O currículo é o principal cartão de visitas de qualquer profissional quando ele se candidata para uma vaga. Nesse documento, o candidato faz uma espécie de apresentação pessoal, mostrando a sua trajetória profissional, desde a sua formação até suas experiências em outras empresas. Como essa é a primeira impressão que o recrutador terá do candidato, é essencial conhecer dicas para um bom currículo.
Entre os dois tipos de currículo mais comuns, estão o vitae e o Lattes. O primeiro é o padrão mais usado e aceito no mercado de trabalho, no qual o candidato pode definir o formato e a maneira como vai apresentar suas informações. Já o currículo Lattes é mais usado para a vida acadêmica e, por isso, traz dados mais complexos, como publicações já feitas e áreas de pesquisa.
Independentemente da área seguida e do formato escolhido, todos os profissionais devem organizar seus dados de forma direta e atrativa, para realmente chamar a atenção dos recrutadores e serem convidados para as próximas etapas de um processo seletivo. Se você está procurando por novas oportunidades profissionais e quer fazer um CV notável, siga nossas dicas abaixo e aprenda como fazer um bom currículo.
1. Coloque seus dados pessoais em destaque
Como o seu currículo é seu cartão de visita, ele deve começar com a sua identificação com nome, idade, endereço e informações para contato. Essa parte deve conter apenas os principais dados pessoais e deve ser fácil de ser encontrada no seu CV, já que o recrutador vai usá-las para entrar em contato com você.
Não vá se esquecer também de sua vida virtual, afinal, hoje, boa parte dos contatos é feito por meio de mídias digitais, sejam eles profissionais ou não. Aproveite para linkar o seu LinkedIn no currículo ou quaisquer outras plataformas de portfólio on-line das quais você faz parte.
Inclusive, o próprio Lattes — utilizado bastante por estudiosos e acadêmicos — deve ser incluído se o currículo estiver sendo direcionado a uma vaga ligada à docência ou pesquisa, por exemplo. E atenção: não estamos dizendo para você abarrotar a seção inicial do seu vitae com excesso de informação, portanto, saiba identificar aquilo que contribuirá para causar uma melhor impressão no recrutador e fazer com que ele entenda qual é o seu trabalho.
2. Organize suas informações em grupos
Para facilitar a leitura de seu currículo, é recomendável que você separe suas informações em grupos como experiência profissional, formação, cursos e línguas. Dessa forma, o recrutador conseguirá encontrar de forma fácil os seus dados e terá uma visão geral do seu perfil em uma leitura rápida.
Pense também que trazer informações adicionais em seu currículo — por exemplo, uma seção dedicada a questões como trabalhos voluntários e experiências pessoais — tende a contar positivamente na apresentação desse documento.
Não obstante, muitas empresas têm perguntado aos candidatos no processo seletivo quais são os seus hobbies e interesses pessoais. Elas fazem isso não por curiosidade, mas sim, para entender melhor quem ele é e saber se está alinhado com os valores da empresa.
Por esse motivo, organizar as informações em grupos vai muito além de uma questão de legibilidade do documento, já que se trata de apresentar você mesmo da maneira mais convincente possível e de que forma pode contribuir para o desenvolvimento da empresa. No fim das contas, é isso que realmente interessa a quem lhe contratará e você deve ser estratégico na confecção de seu currículo.
3. Tome cuidado com o design
Existem diversos modelos de currículo disponíveis para download na internet, mas é preciso ter cautela na hora de escolher o ideal. Pense que o design do seu CV deve ser utilizado para dar destaque às informações mais relevantes para o seu momento profissional atual. Por exemplo, se você está procurando o primeiro emprego e ainda não tem experiências profissionais, o design pode ajudar a dar maior evidência em sua formação e características.
Também é preciso pensar se o formato do seu currículo condiz bem com a sua área e com a posição que você quer alcançar. Modelos que fogem do padrão e trazem propostas inovadoras podem ser interessantes para quem busca uma posição criativa, mas podem não ser tão bem-vistos em cargos mais tradicionais.
4. Descreva a sua experiência profissional
No momento de falar sobre a sua trajetória profissional, é importante incluir os cargos, as empresas e o tempo em que atuou em cada uma delas, organizando essas informações dos fatos mais recentes aos mais antigos, dando maior destaque para a sua última experiência. Além disso, não se deve deixar de incluir uma breve descrição das tarefas e projetos que você realizou em cada posição, para que o recrutador possa conhecer melhor a sua carreira.
Tome cuidado para não se alongar nessa parte e não detalhar demais a sua experiência em cada cargo. A intenção é dar uma visão geral que poderá ser aprofundada no momento de entrevista. Mantenha em mente que o indicado é que o currículo tenha no máximo duas páginas.
5. Insira seu objetivo
Ter um objetivo claro e direto é um dos elementos mais importantes entre as dicas para um bom currículo. Em uma ou duas linhas de texto, você pode explicar qual é a área e a posição em que você tem interesse em atuar para o possível recrutador que verá seu CV.
Nesse passo, é importante ser direto e não citar mais de uma área de interesse. Se você está se candidatando para mais de um cargo, o recomendado é que você crie diferentes versões do seu currículo, cada uma com um objetivo específico.
6. Inclua informações complementares
O seu perfil profissional vai muito além da experiência e da formação acadêmica, e essas informações complementares também devem ser incluídas em seu perfil. Nesse espaço, você pode colocar sua proficiência em outras línguas e o nível no qual você se encontra (básico, intermediário, avançado ou fluente), cursos realizados com a data e o instituto onde estudou, assim como habilidades com o pacote Office e outros softwares.
Participações em eventos, certificações, reconhecimentos e trabalhos voluntários também podem entrar nesse grupo, reforçando ainda mais seus pontos fortes.
