As mudanças nas expectativas dos colaboradores, aliadas à escassez global de profissionais, tornam a tarefa de reter talentos cada vez mais desafiadora para as empresas.
De um lado, temos uma nova geração de trabalhadores buscando por organizações que ofereçam flexibilidade, propósito e um comprometimento genuíno com o desenvolvimento de suas carreiras.
Do outro, há uma intensa competição no mercado por talentos com habilidades únicas, exigindo dos empregadores estratégias inovadoras não apenas para atraí-los, mas também para mantê-los engajados.
Nesse cenário complexo, a retenção de talentos passa a depender de uma combinação de fatores. A seguir, apresentamos cinco estratégias que estão ganhando destaque, conforme revelou a nossa Pesquisa de Expectativa de Emprego ManpowerGroup Q4 2024.
Implementar ações para ampliar o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho é a prioridade número 1 dos empregadores quando se trata de reter talentos.
Muitas empresas já perceberam que essa demanda está se tornando cada vez mais importante para os trabalhadores, impulsionando a busca por maior flexibilidade e autonomia.
Conforme o nosso Relatório de Tendências 2024: A Era da Adaptabilidade, os “benefícios” mais desejados pelos profissionais atualmente incluem:
Além de acompanhar essas tendências, é fundamental que as empresas criem uma cultura organizacional que valorize o tempo livre e incentive a desconexão digital fora do expediente, demonstrando respeito pelos seus colaboradores.
Ao promover mais harmonia entre vida profissional e pessoal, as organizações aumentam a satisfação dos trabalhadores, reduzem o absenteísmo e a rotatividade, e constroem uma reputação positiva como um excelente lugar para se trabalhar.
Hoje, mais do que nunca, a eficiência no trabalho está diretamente ligada à adoção de novas tecnologias.
Organizações que investem em ferramentas mais atualizadas e ágeis conseguem simplificar os processos, reduzir as tarefas manuais e burocráticas, melhorar a comunicação interna e até mesmo favorecer a colaboração entre pessoas e equipes.
O resultado é um ambiente de trabalho mais dinâmico e atraente, que, além de otimizar a produtividade e reduzir os erros, ainda contribui para a satisfação e a retenção dos colaboradores.
Você sabia que 70% da variação no engajamento da equipe pode ser atribuída aos gestores? Levantado pela Gallup, esse dado evidencia o impacto que o desempenho das lideranças tem na retenção de talentos.
Em linhas gerais, líderes bem-preparados conseguem criar um ambiente de trabalho muito mais acolhedor e eficiente, onde todas as pessoas se sentem pertencentes e valorizadas por suas contribuições.
Em contrapartida, a insatisfação com o líder direto pode resultar em um espaço de trabalho negativo, caracterizado por conflitos não resolvidos e a falta de direção clara.
Não é à toa que o desenvolvimento contínuo da liderança está se tornando uma prioridade para motivar e reter talentos. Investir na formação dos gestores é, sem dúvida, uma das melhores estratégias para garantir um time mais comprometido.
O estresse é amplamente reconhecido como um dos principais inimigos da produtividade.
Afinal, colaboradores sob estresse elevado são mais propensos a cometer erros, experimentar uma queda na qualidade do trabalho e apresentar taxas mais altas de absenteísmo e turnover.
Além disso, o estresse prolongado pode levar ao burnout, um estado de exaustão extrema e esgotamento físico causado por condições de trabalho desgastantes.
Para combater esses efeitos e, consequentemente, reter talentos, os empregadores estão cada vez mais focados na gestão do estresse dos colaboradores.
Entre as iniciativas que se destacam por apoiar esse propósito estão a oferta de programas de apoio psicológico, a promoção de pausas regulares durante a jornada de trabalho e a criação de um ambiente que priorize o bem-estar da equipe.
Como também mostramos em nosso Relatório de Tendências 2024, 60% dos talentos da Geração Z esperam que seus empregadores ofereçam caminhos de desenvolvimento personalizados e com orientação regular.
Mas vale dizer que essa não é uma tendência que se restringe aos profissionais nascidos a partir de 1995.
De maneira geral, a falta de oportunidades de crescimento está entre as principais causas de insatisfação no trabalho, levando muitos colaboradores a buscarem novos horizontes (e organizações).
Ao oferecerem programas de desenvolvimento pessoal e profissional contínuos, as empresas demonstram um genuíno interesse no crescimento de seus trabalhadores. Essa atitude impulsiona a satisfação e o engajamento, mas também os prepara para assumir novas responsabilidades e desafios na companhia.
Ao se sentirem valorizados e com oportunidades de aprimoramento, os talentos tendem a permanecer por mais tempo na empresa, contribuindo para a construção de equipes mais sólidas e um ambiente de trabalho motivador.
Como sabemos, o turnover elevado pode ter impactos negativos para uma empresa, prejudicando não apenas a continuidade das operações, mas também gerando custos elevados com a contratação e o treinamento de novos colaboradores.
Mas não é só isso.
Organizações que enfrentam altos índices de rotatividade frequentemente observam uma queda na produtividade e um aumento no estresse dos profissionais remanescentes, que podem se sentir sobrecarregados pela necessidade de compensar as ausências.
No fim das contas, esse ciclo vicioso tende a tornar a missão de atrair e reter talentos ainda mais desafiadora, criando uma verdadeira “bola de neve” que prejudica o crescimento da companhia.
Enquanto isso, as empresas que investem em estratégias eficazes para melhorar a retenção de talentos são mais propensas a se destacar no mercado, promover um crescimento sustentável e garantir sua competitividade por muito mais tempo.
Como vimos até aqui, as estratégias adotadas atualmente pelos empregadores para reter talentos estão cada vez mais relacionadas ao bem-estar, ao desenvolvimento contínuo e à criação de um ambiente de trabalho que valoriza o colaborador como pessoa.
Em resumo, essas práticas evidenciam que a humanização na gestão dos talentos não é uma tendência passageira, mas uma necessidade para construir uma força de trabalho mais engajada.
Se você não vê a hora de colocar em prática o que aprendeu lendo este texto, aproveite para conferir também o artigo Como criar um programa de desenvolvimento de talentos que realmente funciona. Nele, apresentamos cinco etapas indispensáveis para apoiar o crescimento contínuo do time!