Você se lembra da primeira vez que te perguntaram o que queria ser quando crescesse? Para muitos, essa pergunta marcou o início de uma busca que dura até hoje. Lá na infância, talvez a resposta viesse fácil — astronauta, professora, veterinário.
Mas, com o tempo, a realidade entra em cena, os caminhos se multiplicam e as dúvidas também: o que realmente me inspira? Quais são meus talentos? Dá para ter estabilidade financeira seguindo minha vocação?
Se essas perguntas estão rondando sua cabeça, respire fundo. Neste artigo, vamos entender o que é vocação profissional, como ela evolui ao longo da vida e o que considerar para fazer escolhas mais alinhadas com quem você é. Boa leitura!
Muita gente acha que a vocação profissional é um chamado mágico, que simplesmente surge. Mas, na realidade, ela está muito mais ligada a aptidões, interesses e talentos que combinam com determinadas áreas ou profissões.
Como você já deve ter vivenciado, existe uma grande pressão para que essa escolha seja feita muito cedo, muitas vezes ainda na adolescência — ou seja, antes mesmo de a pessoa iniciar sua trajetória profissional.
Essa pressa pode ser um grande gatilho para ansiedade e dúvidas. Afinal, descobrir a vocação é um processo que acontece em ritmos diferentes para cada pessoa.
Apressá-lo pode gerar frustração e fazer com que escolhas importantes sejam baseadas mais em expectativas externas do que em autoconhecimento.
Quando chega a hora de decidir os primeiros passos no mercado de trabalho, é comum que as pessoas recorram aos testes vocacionais, questionários que servem como apoio nesse processo de escolha.
Hoje em dia, esses testes estão facilmente disponíveis na internet ou em instituições de ensino, e oferecem uma direção sobre quais profissões combinam mais ou menos com o seu perfil.
Mas é sempre bom lembrar: eles estão longe de ser uma resposta definitiva e não são garantias de satisfação na carreira.
Ao fazer um teste vocacional, você é levado, por uma série de perguntas, a tomar mais consciência de suas habilidades, características e do que quer para o futuro.
Mas, mesmo seguindo a vocação, quantos profissionais você conhece que se sentem frustrados com seus trabalhos atuais? Isso tem a ver, em partes, com o que falaremos a seguir: as mudanças no mercado.
As novas gerações estão enfrentando desafios diferentes das anteriores no mundo profissional. Se antes uma graduação era sinônimo de boa colocação no mercado, hoje ela já não é mais um diferencial tão competitivo assim.
As transformações digitais exigem dos trabalhadores atuais o aprendizado contínuo para manter sua empregabilidade em alta. Para se ter uma ideia, o Fórum Econômico Mundial estimou que 40% das habilidades exigidas no trabalho vão mudar, e 92 milhões de funções deixarão de existir até 2030, exigindo a requalificação de pelo menos 59% das pessoas trabalhadoras.
Não por acaso, o nosso Relatório de Tendências 2025 recebeu o título “Acelerando a Adaptabilidade”. Nele, mostramos o quanto o desenvolvimento tecnológico acelerado, combinado com a priorização das ações climáticas, está mudando os empregos e demandando adaptação constante.
Neste novo cenário, o conceito de vocação profissional pode estar ficando para trás. Afinal, a profissão que você estudou para seguir pode ter passado por tantas transformações que, hoje, talvez seja difícil se reconhecer nela.
Os verdadeiros requisitos do futuro do trabalho são a aptidão e a vontade de aprender novas habilidades e competências para se adaptar às novas funções, com destaque para as seguintes skills:
Voltando ao início deste artigo, talvez aquela resposta que um dia pareceu definitiva para a pergunta “o que você quer ser quando crescer” já não faça mais sentido. E tudo bem.
Em vez de continuar buscando uma vocação fixa, que tal dar um passo além e refletir: “será que sei qual é o meu propósito?”
Diferente da vocação, que costuma estar ligada a uma área ou profissão específica, o propósito tem um alcance mais amplo. Ele não aponta um único caminho, mas funciona como um norte para suas escolhas, tanto profissionais quanto pessoais.
Ter clareza sobre isso pode te ajudar a alinhar sua trajetória com o que realmente importa para você: seus valores, objetivos e metas de vida. Como destaca Wilma Dal Col, nossa Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas:
“Ter um propósito definido permite autonomia nas decisões sobre carreira, algo que as novas gerações desejam. É entender, além de suas aptidões, o que você quer como profissional e ser humano e que características precisa desenvolver para chegar lá”.
Quando você tem esse direcionamento mais claro, as mudanças de rumo deixam de ser motivo de insegurança e passam a ser parte natural da sua evolução.
Mais do que buscar um trabalho que “combine com o seu perfil”, você começa a procurar um lugar onde possa sentir realização, mesmo que isso envolva mudar de área, adquirir novas competências ou repensar antigos planos.
O propósito, portanto, não engessa. Ele permite que você cresça, mude e se adapte, mantendo sempre uma conexão com o que faz sentido para a sua história.
Quando pensamos em carreira, ter um propósito significa buscar projetos, atividades e caminhos profissionais que façam sentido para você e que, ao mesmo tempo, estejam alinhados aos seus objetivos.
Ou seja, para chegar até ele, é preciso montar uma equação que envolve diferentes partes de quem você é: sua personalidade, seus valores, seus talentos, suas paixões e a sua própria visão de sucesso.
Nem sempre essas respostas aparecem rapidamente. Mas algumas perguntas podem te ajudar a ter clareza:
Essas questões não precisam ser respondidas de uma vez só, mas refletir sobre elas pode te ajudar a enxergar padrões, desejos e direções. Você também pode criar um canvas pessoal para pensar mais sobre sua carreira profissional.
Ao refletir sobre seu propósito, é possível construir uma ideia mais clara de quem você quer ser profissionalmente. Talvez, nesse processo, você perceba que aquela vocação que parecia tão certa já não esteja mais alinhada com o que você busca.
Quando isso acontece, pode ser hora de considerar uma mudança — algo que exige coragem, planejamento e ação. Para começar, experimente:
Nenhuma transição é simples, mas o esforço vale a pena quando o destino é a realização profissional (aquela que vem não só do que você faz, mas do porquê você faz).
Para concluir, gostaríamos de lembrar que muitas empresas já entenderam que as novas gerações, especialmente os talentos da Gen Z, valorizam muito mais do que um bom salário. Elas também buscam alinhamento com seus valores, impacto positivo e sentido no trabalho que realizam.
Pensando em atrair e reter esses jovens, algumas organizações já têm adotado práticas como:
Trabalhar com propósito, portanto, não é só uma aspiração pessoal. É também uma tendência que está transformando o mercado e moldando o futuro das relações de trabalho.
Se você gostou deste conteúdo e quer continuar se informando para acertar nos próximos passos da sua carreira, aproveite para conferir este artigo: Como conseguir emprego sem experiência. Até a próxima!