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Espaços seguros para profissionais LGBTQIAP+: 6 práticas que funcionam

Escrito por ManpowerGroup Brasil | 09/06/25

Falar sobre diversidade não é mais opcional, é uma necessidade urgente no mundo do trabalho. E quando o assunto é garantir espaços seguros para profissionais LGBTQIAP+, ainda há um longo caminho pela frente.

Uma pesquisa recente revela o desafio: 53% das pessoas LGBTQIAP+ conhecem alguém que já sofreu preconceito no trabalho e 24% vivenciaram isso na própria pele. Esses dados escancaram uma realidade que muitas vezes passa despercebida pelas lideranças: a inclusão vai muito além de campanhas em datas comemorativas.

Neste artigo, reunimos seis práticas reais e eficazes para ajudar sua empresa a sair do discurso e construir, de fato, um ambiente acolhedor, onde cada talento possa ser quem é, com segurança e respeito.

Inclusão LGBTQIAP+: desafios que ainda persistem 

Em 2024, um estudo realizado pelo Grupo Croma revelou que seis em cada dez brasileiros LGBTQIAP+ enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. E é triste perceber que os desafios não param por aí. 

Mesmo após conquistar uma vaga, muitas pessoas ainda enfrentam ambientes hostis, onde o preconceito se manifesta de forma velada ou explícita, seja por meio de “piadas”, exclusões ou pela ausência de políticas claras de diversidade e inclusão.

A falta de um espaço verdadeiramente seguro impede que esses profissionais se sintam à vontade para ser quem são, comprometendo diretamente o bem-estar, o desempenho e a permanência deles nas empresas. 

É por isso que, quando falamos em promover a inclusão, não podemos nos limitar a abrir portas. É preciso garantir que, uma vez dentro, esses talentos encontrem o que precisam para prosperar. 

Basicamente, criar espaços seguros para pessoas LGBTQIAP+ significa construir um local onde elas se sintam ouvidas, respeitadas e livres para expressar sua identidade (e habilidades) sem medo de discriminação ou violência. 

Mas não vale deixar para pensar nisso só no Mês do Orgulho, ok? A construção de ambientes assim precisa ser um compromisso contínuo, presente no dia a dia e em todas as áreas da organização. 

6 ações para construir empresas seguras e inclusivas 

A construção de espaços seguros para profissionais LGBTQIAP+ tende a beneficiar não somente esse público, mas toda a organização. Afinal, ambientes inclusivos são, em geral, mais saudáveis, colaborativos e inovadores, já que valorizam a diversidade de perspectivas e promovem o respeito mútuo entre os membros do time.

A seguir estão algumas ações que o time de RH e as lideranças podem colocar em prática para alcançar esse objetivo. 

1. DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS CLARAS DE D&I 

Para não haver dúvidas sobre o compromisso da empresa com essa causa, o primeiro passo é estabelecer políticas claras de diversidade e inclusão. Essas diretrizes devem: 

  • estar presentes no Código de Ética e Conduta; 
  • ser de conhecimento de todos; 
  • contemplar ações concretas para prevenir e combater qualquer forma de discriminação por orientação sexual, identidade ou expressão de gênero. 

Além disso, é fundamental que elas contem também com mecanismos de denúncia seguros, processos de investigação transparentes e medidas corretivas eficazes em caso de comprovação.

2. EDUCAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO CONTÍNUAS 

Hoje em dia, a informação está a um clique de distância. Mas isso não significa que a empresa não possa facilitar ainda mais esse processo. 

Muitos preconceitos nascem da falta de conhecimento. Sendo assim, é sempre válido promover ações de sensibilização que ajudem os colaboradores a reconhecerem seus próprios vieses e compreenderem melhor as vivências das pessoas LGBTQIAP+.

Entre as formas eficazes de ampliar a consciência coletiva e reforçar a importância do respeito às diferenças, estão palestras, workshops, campanhas internas, rodas de conversa e materiais educativos. 

3. USO DE LINGUAGEM INCLUSIVA 

Promover o uso de uma comunicação inclusiva, que respeite nomes sociais, pronomes e evite termos excludentes ou preconceituosos, ajuda a garantir que todas as pessoas se sintam vistas e pertencentes. 

Por isso, vale a pena revisar cuidadosamente os conteúdos internos e externos da empresa, como manuais, e-mails, campanhas, apresentações e políticas, assegurando que estejam alinhados com essa proposta. 

Também é recomendável criar um guia de linguagem inclusiva, que sirva como referência para todas as equipes e contribua para manter o tom respeitoso nas interações do dia a dia.  

Confira também: Words At Work: um guia para promover culturas mais inclusivas 

4. PROMOÇÃO DA ESCUTA ATIVA 

Tanto o RH quanto as lideranças devem se preparar para ouvir e acolher genuinamente quem faz parte da comunidade LGBTQIAP+. Afinal, os desafios enfrentados pela comunidade são únicos. 

Mas atenção: a escuta ativa é apenas o primeiro passo. O mais importante é transformá-la em ações concretas, seja adaptando as políticas internas, fortalecendo os canais de apoio ou ajustando práticas que desfavorecem a inclusão. 

5. FORTALECIMENTO DA SAÚDE MENTAL E BEM-ESTAR 

Você sabia que a comunidade LGBTQIAP+ apresenta um dos piores índices de saúde mental do Brasil? 

A constatação vem do primeiro Panorama da Saúde Mental e reforça o quanto esse grupo ainda enfrenta estigmas, exclusões e violências que impactam diretamente sua qualidade de vida e autoestima. 

Além disso, ela evidencia ainda mais a importância de as empresas olharem com atenção para o cuidado com a saúde mental do colaborador, especialmente aqueles que fazem parte de grupos historicamente vulnerabilizados. 

Oferecer apoio psicológico, criar programas de bem-estar emocional e firmar parcerias com profissionais especializados são passos essenciais para fortalecer essa rede de apoio.

6. VALORIZAÇÃO DA REPRESENTATIVIDADE 

Quanto mais pessoas LGBTQIAP+ estiverem presentes em diferentes níveis da organização, incluindo cargos de liderança, mais seguro o ambiente corporativo tende a ser. 

A representatividade em posições estratégicas fortalece a cultura inclusiva, inspira outros colaboradores a se sentirem à vontade para expressar sua identidade e demonstra que a empresa valoriza a diversidade também na tomada de decisões. 

Além disso, líderes LGBTQIAP+ podem atuar como mentores e aliados, contribuindo ativamente para a construção de políticas e práticas cada vez mais sensíveis às necessidades desse grupo. 

Considerações finais 

Organizações que investem em diversidade e inclusão se destacam na atração e retenção de profissionais, especialmente diante de um mercado cada vez mais competitivo e consciente sobre a importância do respeito às diferenças. 

Por isso, vale a pena refletir: como estão as práticas de sua empresa hoje? Quais passos ainda podem ser dados para fortalecer uma cultura que respeite, acolha e empodere as pessoas LGBTQIAP+? 

Para se aprofundar nesse tema e encontrar as melhores soluções, não deixe de ler o artigo Como abraçar a diversidade e apoiar colegas LGBTQIAP+ o ano todo.