Às vezes, a resposta que buscamos fora está bem diante dos nossos olhos — ou melhor, na própria organização. São as pessoas que movem os resultados, criam as soluções e constroem o futuro de uma empresa. Então, como podemos desenvolver esses talentos e mantê-los engajados em um mercado cada vez mais competitivo?
A resposta pode estar na força da colaboração. Não aquela que acontece de forma pontual ou espontânea, mas uma colaboração intencional, estruturada, com propósito claro e impacto real. É exatamente aí que a mentoria interna se torna uma interessante ferramenta de desenvolvimento humano.
Mais do que promover trocas de conhecimento, as mentorias despertam potencial, desenvolvem lideranças e fortalecem vínculos. E o mais interessante: quem ensina também aprende. Ser mentor ou mentora é exercitar a empatia, refinar a escuta e ampliar a capacidade de diálogo — habilidades essenciais para quem lidera e influencia.
Mas é preciso preparo. Não basta apenas conectar duas pessoas e esperar que a mágica aconteça. Pense, por exemplo, nos desafios de comunicação entre gerações diferentes: não seria mais eficaz aprender a interpretar o outro antes de tentar orientar? Por isso, formar mentores é o primeiro passo — e um passo essencial — para garantir que essa jornada tenha direção e significado.
Na formação de mentores, acredito que quatro pilares sustentam o processo e ajudam a construir essa base sólida.
Experiência que inspira: histórias vividas se transformam em aprendizado compartilhado. Nesse pilar, os mentores resgatam suas trajetórias — acertos, erros, decisões e conquistas — e as transformam em repertório para apoiar quem está trilhando o próprio caminho.
Novos olhares para os mesmos desafios: quantas vezes mudar a perspectiva nos levou a soluções inesperadas? Aqui, os futuros mentores desenvolvem a habilidade de provocar reflexões, ajudando o mentorado a enxergar além do óbvio e a encontrar saídas criativas para obstáculos complexos.
Equilíbrio emocional como bússola: saber lidar com tensões e incertezas é um diferencial. Esse pilar foca no desenvolvimento da inteligência emocional, preparando os mentores para tomar decisões mais conscientes, humanas e alinhadas aos valores da organização.
Escuta, transparência e curiosidade constante: aprender a ouvir de verdade, praticar a clareza nas relações e manter a mente aberta para o novo são competências que tornam o processo de mentoria ainda mais poderoso.
Ao aplicar esse modelo em programas de mentoria interna com clientes da Right Management, testemunho o impacto transformador que uma abordagem colaborativa e sistêmica pode gerar nas pessoas e nas culturas organizacionais.
Toda empresa carrega um enorme potencial de crescimento coletivo. Criar conexões significativas, dar novos sentidos à trajetória profissional e valorizar quem faz parte da jornada são ações que beneficiam a todas as pessoas — mentores(as), mentorados(as) e, claro, a própria organização.
Essa pode ser a virada de chave que você busca. Que tal preparar agora quem vai inspirar o amanhã?
Você já passou por alguma mentoria? Como enxerga essa ferramenta na área de desenvolvimento humano nas empresas? Me conte aqui, vamos conversar!
Abraços,
Wilma Dal Col
Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil
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