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Career cushioning: você já sabe como lidar com esse movimento?

10 min de leitura

Publicado em 26/12/22

Atualizado em Dezembro 26, 2022

Quando a pandemia transformou completamente a nossa rotina, a insatisfação com o emprego foi um dos sentimentos que mais veio à tona. Depois do movimento quiet quitting, em que colaboradores se limitaram a fazer apenas o necessário durante o expediente, o career cushioning chega como uma nova tendência para amortecer os descontentamentos do dia a dia no trabalho.   

Uma pesquisa recente da McKinsey & Company mostra que quase um terço dos profissionais brasileiros não está satisfeito com o emprego atual e considera trocar de trabalho, no máximo, até o próximo semestre. O estudo indicou ainda quais são os principais motivos da busca por mudanças: falta de desenvolvimento na carreira lidera as respostas ao lado de remuneração desajustada e inflexibilidade nos horários e formatos de trabalho.  

É nesse cenário que está surgindo o career cushioning, assunto principal do nosso artigo. O novo movimento preza pela criação de um "plano B”, algo para dar respaldo ao profissional quando mudanças, esperadas ou inesperadas, acontecerem.  

Continue a leitura e fique por dentro dessa estratégia!  

O que é career cushioning? 

Quiet quitting foi um termo bastante utilizado ao longo do último ano. Mas, durante 2023, o career cushioning é que deve ocupar esse espaço nas matérias, pesquisas e publicações do LinkedIn. 

O que acontece, na verdade, é que nem todo profissional que está insatisfeito com o emprego pode pedir demissão sem já ter confirmada uma outra alternativa para se sustentar ou cuidar da família. Então, a desistência silenciosa nem sempre termina com o colaborador saindo da empresa atual. 

O termo career cushioning foi criado a partir da expressão usada para quem mantém a estratégia de já ter uma “segunda pessoa” quando termina um relacionamento amoroso, com a intenção de minimizar os sentimentos negativos que podem surgir a partir desse rompimento.  

A intenção seria de amortecer uma perda. 

PARA CONTEXTUALIZAR 

Estamos vivendo dias de incertezas — mudanças políticas, econômicas, no meio ambiente — e com isso as pessoas ficam preocupadas e sentem-se inseguras com seus empregos. Outro fator que podemos acrescentar à lista é o layoff, as demissões de dezenas de funcionários ao mesmo tempo, que temos visto atingir, principalmente, as startups. 

O career cushioning, portanto, seria elaborar um segundo plano de ação: buscando novas vagas, começando um curso de atualização, estruturando uma transição de carreira ou planejando um negócio próprio, tudo isso enquanto se mantém um trabalho em tempo integral.  
 
Para traduzir em números o quanto o movimento de career cushioning já está acontecendo, podemos destacar um dado recente apresentado pelo próprio LinkedIn: nos últimos 12 meses, os usuários acrescentaram 365 milhões de novas habilidades na descrição de seus perfis, um crescimento de 43% em relação ao período anterior.  

Como lidar com o movimento career cushioning?  

Quem começa a flertar com novas oportunidades, geralmente, age de forma semelhante. O trabalhador passa a desenvolver outras habilidades, acompanhar as tendências e o mercado, interagir com colegas e profissionais da área e se interessar por oportunidades de crescimento.  

Os colaboradores, em resumo, decidem colocar suas carreiras em primeiro lugar quando começam o movimento de career cushioning. É sobre o próprio crescimento vir antes do emprego. 

Por isso, o cenário mais positivo que podemos esperar a partir dessa movimentação recente é que as empresas comecem a enxergar quais colaboradores estão descontentes e entendam como a situação pode ser modificada.  

Se lá no início do artigo vimos que carreira estagnada, remuneração desatualizada e inflexibilidade são alguns dos motivos que fazem os colaboradores quererem mudar de emprego, por que não lidar com essa insatisfação dentro de casa?  

O mundo do trabalho tem se transformado de maneira muito rápida, e o mindset dos profissionais acompanham essas mudanças. Por isso, as organizações que querem manter seus talentos precisam avaliar o que é necessário para que essa inquietação seja contornada.  

Confira, a seguir, quais ações sua empresa pode adotar para lidar com o career cushioning 

REDEPLOYMENT 

O redeployment é, explicando de forma simples, uma movimentação interna da força de trabalho.  É oferecer ao colaborador a oportunidade de buscar mudanças dentro da organização onde ele já atua, sem ter que procurar por isso em outros espaços. A estratégia traz benefícios tanto para a empresa, que não perde um talento por descontentamento com suas funções atuais, como para o profissional, que pode repensar sua carreira.  

FLEXIBILIDADE 

Adotar um modelo de trabalho mais flexível é permitir que os colaboradores definam as melhores condições de atuação para si mesmo, seja em relação ao horário, ao espaço, ao modo de se vestir. O equilíbrio entre as tarefas profissionais e pessoais tem sido mais buscado, dia a dia, por trabalhadores dos mais diferentes segmentos.  

E caso a sua empresa atue em um setor que não pode abraçar o trabalho remoto, como o setor industrial, a flexibilidade pode ser aplicada de outras formas. Oferecer benefícios mais atualizados, como com os cartões que são aceitos em vários estabelecimentos, já pode ser um primeiro passo.  

CONVERSA DE CARREIRA 

Faz parte da cultura da sua empresa escutar o que os colaboradores estão sentindo? A conversa de carreira pode ser uma boa ferramenta na hora de lidar com o career cushioning. A ideia é engajar e impulsionar talentos a partir de uma conversa sincera, permitindo que o profissional exponha como se sente em relação ao seu trabalho, à organização e ao que ele deseja para o futuro.  

PROTAGONISMO 

Quando um colaborador sente que não é valorizado na empresa, uma de suas primeiras reações pode ser deixar de se desenvolver profissionalmente. Por isso, a cultura do protagonismo deve ser implementada: ela permite que o trabalhador seja proativo na hora de buscar soluções, seja para lidar com mudanças internas ou externas. Além do estímulo à evolução de carreira por conta própria, essa estratégia tende a impulsionar o engajamento, o nível de satisfação e a produtividade das equipes. 

FEEDFORWARD 

Você, com certeza, já conhece e até utilizou o feedback convencional para falar com colaboradores sobre tarefas que foram realizadas. Mas, agora, a ferramenta de comunicação que vem ganhando espaço nas organizações é o feedforward, que propõe reflexões sobre o futuro, incluindo onde os profissionais querem chegar e o que pode ser feito para que os objetivos sejam alcançados. O feedforward pode funcionar também alinhado à conversa de carreira, que citamos anteriormente. 

Nós quisemos destacar ao longo de todo o texto que movimentos como o career cushioning surgem da insatisfação e preocupação dos colaboradores no cenário atual do trabalho. Mas isso poderia ser resolvido, ou minimizado, a partir de uma melhor gestão de talentos dentro das organizações.  

Se quiser saber mais sobre como engajar e apoiar o crescimento dos profissionais da sua empresa, entre em contato com a equipe de consultores de Right Management da Talent Solutions, a solução global de gestão de talentos do ManpowerGroup.  

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