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Mulheres no trabalho em 2024: desafios e oportunidades em um mundo em transformação

11 min de leitura

Publicado em 27/03/24

Atualizado em Agosto 14, 2024

As mulheres têm sido, há muito tempo, consideradas um grupo sub-representado na força de trabalho mundial. Isso começou a mudar em 2023, e começou com a economia.  

Uma única letra de música da Taylor Swift, “You're on Your Own, Kid”, encorajou milhares de fãs, em diversos países, a fazerem pulseiras da amizade para a “The Eras Tour”. Segundo economistas da Duke University, a turnê de Swift teve um impacto econômico total de US$ 75 bilhões, tornando-se de longe a mais rentável na história da música. 

A segunda turnê com maior bilheteria, em 2023, foi a “Renaissance World Tour” da Beyoncé. Lançada após o álbum “Renaissance”, o empreendimento global arrecadou US$ 580 milhões (R$ 2,86 bilhões) em vendas de ingressos. 

No mercado de trabalho, as mulheres também estão em busca de transformações. Hoje, conforme dados do IBGE, 21,3% das brasileiras com mais de 25 anos têm ensino superior; já entre os homens, o índice fica em 16,8%. Mesmo assim, elas ganham 21% a menos que eles. 

Citando outra pesquisa, a Women in the Workplace, da McKinsey, cerca de 80% das profissionais querem ser promovidas. Quando falamos apenas das mulheres negras, esse número chega a 88%.  

No entanto, a dedicação das profissionais ainda não é tão reconhecida nas organizações. Para cada 100 homens que passam de um cargo operacional para uma posição de gerência, apenas 87 mulheres são promovidas. Além disso, só 5,8% das empresas na lista Fortune 500 Global têm hoje uma CEO mulher. 

Com a crescente ambição das mulheres, e o lento progresso para fechar as lacunas de gênero, não é surpresa para ninguém que 60% delas estejam considerando deixar seus empregos atuais. 

 

MulheresNoMercadoDeTrabalho-2

 

Analisando o que vimos até aqui, as organizações não podem concordar com esse cenário se quiserem superar a escassez de talentos que já atinge 4 em cada 5 empregadores no Brasil. 

Além disso, a agenda ESG vem ganhando destaque entre investidores institucionais e potenciais colaboradores que valorizam a representação feminina em todos os níveis organizacionais, assim como igualdade salarial e oportunidades de avanço para as mulheres. 

Também as empresas com pessoas diversas em termos de gênero tendem a ser mais lucrativas e a crescerem mais que aquelas com menor diversidade. 

Se as mulheres deixam uma organização, ou o mercado de trabalho, os benefícios de sua representação são perdidos. Isso afeta diretamente o desempenho dos objetivos estratégicos do negócio, estando intrinsecamente ligado ao componente “S” (Social) das metas de ESG. 

 

Iniciativas de equidade de gênero

Dados de uma pesquisa realizada pelo ManpowerGroup mostram que, globalmente, metade das iniciativas de equidade de gênero das empresas estão atrasadas ou ainda não foram definidas corretamente. Ainda, só 38% dos empregadores acreditam que a equidade será totalmente alcançada. 

Vale destacar também que os cargos de alta gerência e os relacionados à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) são os que mais tendem a ficar para trás quando falamos de candidatas mulheres. 

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Atualmente, apenas 36% dos empregadores brasileiros pesquisados acreditam que suas empresas estão no caminho certo para alcançar a equidade de gênero.  

 

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Novas formas de trabalhar

Três grandes mudanças estão acontecendo nos espaços de trabalho: maior flexibilidade, a necessidade de Reskilling e Upskilling em escala, e a integração de novas tecnologias. Dados os significados dessas transformações, vale analisarmos seus impactos na equidade de gênero.  

