Muito se fala sobre o comportamento da Geração Z no mundo do trabalho e todas as provocações que essa presença traz para as empresas — e, de fato, são tantas. Mas hoje quero falar com você sobre outra geração: os Millennials. Profissionais entre 28 e 43 anos já estão há algum tempo no mercado e agora vivem um momento ao qual precisamos dar atenção: são essas pessoas que estão liderando.
O mais recente Relatório de Tendências Globais, lançado pelo ManpowerGroup, mostra que 60% dos Millennials fazem a gestão de pelo menos uma pessoa. Vindos de um contexto em que a carreira linear apontava para a liderança como o auge da atuação profissional, enxergaram nessa posição a oportunidade de prosperar.
No entanto, além da responsabilidade inerente a qualquer tipo de liderança, esses talentos estão enfrentando uma teia de desafios particulares de um mundo em rápida e complexa transformação. Novas tecnologias, diversidade geracional e redefinição de habilidades são alguns eixos que impactam a forma de conduzir equipes e projetos.
Além disso, lideranças Millennials ocupam, em sua maioria, a média gestão, ou seja, precisam equilibrar relações tanto com seus liderados quanto com seus líderes. Em suas vidas pessoais, muitos também enfrentam demandas bastante exigentes, como o cuidado com os filhos ou com outros familiares.
Lançados à liderança mais cedo do que outras gerações, os profissionais da Geração Y tiveram pouco tempo e apoio para desenvolver habilidades essenciais para liderar, fazendo com que essa teia de desafios se reflita diretamente na satisfação e nas expectativas em relação ao trabalho.
Segundo dados do relatório Barômetro Global de Talentos, os Millennials formam o grupo que se sente mais estressado diariamente, em nível moderado ou alto, evidenciando a necessidade de as empresas proporcionarem estrutura e condições que aliviem a sobrecarga.
Não é à toa que estabilidade, bem-estar e liderança ética estejam entre os fatores mais relevantes para a experiência desses profissionais. Acredito também que, tão importante quanto isso, é dedicar apoio ao desenvolvimento dessas lideranças, seja por meio de assessments, mentorias ou até cursos e formações. São ferramentas que os líderes desses líderes podem lançar mão para oferecer suporte e impulso a melhores performances, pavimentando também o caminho para cargos mais altos.
Exercer a liderança sempre será um aprendizado contínuo. De qualquer maneira, as organizações devem ser sensíveis a compreender o contexto em que novas lideranças se formam e atuam, criando, assim, condições favoráveis, do ponto de vista técnico e emocional, para que líderes jovens se sintam encorajados a liderar com confiança e até mesmo com uma dose de ousadia. Como alguém que já está na liderança há algum tempo, digo que é disso que precisamos no mundo do trabalho!
Como a sua empresa está lidando com a média gestão e as demandas de diferentes grupos geracionais? Existe um plano de sucessão em curso ou programas de desenvolvimento planejados?
Sigo por aqui para continuar o assunto nos comentários.
Abraços,
Nilson Pereira
CEO do ManpowerGroup Brasil