<img height="1" width="1" style="display:none" src="https://www.facebook.com/tr?id=680782996107910&amp;ev=PageView&amp;noscript=1">

Procrastinação no trabalho: como identificar e superar a autossabotagem?

16 min de leitura

Publicado em 18/08/19

Atualizado em Agosto 7, 2023

Se você recorreu ao Google em busca de informações sobre procrastinação recentemente, saiba que não é a única pessoa: no Brasil, as pesquisas sobre o termo registraram um aumento de 90% nos últimos cinco anos, deixando claro que esse sintoma associado à autossabotagem é o grande assunto da vez.

Apesar de muitas pessoas ainda considerarem o hábito de adiar tarefas importantes como um mero reflexo de preguiça ou da má gestão do tempo, a verdade é que, em muitos casos, ele esconde questões bem mais complexas, como o medo de errar ou até mesmo o excesso de confiança.  

O grande desafio é que, quando a procrastinação toma conta, a realização pessoal e profissional pode ser significativamente prejudicada. Para evitar que esse problema continue se perpetuando, hoje trazemos insights valiosos sobre como vencê-lo!  

O que é procrastinação?

Sabe quando você tem várias entregas para o dia, mas, em vez de focar, continua navegando nas redes sociais? Esse cenário traduz bem o que é a procrastinação: um fenômeno universal, com causas psicológicas e sociais, que se caracteriza pelo ato de postergar tarefas, compromissos ou responsabilidades com prazo para acontecer.  

Não por acaso, é considerada uma das grandes — senão a maior — vilã da produtividade no trabalho.  

Quais os sinais de uma pessoa procrastinadora?

Embora a procrastinação seja frequentemente associada ao hábito de deixar as tarefas importantes para depois, há outros sinais que também podem apontar para esse problema.  

Entre eles, destacam-se: 

  • foco em atividades irrelevantes: a pessoa procrastinadora tende a se distrair com atividades menos importantes ou até mesmo triviais para evitar enfrentar os desafios mais significativos; 
  • perfeccionismo paralisante: o perfeccionismo excessivo pode levar à procrastinação. Neste caso, a pessoa teme tanto não atingir o padrão desejado que evita começar a tarefa; 
  • queda na produtividade: a procrastinação geralmente resulta em uma queda na produtividade, e na qualidade, do trabalho, pois os afazeres são concluídos apressadamente ou, em alguns casos, nem chegam a ser realizados; 
  • atrasos: chegar atrasado aos compromissos profissionais ou não cumprir com os prazos de entrega de um projeto também são consequências da procrastinação; 
  • frustração: a procrastinação pode levar a sentimentos de culpa, frustração ou arrependimento, uma vez que a pessoa percebe que está desperdiçando tempo ao não cumprir suas responsabilidades; 
  • estresse: quando esse comportamento passa a fazer parte da rotina, o indivíduo também pode desenvolver problemas emocionais, como o estresse e a irritabilidade extrema. 

Vale dizer que, gradualmente, o ato de procrastinar em uma tarefa pode levar ao adiamento de outras atividades, criando um efeito dominó que prejudica a eficiência geral do profissional. 

O que a procrastinação tem a ver com a autossabotagem?

Agora que o significado de procrastinação está claro, queremos chamar a sua atenção para o seguinte: essa nada mais é do que uma forma específica de autossabotagem. Afinal, ao procrastinar, a pessoa está sabotando seu próprio progresso. 

Ainda que o adiamento de tarefas importantes possa ser uma resposta temporária ao estresse ou à pressão, é importante observar se ele já não se tornou um padrão persistente de comportamento — mesmo que inconscientemente.  

Reconhecer esse padrão, assim como a relação entre ele e a autossabotagem, é o primeiro passo para lidar com o problema e buscar estratégias capazes de aumentar a produtividade, eficácia e bem-estar geral. 

O que pode estar por trás desses dois comportamentos?

Existem fatores psicológicos envolvidos tanto na procrastinação, quanto na autossabotagem. Mas eles também podem ser desencadeados por fatores externos, como a dinâmica do ambiente de trabalho. 

Por se tratar de um leque bem amplo, o ideal é que cada caso seja avaliado individualmente. Mas, de modo geral, aqui estão os principais fatores que podem estar na raiz do problema: 

  • medo do fracasso; 
  • receio de ser julgado pelos colegas; 
  • confiança excessiva; 
  • transtornos emocionais, como ansiedade; 
  • insegurança ou baixa autoestima; 
  • falta de habilidades necessárias para realizar o trabalho; 
  • ambiente de trabalho tóxico; 
  • falta de clareza de objetivos;
  • sobrecarga de tarefas.  

Para quem quer entender mais a fundo esses conceitos e suas causas, temos uma dica de leitura: o livro O Ciclo da Autossabotagem. Nele, a escritora Patricia Hermes e o psicólogo Stanley Rosner analisam como traumas podem criar dilemas que acabam fazendo com que as pessoas ajam contra si mesmas. Vale conferir! 

