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Mudanças climáticas e saúde mental: como apoiar colaboradores com ecoansiedade?

7 min de leitura

Publicado em 25/02/25

Atualizado em Fevereiro 25, 2025

Sem tempo para ler agora? Experimente ouvir o nosso artigo. 

Você já sentiu uma inquietação ao pensar no futuro do planeta? Essa sensação tem nome: ecoansiedade, ou ansiedade climática. Como veremos, ela está se tornando cada vez mais frequente.

Caracterizada pela angústia e preocupação diante das mudanças climáticas, a ecoansiedade afeta especialmente pessoas em situações vulneráveis ou que já enfrentaram desastres ambientais.

Mas por que isso importa para as empresas? Neste artigo, vamos entender como esse sentimento pode impactar o bem-estar dos profissionais e por que o RH e as lideranças devem estar atentos a ele!

O que é a ecoansiedade?

Segundo a Associação Americana de Psicologia (APA), a ecoansiedade pode ser definida como um medo crônico da destruição ambiental.

Embora esse sentimento já seja observado há pelo menos uma década, o ritmo acelerado das mudanças climáticas torna a ansiedade ambiental cada vez mais comum.

No Brasil, os números ajudam a entender essa realidade: entre 1991 e 2022, o país registrou mais de 23 mil desastres ambientais, com 8,2 milhões de pessoas desalojadas ou desabrigadas por conta de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra.

Já em 2024, o Governo Federal apontou que quase 35% dos municípios brasileiros estavam suscetíveis a esses eventos.

Como a ecoansiedade se manifesta? 

Diante de tantos acontecimentos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, não é de se estranhar que mais pessoas estejam sentindo os impactos emocionais dos eventos climáticos. 

A própria Associação Americana de Psicologia (APA) estima que cerca de 25% a 50% das pessoas expostas a desastres ambientais podem desenvolver problemas de saúde mental, como a ansiedade climática. 

Esse tipo de fenômeno, em específico, se manifesta a partir dos seguintes sintomas: 

  • preocupação constante com o futuro do planeta; 
  • angústia e medo intenso de desastres ambientais; 
  • sensação de impotência diante das mudanças climáticas; 
  • pensamentos obsessivos sobre o assunto; 
  • distúrbios do sono, fadiga e dificuldade de concentração.

Esses sinais podem variar de pessoa para pessoa. Mas, independentemente da intensidade, uma coisa é certa: a ecoansiedade impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional do indivíduo. 

Impactos da ansiedade climática no ambiente de trabalho

Qualquer problema que afete o emocional de maneira profunda, mesmo que não tenha sido causado pelas condições de trabalho, merece a atenção das empresas. 

Afinal, as pessoas que estão lidando com a ecoansiedade geralmente enfrentam desafios que também impactam no desempenho profissional delas. 

A constante preocupação com o futuro do planeta, por exemplo, pode dificultar a concentração nas tarefas diárias, comprometendo a qualidade das entregas. Além disso, a sobrecarga emocional tende a resultar em níveis elevados de estresse no trabalho, favorecendo conflitos internos.

Vale lembrar que o estresse crônico causado pela ecoansiedade também pode piorar outras questões de saúde mental, como depressão e ansiedade, e levar a um aumento do absenteísmo e da rotatividade na organização. 

Como as empresas devem lidar com esse cenário? 

As situações apresentadas acima destacam como é importante que as empresas se atentem à ecoansiedade e adotem estratégias para apoiar seus colaboradores. 

Confira, a seguir, algumas ações de enfrentamento especialmente úteis. 

CRIE ESPAÇO PARA O DIÁLOGO 

Oferecer um ambiente seguro, onde os colaboradores possam compartilhar suas preocupações, é o primeiro passo para reduzir não somente a ecoansiedade, mas também outros transtornos mentais. 

Muitas vezes, sentir-se acolhido e perceber que não estamos sozinhos em nossos sentimentos pode trazer um alívio significativo e até mesmo incentivar a busca por ajuda especializada. 

EDUQUE SOBRE A ANSIEDADE CLIMÁTICA 

É comum que, no início, o indivíduo afetado pela ecoansiedade não consiga entender o que está acontecendo com ele ou tenha dificuldades em encontrar as ferramentas certas para gerenciar os desafios emocionais que surgem.  

Ao oferecer palestras, workshops ou treinamentos sobre o assunto, a empresa contribui para os colaboradores reconhecerem os sinais da ansiedade ambiental e aprenderem como lidar com ela. 

OFEREÇA SUPORTE EMOCIONAL 

Disponibilizar apoio psicológico na organização, seja por meio de terapeutas ou programas de saúde mental, é outra maneira valiosa de apoiar os colaboradores que lidam com esse fenômeno. 

Quando se trata de sofrimento emocional, ter o acompanhamento de um profissional especializado, que olhe para as singularidades de cada pessoa, costuma ser fundamental para o processo de recuperação. 

IMPLEMENTE BOAS PRÁTICAS DE ESG 

Adotar práticas ambientalmente responsáveis pode fazer com que os colaboradores se sintam mais seguros e, ao mesmo tempo, menos impotentes em relação ao futuro.  

Ao envolver o time em ações como programas de reciclagem ou uso responsável de energia, a empresa contribui para a saúde do planeta e proporciona um senso de propósito. 

REVEJA AS POLÍTICAS DE FLEXIBILIDADE 

Especialmente em dias de chuva intensa ou quando há risco de desastres naturais, é importante que os colaboradores tenham a opção de trabalhar remotamente ou ajustar seus horários. 

Adotar essa abordagem mais flexível diante de situações que aumentam a ansiedade climática é uma forma de demonstrar cuidado e compreensão, ajudando a manter o equilíbrio emocional da equipe. 

Considerações finais

A ecoansiedade é um reflexo das preocupações profundas que muitos de nós compartilhamos sobre o futuro do planeta. Mas ele não é o único.  

À medida que a crise climática se intensifica, muitos profissionais estão deixando seus empregos por sentirem que as empresas não estão comprometidas com práticas sustentáveis. 

Agora que você já viu como lidar com a ansiedade ambiental, que tal saber mais sobre esse outro fenômeno em ascensão? Confira nosso artigo sobre climate quitting e veja como fortalecer suas estratégias de gestão de pessoas!

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