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Maternidade e liderança: quando o ambiente muda tudo

3 min de leitura

Publicado em 06/03/25

Atualizado em Março 6, 2025

Era o dia em que retornaria ao trabalho. Estava com aquele frio na barriga, dividida entre o entusiasmo de retomar as minhas funções e o peito apertado por saber que a partir dali seria tudo novo. Como daria conta?  

Tinha passado 7 meses em licença-maternidade, estava vivendo todas as mudanças e os desafios que surgem quando nos tornamos mães. Além de uma mistura de sentimentos, eu havia me preparado para o retorno, organizado uma rotina, formado uma rede de apoio. Quanta coisa! E logo depois de chegar na empresa, recebi a notícia de que estava sendo desligada. 

Essa experiência foi marcante na minha carreira como executiva, como líder e, claro, como profissional mulher. E, como sabemos pelos dados, não fui a única. Por isso, resolvi estrear meus artigos aqui compartilhando uma vivência pessoal e real, que faz parte de um contexto em que a presença — e a permanência — feminina no mundo corporativo ainda é questionada. 

Mulheres são 38% de todas as lideranças no país, segundo os dados da FIA Business School, de 2023. Há um longo caminho, especialmente quando pensamos em diversidade, equidade e interseccionalidade. 

Do ponto de vista de mulheres mães, a combinação entre liderança e maternidade ainda carrega estigmas e estereótipos. A ideia de que a mulher é a única responsável pela criação dos filhos, além de sobrecarregar mental e emocionalmente as mulheres, coloca suas carreiras na berlinda. 

Naturalmente, depois do que me aconteceu, senti muito receio durante a segunda gravidez. Como será dessa vez? Estava em outra empresa, em outro cargo e, para minha surpresa, encontrei um ambiente totalmente diferente, com apoio, oportunidades de carreira e confiança nas minhas competências.  

Voltei ao trabalho no meio daquele ano e me deram tempo e condições para entrar no ritmo e contribuir com os objetivos da companhia. E neste mesmo ano, bati as metas definidas para a minha área e entreguei, junto à minha equipe, um dos projetos mais desafiadores que já havia encarado até o momento. 

Empresas que investem no acolhimento, no planejamento e no desenvolvimento de profissionais mulheres realmente podem transformar histórias — e todo um padrão instaurado na sociedade. Quando me vi amparada e com perspectivas de crescimento, foi como uma injeção de ânimo para minha carreira e de coragem para exercer meu trabalho e a maternidade, mesmo com todos os desafios que isso traz. 

Já não basta que mulheres líderes representem números e indicadores em relatórios de fim de ano, é fundamental que encontremos estrutura para permanecer em nossas funções, que sejamos respeitadas e reconhecidas nos postos que ocupamos. 

Embora mudanças mais profundas dependam também de outros fatores, esse relato é uma forma de mostrar que existe caminho para o mundo do trabalho ser mais inclusivo para as mulheres e mães, e que empresas têm, sim, possibilidade de fazer a diferença em questões que extrapolam o escritório. É também um convite para que líderes e RH possam rever como lidam com talentos e como entregam um ambiente propício para todas prosperarem. 

E você, tem uma experiência de trabalho relacionada à maternidade para compartilhar? Me conta aqui e vamos mobilizar ainda mais essa discussão. 

Abraços, 

Polyana Macedo 

Gerente Executiva de RPO no ManpowerGroup Brasil 

Confira aqui a publicação original.

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