Engajar colaboradores é um dos grandes desafios das empresas hoje e, ao mesmo tempo, uma das chaves para o sucesso sustentável. Mas a verdade é que manter o time realmente envolvido com o trabalho tem se tornado uma tarefa cada vez mais complexa.
Conforme o relatório State of Careers, somente 37% dos profissionais se sentem totalmente engajados, enquanto 41% admitem estar desengajados.
Os dados deixam claro: é hora de repensar estratégias e investir em iniciativas que despertem o entusiasmo e o comprometimento das equipes. É sobre isso que falamos a seguir.
1. Inspire pelo exemplo
Nenhuma liderança consegue inspirar de verdade se não estiver inspirada. Antes de orientar o time, é essencial olhar para dentro e entender o próprio papel.
Pergunte-se:
- por que faço o que faço?
- de que forma meu trabalho impacta outras pessoas?
- por que isso é importante para a empresa?
- qual é o meu papel como gestor ou gestora?
Quando você tem clareza sobre o sentido do seu trabalho, isso se reflete naturalmente na forma como lidera. Sua comunicação se torna autêntica, suas decisões ganham coerência e o propósito da equipe passa a ser guiado por um exemplo vivo — o seu.
2. Desperte o melhor nas pessoas
Depois de se reconectar com o seu propósito, o próximo passo é transformar essa clareza em inspiração para as outras pessoas.
Quando o líder entende o valor do próprio trabalho, ele se empodera — e, com isso, contagia a equipe com o mesmo senso de propósito.
Liderar com inspiração é também construir confiança. E esse é um dos pilares do engajamento, como aponta o estudo State of Careers.
Quando as pessoas confiam em quem as guia, elas se envolvem de forma mais genuína, acreditam no que fazem e percebem valor em suas entregas.
O resultado? Um ambiente mais leve, colaborativo e produtivo, onde lideranças, times e a empresa inteira saem ganhando.
3. Mostre que o crescimento é possível
Ter clareza sobre o propósito é essencial, mas, para que isso se traduza em engajamento real, é preciso transformar o discurso em oportunidades concretas de crescimento.
Segundo o estudo State of Careers, que já mencionamos aqui, 27% dos profissionais afirmam que enxergar um futuro na empresa é o segundo maior fator de engajamento.
Ou seja: se o colaborador não percebe avanços, como melhorias salariais, mais autonomia ou incentivo ao aprendizado contínuo, a motivação tende a diminuir com o tempo.
Por isso, é fundamental criar caminhos de evolução que façam sentido para cada perfil. Avalie os recursos, as possibilidades e os planos de carreira disponíveis para construir estratégias que realmente impulsionem o desenvolvimento das pessoas e, com elas, o da empresa.
4. Conecte o time à cultura da empresa
Antes mesmo de falar em crescimento, é essencial garantir que as pessoas se sintam conectadas à cultura da organização.
O fit cultural é hoje um dos fatores mais determinantes para o engajamento, responsável por cerca de 37% da sua variação total, segundo o State of Careers.
Esse alinhamento começa no recrutamento, mas precisa ser nutrido diariamente. Cabe à liderança manter vivos os valores, os comportamentos e os princípios que orientam a empresa, servindo de exemplo e reforçando-os nas interações.
Quando o time entende e se identifica com essa cultura, passa a compartilhar um propósito comum, e o sentimento de pertencimento se torna o combustível natural para o engajamento.
5. Construa conexões reais
Nem sempre um desempenho abaixo do esperado tem a ver com falta de habilidade. Muitas vezes, o que está por trás é desmotivação, cansaço ou até a sensação de que o próprio trabalho perdeu o sentido.
É justamente para evitar esses cenários que as estratégias de employee experience, ou experiência do colaborador, ganham tanta força. Elas têm como objetivo entender a jornada das pessoas na empresa e criar condições para que se sintam valorizadas.
Entre as ações que fazem a diferença estão:
- programas de reconhecimento e valorização;
- feedbacks constantes;
- planos de carreira objetivos;
- iniciativas de bem-estar físico e emocional;
- escuta ativa e canais abertos de diálogo.
