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Como lidar com a escassez de talentos na era do potencial humano?

8 min de leitura

Publicado em 04/07/23

Atualizado em Julho 4, 2023

À medida que o avanço das tecnologias nos apresenta novos horizontes, ficam mais evidentes os desafios que as empresas precisam enfrentar. Entre eles, está a lacuna de habilidades no mundo do trabalho.  

Desde 2006, o ManpowerGroup se dedica a investigar o nível de escassez de talentos, e o que os dados mostram é uma crescente dificuldade relatada pelos empregadores para encontrar as competências necessárias ao negócio.  

De 2013 para cá, o índice de escassez de talentos no mundo mais que dobrou, atingindo o maior patamar dos últimos 17 anos, segundo o estudo que contou com 39 mil empregadores em 41 países e territórios; no Brasil, o percentual chegou a 80%. 

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Fonte: Pesquisa Escassez de Talentos 2023, ManpowerGroup. 

A transformação digital vem alterando drasticamente as dinâmicas de trabalho, exigindo que profissionais e empresas se reinventem e aprendam continuamente — em 2020, o Fórum Econômico Mundial já alertava que 50% da força de trabalho precisaria de requalificação até 2025 

Mas o que isso significa? Na verdade, o progresso tecnológico inaugura também o que chamamos de a “Era do Potencial Humano”, conceito que o Diretor de Inovação do ManpowerGroup, Dr. Tomas Chamorro-Premuzic, esclarece quando diz que:  

"A última coisa que as máquinas conseguirão fazer é mostrar respeito, apreço ou cuidado com os outros. Então, mesmo que alguns possam pensar que, à medida que a tecnologia se torna mais proeminente, todos devemos nos tornar cientistas de dados e aprender codificação, na verdade, a necessidade real é que as pessoas aumentem suas habilidades humanas, sendo realmente as mais difíceis de encontrar."

Dr. Tomas Chamorro-Premuzic, Diretor de Inovação do ManpowerGroup  

Embora o setor de Tecnologia da Informação lidere a demanda por talentos e, em particular, o Brasil ocupe a décima posição no ranking global de investimento em tecnologia, as habilidades mais desejadas pelos empregadores são justamente as capacidades humanas.  

Inclusive, essas são indispensáveis também para quem atua em especialidades digitais. Ainda conforme a pesquisa do grupo, competências como a capacidade de adaptação; o raciocínio e a solução de problemas; a autodisciplina; e a colaboração estão entre as mais demandadas. Ou seja, a adoção tecnológica implica em reumanizar não desumanizar a força de trabalho. 

Diante disso, como as empresas podem superar a escassez de talentos?  

A resposta não é apenas uma, mas sim um conjunto de estratégias coordenadas. A primeira, essencialmente, é a aprendizagem 82% dos empregadores brasileiros já estão investindo no desenvolvimento de pessoas.  

Neste caso, considerando o protagonismo do indivíduo no mundo do trabalho, é fundamental que as trilhas combinem os interesses e os objetivos da pessoa profissional com os da empresa, para o processo ser mais coerente e transformador. A construção de talentos também é especialmente importante para setores em crescimento, como o de tecnologia, já que a previsão é de que, até 2025, surjam 149 milhões de novos empregos digitais. 

Além de reverberar no melhor preparo das pessoas para enfrentarem os desafios atuais e futuros, munindo-as de conhecimento e ferramentas que impulsionem seus desempenhos, essa estratégia também permite que as organizações identifiquem talentos internos que possam migrar para outras áreas. Desse modo, é possível preservar a empregabilidade e alocar as habilidades necessárias ao negócio com mais inteligência. 

A criação de comunidades de talentos, por meio de profissionais autônomos ou temporários, também contribui para que empresas possam suprir lacunas de competências. Acessar a rede externa de pessoas qualificadas gera mais flexibilidade de contratação, segundo as demandas de projetos e de períodos. Essa tem sido uma alternativa utilizada por 34% das empresas que participaram da nossa pesquisa.  

O olhar para a atração e retenção de talentos, que sempre fez parte da Gestão de Pessoas, se torna mais exigente devido aos novos sentidos que o trabalho assume. Sendo assim, organizações precisam, para além de estratégias de recrutamento e seleção eficientes, expandir a inclusão de pessoas diversas e pensar em geração de valor para profissionais, bem como para a sociedade.   

Para os primeiros, a flexibilidade se destaca como um dos atributos mais importantes na experiência com o trabalho conforme o Relatório de Tendências 2023: A Nova Era do Potencial Humano, 64% da força de trabalho consideraria procurar um novo emprego se tivesse que retornar ao escritório em tempo integral. Ou seja, proporcionar jornadas mais flexíveis, tanto em local quanto em horário, favorece a fidelidade de talentos.  

Essa possibilidade de a força de trabalho estar distribuída geograficamente também abre espaço para as contratações extrapolarem as fronteiras nacionais: 46% das empresas brasileiras planejam contratar internacionalmente para compor as equipes com as competências desejadas.  

Já em termos mais amplos, as organizações que encararem a agenda ESG com responsabilidade e consistência têm mais chances de sucesso em suas estratégias de habilidades e de talentos, visto que as pessoas querem fazer parte de empresas que tenham impacto social e ambiental positivo e se posicionem em relação aos problemas do mundo.  

O paradoxo aqui é que 78% das empresas entrevistadas para o relatório dizem ter ou estar desenvolvendo metas ESG, mas somente 6% afirmam contar com os talentos para alcançá-las. 

Esse cenário reforça o valor que a área de Treinamento e Desenvolvimento tem também para a formação das múltiplas habilidades que compõem os empregos verdes — aqueles relacionados à sustentabilidade — e que ditarão o ritmo da evolução das empresas em relação às pautas socioambientais e de governança.  

Em maior ou menor grau, a escassez de talentos é um desafio que impacta todas as indústrias. Essa distância entre as necessidades corporativas e a qualificação profissional é um convite para que organizações trabalhem em si mesmas a capacidade de adaptação e de colaboração, considerando que precisam abandonar padrões normalizados até aqui e abraçar a flexibilidade e a diversidade como premissas para a composição estratégica de sua força de trabalho.  

Como a sua empresa tem lidado com a dificuldade de encontrar as habilidades requisitadas para a sustentabilidade do negócio? Envie-me uma mensagem ou comente este artigo para podermos seguir refletindo juntos sobre as possibilidades de superar a escassez de talentos e mover pessoas e resultados para o futuro. 

Abraços, 

Nilson Pereira

CEO do ManpowerGroup Brasil

Confira aqui a publicação original.

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