gestora e converse sobre seus anseios. É importante que saibam para que, em conjunto com o RH, possam oferecer o apoio mais adequado. E lembre-se: conte com profissionais especializados e qualificados para cuidar da sua saúde mental.
Comunique-se
Por fim, trazemos aqui a comunicação como a ponte que gera conexão, afinamento, troca. Afinal, somos seres sociais e precisamos nos sentir pertencentes e ter interações com outras pessoas.
Gestores e gestoras devem estar próximos de seus liderados, com feedbacks regulares e alinhamento de expectativas, além criar espaço para conversas e debates sobre decisões importantes e momentos de colaboração.
Se você faz parte da equipe, deixe claro quais são suas tarefas, o que precisa para realizá-las e quais dúvidas têm em relação ao trabalho. E procure estar em contato com os colegas também para conversas informais e mais descontraídas.
Por fim, se você precisa se ausentar ou está ocupado ou ocupada em uma demanda, configure os canais (chat, e-mail) para que as pessoas saibam que está indisponível naquele período ou momento. Assim, você tem mais tranquilidade para fazer suas tarefas e os colegas estão cientes de que você responderá em breve.
Quais habilidades desenvolver para trabalhar em home office?
Após os aprendizados iniciais sobre como trabalhar no home office e no formato remoto, selecionamos quatro habilidades principais que você pode desenvolver para aperfeiçoar sua forma de trabalhar, suas relações e, consequentemente, seu bem-estar.
Autogestão e autoconfiança
Como vimos, gerenciar o tempo e criar uma rotina saudável é o que sustenta um home office bem feito. Para isso, é preciso que você fortaleça a sua disciplina e também a confiança na sua capacidade e no seu potencial. Isso porque muitas pessoas podem se sentir inseguras por não ter alguém ao lado, de imediato, como em um escritório, para recorrer em caso de dúvidas ou questionamentos. Se você passa por isso, respire fundo, faça um exercício para valorizar as suas conquistas e compartilhe com seu gestor ou gestora para que, juntos, possam lidar com essa dificuldade.
Colaboração
As interações com os colegas e pares mudou com o trabalho remoto, e tornou a cooperação ainda mais crucial para os projetos. Praticar a escuta ativa – aquela com intenção de entender o interlocutor –, aceitar ideias diferentes da sua, ser proativo em ajudar as pessoas e atuar com transparência fazem muito mais sentido do que considerar apenas o trabalho ou meta individual. Compartilhar objetivos e esforços enriquece o significado de sucesso!
Comunicação
A comunicação é a chave para as relações no trabalho remoto. Com empatia e clareza, tanto no momento de falar quanto no de ouvir, você se sairá melhor. Procure desenvolver a comunicação não violenta (CNV) para que, mesmo em horas de tensão e conflito, você possa se colocar com firmeza, mas sempre com respeito e humanidade.
Como estamos usando plataformas digitais para nos comunicarmos, a escrita faz toda a diferença - em caso de e-mails ou mensagens no chat. Por isso, sempre que for solicitar ou perguntar algo, seja o mais claro possível. Revise a gramática - grafia e pontuação - para que a interpretação seja correta. Isso ajuda na fluidez das relações e das informações.
Flexibilidade e adaptação
Sabemos que, mesmo com um planejamento, as coisas podem não sair como imaginamos. Especialmente quando não estamos fisicamente no escritório, imprevistos ou surpresas podem surgir, por isso, trabalhar sua capacidade de resposta em situação de mudança constante faz parte das habilidades requisitadas. Até porque o mundo em que vivemos é complexo e instável, o que significa que precisaremos cada vez mais treinar a nossa capacidade de adaptação.
Quer saber mais sobre como se preparar para o trabalho remoto? Tem mais detalhes aqui.
Meu primeiro emprego é home office: como lidar?
Se você está iniciando a sua jornada profissional e conquistou uma vaga no formato home office, esse conteúdo é para você. Somado à ansiedade do primeiro emprego e do primeiro dia de trabalho, vem também a expectativa de como vai ser começar sem encontrar ninguém pessoalmente, não é mesmo? Mas não se preocupe, pois essas orientações vão te ajudar a entrar com o pé direito!
Estude a empresa antes de começar
Muito provavelmente, para a entrevista de emprego, você já realizou uma pesquisa sobre a empresa, o que ela faz e como atua. Mas, quando é para valer, você pode se aprofundar nos materiais da companhia, entender melhor sobre a cultura, os valores, o propósito e quais as ferramentas usadas no dia a dia, por exemplo.
Como o início é marcado por uma série de informações e apresentações - e pode ser muita coisa para absorver de uma vez -, uma alternativa é checar com o RH se é possível compartilhar alguns conteúdos para você estudá-los. Assim, durante o onboarding, você terá mais tempo para incorporar as novidades e estará preparado e preparada, tendo mais oportunidade de reforçar aprendizados e tirar dúvidas quando chegar o grande dia.
Alinhe expectativas com seu gestor ou gestora
Um dos compromissos da sua agenda será o encontro com seu gestor ou gestora. Nesse momento, aproveite para afinar o que ambos esperam do trabalho. Pergunte sobre as metas, quais são os objetivos que a equipe deve perseguir e como funcionam os métodos de avaliação de desempenho. Caso a empresa não tenha um processo definido para isso, é uma boa hora para conversarem sobre como podem fazer isso, juntos.
Na dúvida, pergunte
Empresas mais bem preparadas para o onboarding de colaboradores criam um processo gradual para que as pessoas possam ir entrando no fluxo de trabalho e, então, comecem a realizar entregas. Por isso, vale entender com o RH e com o gestor ou gestora como essa introdução irá acontecer, para que você saiba o que fazer e a quem procurar, se precisar de apoio. Não tenha medo de perguntar, mas no trabalho remoto vale checar com os colegas como eles preferem ser abordados, quais canais e horários que estão mais disponíveis. Dessa forma, você começa uma relação baseada na empatia e na troca.
6. CONCLUSÃO
O trabalho não é mais um lugar e não mais nos espera em um endereço fixo. Podemos trabalhar de casa, viajando, de qualquer cidade ou até mesmo país. Isso amplia possibilidades de escolha e abre espaço para que as rotinas sejam mais flexíveis. Mas para que o home office e o trabalho híbrido ou remoto funcionem, para todos, é preciso que empresas desconstruam padrões cristalizados e ergam novos pilares para sustentar a transformação digital e da força de trabalho, com responsabilidade e consciência. É preciso também que profissionais foquem em desenvolver habilidades para serem mais capazes de administrar o tempo, traçar limites e colaborar com outras pessoas, mesmo à distância.
Esperamos que este conteúdo ajude a trazer clareza e insights valiosos para que sua organização e sua vida profissional acompanhem as mudanças e sigam sustentáveis para o futuro do trabalho.