<img height="1" width="1" style="display:none" src="https://www.facebook.com/tr?id=680782996107910&amp;ev=PageView&amp;noscript=1">

Tem espaço para a governança corporativa na agenda ESG da sua empresa?

4 min de leitura

Publicado em 25/07/23

Atualizado em Julho 25, 2023

Diante dos desafios globais e locais, a sociedade vem pressionando para que as empresas se assumam como agentes de mudança. Consumidores, especialmente da Geração Z, cobram posicionamento e usam as redes sociais para, com a mesma força, exaltar ou criticar uma marca. Você deve se lembrar de convocações de boicote a empresas flagradas em atos de racismo ou trabalho análogo à escravidão, não é mesmo?  

Mas o ativismo também parte das pessoas trabalhadoras que, seja qual for a geração, desejam ter empregos significativos. A pesquisa Trust Barometer revela que, no Brasil, 74% dos profissionais consideram o impacto social em uma vaga de emprego.  

Há ainda os investidores: segundo o estudo da consultoria global EY, 99% dos executivos financeiros se baseiam em divulgações de políticas de responsabilidade socioambiental e de governança para tomar decisões sobre seus investimentos.  

Sendo assim, incorporar os pilares sociais, ambientais e de governança corporativa se tornou um imperativo para as organizações. O Panorama ESG, estudo aprofundado do ManpowerGroup com mais de 40 mil empregadores, em 41 países e territórios, incluindo o Brasil, traz dados reveladores sobre a condução dessa abordagem para os negócios.  

Apenas 7% das empresas brasileiras entrevistadas não pretendem adotar a agenda ESG, enquanto 33% estão em planejamento para identificar e desenvolver metas e estratégias de longo prazo. Mas o que mais me chamou a atenção no relatório é que somente 14% das organizações que já têm um programa ESG concentram suas ações no pilar de governança corporativa. 

É claro que o foco da estratégia pode variar conforme o segmento de atuação e o impacto da empresa. Uma indústria de embalagens, por exemplo, poderá priorizar, inicialmente, questões relacionadas ao meio ambiente. No entanto, garantir que processos e regulamentos internos sejam transparentes e aplicados para atender todas as partes interessadas — colaboradores, clientes, fornecedores, parceiros e sociedade civil — deve ser uma prática para qualquer tipo de organização.  

O panorama mostra que, no Brasil, 42% das organizações têm o pilar Social como foco da agenda ESG; em seguida, vem o “E” com 26%, correspondendo à responsabilidade ambiental. Sim, isso é de extrema importância! Mas a pergunta que faço é por qual motivo o “G” está ficando esquecido?  

Diferentemente da governança corporativa, pautas como desigualdade social, inclusão e crise climática, fazem parte do debate público e atraem mais a atenção, refletindo de maneira mais clara na reputação da empresa.  

Mas não podemos subestimar o poder de uma governança corporativa robusta, uma vez que ela fundamenta os demais pilares do ESG. Quando as diretrizes para tomadas de decisão partem da ética e do pressuposto de considerar todos os envolvidos equitativamente, há muito mais impulso para políticas afirmativas, de inclusão e de preservação ambiental.  

Cumprir as obrigações legais, contratar parceiros confiáveis e garantir condições de trabalho saudáveis e justas são fatores indiscutíveis no exercício da integridade enquanto empregadores. Aliás, retomando a pesquisa Trust Barometer, o item “tratamento aos trabalhadores” aparece em primeiro lugar entre os assuntos que as pessoas mais esperam que profissionais em cargos de CEOs se posicionem.

A transformação acontece de dentro para fora e, principalmente, quando gera movimento em cadeia. Ao elevar os padrões de ética e de transparência, as empresas não apenas cuidam e preservam a sua própria força de trabalho, atraindo e retendo os melhores talentos, mas também exercem uma força para outras organizações aprimorem suas políticas e regulamentos.  

O efeito reverbera e permite que o mercado privado possa atender aos anseios da sociedade e trabalhar os pilares social e ambiental com mais propósito e afinco. 

Qual a sua visão sobre a agenda ESG nas organizações? Como acredita que a governança corporativa pode impactar os negócios e a sociedade? Comente aqui e vamos continuar essa reflexão. 

Abraços, 

Wilma Dal Col 

Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil 

Confira aqui a publicação original.

Deixar comentário