Este último item merece destaque: só é possível apoiar o time efetivamente quando se compreende suas dificuldades, expectativas e motivações.
Quando o líder se envolve de verdade e demonstra interesse genuíno pelas pessoas, elas se sentem vistas, respeitadas e respondem com mais comprometimento e entusiasmo.
6. Incentive a convivência e o bem-estar
Engajamento também se constrói fora das reuniões e entregas do dia a dia. Promover a conexão entre as pessoas — não apenas entre líder e liderado, mas entre todos os membros da equipe — é um dos pilares mais poderosos para fortalecer laços e manter o entusiasmo.
Por isso, cada vez mais empresas investem em espaços e atividades voltadas à convivência e ao lazer. Passeios em grupo, piqueniques e até viagens corporativas têm se mostrado excelentes formas de criar memórias positivas e aproximar gestores e colaboradores.
Algumas ideias que fazem diferença:
- academias internas ou parcerias para atividades físicas;
- espaços de relaxamento e pausa;
- alongamentos coletivos rápidos durante o expediente;
- recompensas como passeios ou viagens após metas cumpridas;
- dias de voluntariado em grupo;
- clubes de afinidade (leitura, corrida, fotografia, games);
- eventos como o “Dia da Família na Empresa”.
Além de promover a integração, essas ações reforçam o equilíbrio e o bem-estar, algo cada vez mais valorizado pelos profissionais.
O retorno é claro: segundo o Wellhub, 94% das lideranças já percebem resultados positivos ao investir em bem-estar, como mais produtividade, menos faltas e menor rotatividade.
7. Reinvente as reuniões
Vamos combinar: poucas palavras causam tanto suspiro em um colaborador quanto “reunião urgente”.
Por mais importantes que sejam, esses encontros podem se tornar cansativos, especialmente quando acontecem sem um propósito ou frequência bem definida.
Se o objetivo é gerar engajamento, vale repensar tanto o formato quanto o conteúdo das reuniões. Algumas boas práticas incluem:
- evite reuniões desnecessárias: veja se o tema pode ser resolvido por e-mail, chat ou ferramenta colaborativa antes de agendar;
- seja breve e direto: prefira encontros curtos, de 15 a 30 minutos, com pauta clara e foco no que realmente importa;
- mude o ambiente: uma conversa ao ar livre, em um espaço mais informal, ou até uma reunião temática, podem quebrar a rotina;
- estimule a cocriação: reserve momentos para discutir ideias e melhorias, dando voz ativa às pessoas;
- promova integração: encontros rápidos para falar sobre conquistas ou hobbies ajudam a fortalecer vínculos e humanizar o dia a dia.
Ao diversificar o formato e o propósito das reuniões, você transforma o que antes era obrigação em um momento de conexão, troca e engajamento genuíno.
8. Esteja presente
Valorizar as pessoas é a base para o engajamento, e isso passa diretamente pela presença da liderança.
Não adianta apenas enviar e-mails, mensagens ou aparecer esporadicamente para checar tarefas. Estar presente significa dialogar de verdade, se interessar pelo que cada pessoa faz e criar uma relação de confiança.
Quando você demonstra atenção genuína, o retorno vem naturalmente: colaboradores mais engajados, produtividade maior e relações de trabalho mais sólidas.
Reserve momentos para estar com a equipe, sem que isso seja interpretado como cobrança. O objetivo é ser reconhecido como uma referência, alguém em quem podem confiar e se inspirar, exatamente como vimos nos outros tópicos do texto.
Para concluir
O engajamento dos colaboradores não depende de uma ação isolada: ele surge da combinação de estratégias consistentes e bem aplicadas ao longo do tempo.
Trata-se de um processo contínuo, que envolve propósito, confiança, oportunidades de desenvolvimento, alinhamento cultural, empatia, bem-estar e comunicação genuína.
Acima de tudo, exige líderes presentes e participativos, capazes de inspirar, ouvir e criar conexões reais com suas equipes.
Se você se interessou por este conteúdo, aproveite para conferir o episódio do podcast Papo de Talento sobre engajamento e retenção de talentos — insights práticos e exemplos reais que podem modificar a sua forma de liderar.