Globalmente, 37% dos empregadores concordam que as políticas de trabalho flexíveis estão sendo as mais eficazes na hora de garantir a diversidade dos talentos. Já no Brasil, os números indicam que ações voltadas para o desenvolvimento de lideranças e uma cultura organizacional inclusiva são altamente positivas, com certas regiões e setores liderando o caminho em comparação a outros. 

 

 Tabela-1

 

Ainda, a mesma pesquisa do ManpowerGroup revela que a integração de novas tecnologias está auxiliando as organizações a serem mais flexíveis, promovendo assim a equidade de gênero e a inclusão de talentos diversos. 

Para exemplificar: 75% dos entrevistados brasileiros disseram que a tecnologia permite mais flexibilidade e, consequentemente, mais equidade de gênero; 76% concordam que os talentos de TI estão se tornando mais diversos; e 67% afirmam que a Inteligência Artificial está desempenhando um papel fundamental ao auxiliar na seleção das pessoas candidatas, sem distinção de gênero.  

 

tecnologia

 

Embora as empresas menores geralmente adotem novas ferramentas em um ritmo mais lento que as grandes organizações, a maioria, 71% das micro e pequenas empresas, concorda que a equidade de gênero está sendo apoiada pelo avanço da tecnologia.  

Ao analisarmos os números por estados brasileiros, São Paulo é o que mais concorda com o apoio da tecnologia na busca pela equidade de gênero, com 81%; seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 77% cada. 

 

Oportunidades para engajar mulheres na força de trabalho

Apesar da atual incerteza na economia global, 75% dos empregadores precisam contratar e continuam enfrentando desafios para encontrar os talentos necessários. No Brasil, como citamos anteriormente, esse índice chega a 80%. 

Com a geração Baby Boomer se aposentando, atrair e manter uma força de trabalho diversificada não é mais apenas uma iniciativa, mas sim uma necessidade dos negócios. Dessa forma, as mulheres desempenharão um papel cada vez mais crucial no futuro do trabalho, e os empregadores que souberem valorizar esses talentos poderão obter uma vantagem competitiva.  

Confira, a seguir, algumas das principais oportunidades.  

APOIAR AS INICIATIVAS DE DEIP

Garantir o sucesso das iniciativas de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) é fundamental. Integre-as às operações organizacionais, fornecendo recursos adequados e estabelecendo indicadores-chave de desempenho para lideranças e RH. 

FORTALECER AS REDES DE APOIO 

O fortalecimento das redes de apoio entre mulheres promove a sororidade, a comunicação aberta e o crescimento profissional. Encoraje a criação de grupos de apoio e mentorias lideradas por mulheres experientes para oferecer orientação e suporte mútuo. 

IMPULSIONAR OS TALENTOS INTERNOS 

Aproveitar o potencial dos talentos internos é importante para promover a ascensão das mulheres no mercado de trabalho. Implemente ações e programas que facilitem a mobilidade profissional e ofereça oportunidades de desenvolvimento e crescimento na organização. 

SUSTENTAR O UPSKILLING E O RESKILLING 

Investir no Upskilling e no Reskilling das mulheres garante a relevância e a competitividade delas no mercado de trabalho. Ofereça programas de treinamento e desenvolvimento que as capacitem com as habilidades necessárias para enfrentar os desafios do futuro. 

OFERECER BENEFÍCIOS FLEXÍVEIS 

Benefícios adaptáveis apoiam as necessidades das mulheres no local de trabalho. Permita horários flexíveis, trabalho remoto e políticas de licença parental que ajudem a promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a inclusão de todas as colaboradoras. 

 À medida que avançamos em 2024, vemos desafios e oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho. Conquistas recentes, como mais cargos corporativos e o impulso por equidade de gênero, mostram progresso, embora ainda haja muitos obstáculos a enfrentar. A ascensão de mulheres influentes, como Taylor Swift e Beyoncé, destaca ainda o poder da representatividade feminina. 

Empresas precisam agir agora para garantir equidade, investindo em mais diversidade e inclusão, fortalecendo redes de apoio, promovendo talentos internos e incentivando o aprendizado.  

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