7. Revise seu texto
Erros gramaticais e de digitação acontecem, porém, quando eles são encontrados em um currículo, isso é um ponto negativo e pode ser até um dos motivos pelos quais o candidato não tem continuidade na participação no processo seletivo. Por isso, fazer um bom currículo envolve uma revisão gramatical de tudo o que foi escrito.
Você pode usar funcionalidades de revisão e gramática, disponíveis em programas de edição de texto como Word e LibreOffice Writer, para encontrar erros que, algumas vezes, podem ser difíceis de identificar, como mau uso de vírgula e aplicação de crase. De qualquer forma, tenha em mente que mesmo esses programas podem deixar alguns erros passarem, então, não deixe de fazer uma revisão do seu próprio texto também.
8. Cuidado ao colocar uma foto no currículo
Esse é um tema que é controverso até para profissionais de Recursos Humanos e especialistas no assunto. O único consenso existente sobre isso é que você deve anexar uma foto sua ao currículo caso seja solicitado pela empresa para a qual está se candidatando.
Caso não, inclua somente em cargos que possam ter algum apelo à aparência como host(ess) em eventos ou algum posto de trabalho que exigirá cuidados extras com a aparência. Ainda assim, existem algumas recomendações que se deve seguir ao optar por esse caminho. São elas:
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foto 3×4 de caráter sóbrio: nada de exibir situações pessoais como viagens de férias com os amigos, passeios com cônjuge etc.;
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boa iluminação e qualidade de nitidez, a fim de dar o devido trato profissional à sua foto no currículo;
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fundo branco é recomendável, pois também oferece uma feição mais criteriosa ao documento;
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a expressão facial deve ser parcimoniosa, ou seja, sem exageros, considerando que será uma foto de ombro e face.
Nem sempre é vantajoso incluir a foto no currículo, e você deve estar atento para não quebrar o protocolo praticado pela maioria das empresas. Inclusive, durante um certo tempo, houve uma forte crítica social a empresas que exigiam isso, denotando um possível caráter de preconceito na escolha dos candidatos.
Portanto, inclua a foto apenas se realmente perceber que será benéfico à sua apresentação ao recrutador por meio do currículo. Não se arrisque desnecessariamente.
9. Faça uso de portfólios on-line
Hoje, é possível armazenar na internet os mais diversos tipos de trabalhos, sejam eles textos, vídeos, áudios, slides e tantas outras formas de registro. Se você trabalha na área de audiovisual, por exemplo, é possível criar um canal no YouTube com as suas principais produções ou mesmo no Vimeo, que oferece qualidade maior de resolução e carregamento.
Para designers gráficos, existem diferentes ferramentas para construção de portfólio on-line, como a plataforma Carbonmade, Cargo Collective, Behance e tantos outros que são bastante conhecidos e constantemente utilizados pelos profissionais dessa área.
Até mesmo para os acadêmicos, a possibilidade de expor os seus trabalhos on-line vai muito além do currículo Lattes, que serve apenas para condensar informações descritivas sobre os trabalhos realizados.
Dedicada exclusivamente aos profissionais dessa área e com usuários de várias partes do mundo, a rede social Academia.edu é uma excelente forma de expandir os contatos e expor os trabalhos acadêmicos. A possibilidade de anexar o arquivo de acordo com o tipo de documento (artigo, capítulo de tese, resenha, entre outros) traz grandes vantagens para quem atua nessa área.
Ademais, o próprio LinkedIn, com o recurso de anexar arquivo na descrição do perfil de acordo com os cargos e atividades descritas, também se torna uma possibilidade de criar de maneira básica um portfólio on-line.
Hoje, é de praxe que se inclua o endereço eletrônico para uma dessas plataformas citadas junto aos dados pessoais, que vêm como primeira informação do seu currículo. Se você já está em uma dessas mídias ou está pensando em fazer parte delas, aproveite para inserir o link no seu vitae.
10. Desenvolva currículos criativos
Se a sua área de atuação permite apresentar currículos de modo criativo, ou seja, que vá além do convencional ou não dependa da apresentação do vitae em papel, você pode usar isso em seu favor para causar uma melhor impressão no recrutador e convencê-lo de suas habilidades.
Se trabalha com Direção de Arte, por exemplo, você pode e deve utilizar recursos visuais ou até mesmo vídeos — caso isso faça parte do seu ofício — como forma de demonstrar na prática do que você é capaz profissionalmente.
Até porque, em situações como essa, vale muito mais o portfólio que você apresenta do que meras descrições sobre a sua profissão redigidas em um papel. Porém, não abra mão do currículo tradicional caso a empresa demande a apresentação dele no processo seletivo. Do contrário, parecerá desleixo ou mesmo arrogância da sua parte não seguir o protocolo determinado pela organização.
Considere também que não é só a área de Direção de Arte que permite isso: designers, arquitetos, músicos e até mesmo professores que fazem uso de ferramentas multimídia podem apresentar seus trabalhos de maneira inovadora. Se a vaga em questão abre espaço para esse tipo de abordagem, aproveite para se diferenciar em relação aos outros candidatos e se destacar no processo seletivo.
11. Seja sincero
A última dica para fazer um bom currículo é usar a sinceridade na hora de compor suas informações. Colocar experiências ou habilidades que você não tem em seu CV pode até chamar a atenção do recrutador em um primeiro momento, mas podem levar a uma saia justa nas próximas etapas do processo, colocando em risco a sua credibilidade como profissional.
Fazer um bom currículo não é garantia de sucesso no processo seletivo, mas é uma boa forma de começar um relacionamento com a possível futura empresa e ainda diferencia você dos outros concorrentes à vaga. Invista no seu “cartão de visitas” profissional e prepare-se para as entrevistas.
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