Muitas empresas e seus setores de RH ainda não compreendem bem o que faz um colaborador pedir demissão. Os motivos podem variar bastante e, apesar de a remuneração ser uma das questões principais, as razões não param por aí.
Em um mercado altamente diversificado e competitivo, bons profissionais sempre têm a opção de buscar algo melhor na medida em que se tornam insatisfeitos com o local onde trabalham.
Entender a fundo o que os motiva a deixar uma organização pode ser estratégico para a construção de um sistema organizacional mais satisfatório. Confira aqui as oito razões que levam um profissional a pedir demissão em uma empresa. Boa leitura!
1. Insatisfação com salário
Comecemos por uma das razões mais óbvias: insatisfação com salário. Ainda que esse descontentamento possa ser meramente subjetivo e não ter realmente a ver com uma baixa valorização do cargo ocupado pelo profissional, ele pode ser um dos maiores gatilhos para levar um colaborador a pedir demissão.
Vale dizer que essa condição está diretamente interligada aos outros tópicos que apresentaremos neste post. Isso porque estar insatisfeito com algo envolve tanto questões pessoais quanto externas. Por isso, procure avaliar se na sua empresa os seguintes quesitos vêm sendo cumpridos:
- a remuneração pelo cargo exercido está compatível com o valor pago pelo mercado;
- o clima e a cultura organizacional contribuem para o bom desempenho do trabalho e satisfazem os funcionários;
- as atribuições do colaborador estão niveladas com o quanto ele ganha, ou seja, não há abuso em termos de tarefas desempenhadas por um mesmo funcionário.
Essas são algumas questões básicas que podem levar um profissional a concluir que ele não ganha o quanto deveria na empresa e, assim, deixar o cargo. Cuide para que isso não aconteça em sua organização e continue lendo para conhecer outros motivos que levam colaboradores a pedir demissão.
2. Ausência de oportunidades de crescimento
Se a pessoa se dedica constantemente e traz resultados para empresa, obviamente ela espera a chance de crescer e subir de posição. Quando isso não acontece, a frustração é grande e chega ao limite quando o funcionário conclui que não haverá chance de alcançar um cargo melhor.
Por isso é muito importante ter um plano de carreira e política de promoção clara dentro da organização. Cada profissional deve saber o que é preciso fazer para crescer profissionalmente e conquistar o novo cargo desejado. Assim, evitam-se expectativas errôneas por parte dos colaboradores, diminuindo a rotatividade na empresa.
3. Falta de reconhecimento
Outra grande desmotivação com profissionais sérios e dedicados é a falta de reconhecimento pelos frutos gerados na empresa. Não que o chefe precise se tornar um bajulador do funcionário e ficar o tempo todo preocupado em elogiá-lo — isso, inclusive, seria bastante prejudicial para a cultura organizacional da empresa.
Porém, de tempos em tempos, é importante dizer ao funcionário como o trabalho é importante para o desenvolvimento da empresa e dizer claramente como uma determinada ação dele contribui para o crescimento da organização.
Se o colaborador dá o seu melhor mas percebe que isso parece irrelevante aos olhos de seus superiores, ele pode começar a se perguntar se realmente vale a pena continuar se dedicando tanto assim e, no fim das contas, pedir demissão.
4. Falta de propósito
Talvez para gerações mais avançadas, pessoas com idade próxima a 50 anos, esse quesito não seja tão primordial assim, mas para a geração Millennial é diferente. As pessoas nascidas entre os anos 1980 até início dos anos 2000 costumam ser extremamente preocupadas em causar uma diferença no mundo por meio do seu trabalho.
Essa nova geração não está tão focada na remuneração somente — o que não quer dizer que aceitem ganhar menos do que merecem — e veem suas profissões como uma forma de melhorar a sociedade.
Por terem crescido em um ambiente repleto de informação e contato com diferentes realidades, essa consciência social parece ter aflorado mais fortemente. Além disso, são filhos de pais que viveram a era de contestação social dos anos 1970 e que podem tê-los influenciado também.
Para essas pessoas, receber um bom salário e cumprir uma função cegamente não costuma funcionar no médio ou longo prazo. Com isso, poderão se sentir frustradas com seu trabalho e pedir demissão.
5. Colaboração desequilibrada
Soa muito bem falar em “colaboração” no mundo do trabalho contemporâneo. Porém, na prática, isso deve ser executado com equilíbrio e parcimônia. Imagine uma equipe formada por cinco profissionais em que somente um deles tem um conhecimento mais aprofundado sobre um determinado processo.
Se os demais colaboradores não tiverem um senso de autodesenvolvimento e buscarem se nivelar com esse único colega de trabalho, ele ficará sobrecarregado e até mesmo abandonará o cargo.
Da mesma forma, algumas empresas com uma visão de trabalho mais horizontal tendem a transformar colaboração em falta de clareza sobre como os processos devem se dar na organização. Tome cuidado para que o senso de compartilhamento de saberes e responsabilidades não se transforme em ineficiência e confusão.
6. Descontrole nas horas extras
Cada vez mais se tem discutido a forma como o trabalho impacta o tempo livre e a qualidade de vida dos profissionais. Não é raro ver casos de pessoas bem-sucedidas que deixam cargos invejáveis para viver de maneira mais simples por não desejarem mais tantas pressões e exigências.
Da mesma forma que a empresa pode requerer flexibilidade do funcionário — de acordo com as demandas que surgem —, o inverso também é verdade, quando o colaborador precisa de um pouco mais de tempo livre para desfrutar de sua vida pessoal.
Tanto que tem sido cada vez mais comum empresas que oferecem um modelo de trabalho baseado na entrega de resultados e não na presença do funcionário no escritório em um número pré-determinado de horas diárias.
Verifique se o colaborador não tem estado sufocado pela quantidade de horas extras e evite assim o turnover em sua empresa.
7. Nenhuma oportunidade de aprendizado
Esse tópico vale para profissionais de várias faixas etárias, mas é certamente ainda mais importante para os Millennials. Todo profissional que enxerga propósito e valor no trabalho que executa quer usar dessa oportunidade para se desenvolver pessoalmente e profissionalmente.
Empresas que entendem isso e oferecem a oportunidade de desenvolver novas habilidades e até mesmo comportamentos contribuem para manter os melhores funcionários por perto mais tempo.
O investimento em cursos de capacitação, workshops, palestras, bem como o uso correto da colaboração no ambiente de trabalho podem trazer isso aos profissionais que querem evoluir profissionalmente.
8. Problemas de comunicação entre chefe e funcionário
Uma questão que impacta diretamente tanto o clima quanto a cultura organizacional é a qualidade da comunicação entre chefe e funcionário. Por isso, verifique se as seguintes situações estão ocorrendo na empresa onde trabalha:
- os superiores podem ser facilmente encontrados e contatados por seus colaboradores;
- o feedback entre chefes e funcionários acontece de maneira periódica e frequente;
- a maneira como se dá o diálogo entre superiores e colaboradores é franca e respeitosa;
- as possíveis dúvidas em torno do trabalho, plano de carreira e quaisquer outras questões são respondidas de forma aberta e clara pelos superiores.
Em um ambiente de relações transparentes tudo tende a fluir muito melhor. Cuide para que esse seja o caso da sua empresa.
Se você gostou de conhecer quais os principais gatilhos que fazem funcionários pedir demissão, compartilhe nosso artigo nas redes sociais. Muitos profissionais de RH ainda precisam entender melhor essa questão!