Ao compreender melhor o assunto, fica mais fácil desenvolver estratégias adequadas para lidar com a autossabotagem e promover mudanças positivas. Na sequência, falamos um pouco sobre elas. 

Como combater a autossabotagem no trabalho?

Se você se identificou com alguns exemplos que demos até aqui, respire fundo: por mais desafiador que possa parecer, é possível vencer esses dois males!  

Para auxiliar nessa missão, conversamos com Wilma Dal Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas do ManpowerGroup Brasil. Confira, abaixo, algumas dicas apontadas por ela quando o assunto é combater a autossabotagem no trabalho: 

ENTENDA QUE É POSSÍVEL 

O primeiro passo para superar obstáculos na vida profissional é entender que é possível vencer essa batalha. Isso quer dizer que, com dedicação e as ferramentas certas, maus hábitos podem ser corrigidos. 

Uma das estratégias apontadas por Wilma nesta frente é a regra 20/80. Também chamado de Princípio de Pareto, esse método estipula que 20% das ações são responsáveis por 80% dos resultados. Ou seja, se você conseguir melhorar 20% das suas atitudes, você conseguirá aprimorar seu desempenho todo. 

“Para conseguir uma mudança efetiva na produtividade diária, devemos focar naquilo que podemos mudar e entender que isso vai afetar o todo positivamente.” 

Wilma Dal Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas do ManpowerGroup 

IDENTIFIQUE A RAIZ DO PROBLEMA 

A próxima etapa é identificar o que pode estar atrapalhando a sua produtividade no dia a dia. A grande questão é que as atitudes sabotadoras nem sempre são fáceis de serem reconhecidas, principalmente quando tentamos mascarar o problema.  

Conforme os desafios vão surgindo, é comum darmos desculpas como “não estou preparado para aceitar tal situação” ou “estou sem tempo para me dedicar a tal projeto”. Para te ajudar a escapar dessas justificativas, experimente responder às perguntas abaixo com honestidade: 

  • Eu não consigo fazer isso porque __________________________. 

Exemplo: “Eu não consigo entregar esse relatório porque sempre que preciso fazê-lo, fico lendo outras coisas na internet”. 

  • Eu tenho este comportamento porque _____________________. 

Exemplo: “Eu tenho este comportamento de ficar navegando na internet porque tenho medo de não conseguir realizar meu trabalho de maneira correta”. 

Mais uma vez, ressaltamos que entender os motivos da autossabotagem não é tão simples. Por isso, é importante contar com ajuda profissional, como mentores ou terapeutas.  

ESTEJA ABERTO A APRENDER 

Para vencer a procrastinação ou qualquer outro tipo de autossabotagem, não basta só reconhecer suas falhas: você também precisará aprender a combatê-las.  

Portanto, comece analisando seus comportamentos diários e tente identificar quais deles podem estar minando o seu crescimento pessoal e profissional. Após essa observação, a missão do autossabotador é aprender a ter uma nova postura diante as dificuldades.  

Se não você não está conseguindo realizar uma tarefa, por exemplo, tente encará-la sob uma perspectiva diferente. Dividir uma atividade desafiadora em etapas mais gerenciáveis ou, então, tomar medidas para reduzir as distrações, são abordagens que podem ajudar. 

 “Aprender mais sobre o trabalho e sobre si são as chaves contra a autossabotagem”, destaca Wilma.  

SEJA PACIENTE E BUSQUE A AUTOMOTIVAÇÃO

O combate à autossabotagem não acontece da noite para o dia. Para vencer essa vilã da produtividade, você precisará de: 

  • equilíbrio emocional para compreender os motivos de sua autossabotagem acontecer e porque você deve superá-la; 
  • motivação para mudar algo que passou a fazer parte do seu “modus operandi”; 
  • paciência, pois os resultados são gradativos e o “trabalho de formiguinha” precisa continuar. 

Uma sugestão de como trabalhar a automotivação: determine recompensas para si após completar tarefas importantes. Isso pode ser o incentivo que faltava!  

AVALIE OS RESULTADOS COM FREQUÊNCIA 

Durante esse processo de combate à procrastinação e à autossabotagem, é importante que você se autoavalie quase diariamente. Busque responder a si, sozinho ou com a ajuda de um mentor, as seguintes perguntas:  

  • Suas ações lhe trouxeram bons resultados? 

Se sim, você precisa continuar com elas. Se não, é hora de buscar novas estratégias. 

  • Você eliminou os possíveis causadores da autossabotagem no processo? 

Agora que você já sabe quais são as atitudes que te atrapalham no trabalho, certamente será mais fácil visualizar se você conseguiu evitá-las ou eliminá-las de vez. 

Por fim, lembre-se de que combater a procrastinação e a autossabotagem é um processo contínuo. Ao longo do caminho, é preciso estar aberto para aprender com os erros, identificar novos desafios e desenvolver estratégias cada vez melhores!  

Se você gostou deste conteúdo e quer continuar aprendendo sobre ele, recomendamos a leitura do artigo que fizemos sobre a Síndrome do Impostor — fenômeno que também ajuda a explicar a autossabotagem. Confira!

Deixar comentário