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Você já sentiu uma inquietação ao pensar no futuro do planeta? Essa sensação tem nome: ecoansiedade, ou ansiedade climática. Como veremos, ela está se tornando cada vez mais frequente.
Caracterizada pela angústia e preocupação diante das mudanças climáticas, a ecoansiedade afeta especialmente pessoas em situações vulneráveis ou que já enfrentaram desastres ambientais.
Mas por que isso importa para as empresas? Neste artigo, vamos entender como esse sentimento pode impactar o bem-estar dos profissionais e por que o RH e as lideranças devem estar atentos a ele!
Segundo a Associação Americana de Psicologia (APA), a ecoansiedade pode ser definida como um medo crônico da destruição ambiental.
Embora esse sentimento já seja observado há pelo menos uma década, o ritmo acelerado das mudanças climáticas torna a ansiedade ambiental cada vez mais comum.
No Brasil, os números ajudam a entender essa realidade: entre 1991 e 2022, o país registrou mais de 23 mil desastres ambientais, com 8,2 milhões de pessoas desalojadas ou desabrigadas por conta de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra.
Já em 2024, o Governo Federal apontou que quase 35% dos municípios brasileiros estavam suscetíveis a esses eventos.
Diante de tantos acontecimentos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, não é de se estranhar que mais pessoas estejam sentindo os impactos emocionais dos eventos climáticos.
A própria Associação Americana de Psicologia (APA) estima que cerca de 25% a 50% das pessoas expostas a desastres ambientais podem desenvolver problemas de saúde mental, como a ansiedade climática.
Esse tipo de fenômeno, em específico, se manifesta a partir dos seguintes sintomas:
Esses sinais podem variar de pessoa para pessoa. Mas, independentemente da intensidade, uma coisa é certa: a ecoansiedade impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional do indivíduo.
Qualquer problema que afete o emocional de maneira profunda, mesmo que não tenha sido causado pelas condições de trabalho, merece a atenção das empresas.
Afinal, as pessoas que estão lidando com a ecoansiedade geralmente enfrentam desafios que também impactam no desempenho profissional delas.
A constante preocupação com o futuro do planeta, por exemplo, pode dificultar a concentração nas tarefas diárias, comprometendo a qualidade das entregas. Além disso, a sobrecarga emocional tende a resultar em níveis elevados de estresse no trabalho, favorecendo conflitos internos.
Vale lembrar que o estresse crônico causado pela ecoansiedade também pode piorar outras questões de saúde mental, como depressão e ansiedade, e levar a um aumento do absenteísmo e da rotatividade na organização.
As situações apresentadas acima destacam como é importante que as empresas se atentem à ecoansiedade e adotem estratégias para apoiar seus colaboradores.
Confira, a seguir, algumas ações de enfrentamento especialmente úteis.
Oferecer um ambiente seguro, onde os colaboradores possam compartilhar suas preocupações, é o primeiro passo para reduzir não somente a ecoansiedade, mas também outros transtornos mentais.
Muitas vezes, sentir-se acolhido e perceber que não estamos sozinhos em nossos sentimentos pode trazer um alívio significativo e até mesmo incentivar a busca por ajuda especializada.
É comum que, no início, o indivíduo afetado pela ecoansiedade não consiga entender o que está acontecendo com ele ou tenha dificuldades em encontrar as ferramentas certas para gerenciar os desafios emocionais que surgem.
Ao oferecer palestras, workshops ou treinamentos sobre o assunto, a empresa contribui para os colaboradores reconhecerem os sinais da ansiedade ambiental e aprenderem como lidar com ela.
Disponibilizar apoio psicológico na organização, seja por meio de terapeutas ou programas de saúde mental, é outra maneira valiosa de apoiar os colaboradores que lidam com esse fenômeno.
Quando se trata de sofrimento emocional, ter o acompanhamento de um profissional especializado, que olhe para as singularidades de cada pessoa, costuma ser fundamental para o processo de recuperação.
Adotar práticas ambientalmente responsáveis pode fazer com que os colaboradores se sintam mais seguros e, ao mesmo tempo, menos impotentes em relação ao futuro.
Ao envolver o time em ações como programas de reciclagem ou uso responsável de energia, a empresa contribui para a saúde do planeta e proporciona um senso de propósito.
Especialmente em dias de chuva intensa ou quando há risco de desastres naturais, é importante que os colaboradores tenham a opção de trabalhar remotamente ou ajustar seus horários.
Adotar essa abordagem mais flexível diante de situações que aumentam a ansiedade climática é uma forma de demonstrar cuidado e compreensão, ajudando a manter o equilíbrio emocional da equipe.
A ecoansiedade é um reflexo das preocupações profundas que muitos de nós compartilhamos sobre o futuro do planeta. Mas ele não é o único.
À medida que a crise climática se intensifica, muitos profissionais estão deixando seus empregos por sentirem que as empresas não estão comprometidas com práticas sustentáveis.
Agora que você já viu como lidar com a ansiedade ambiental, que tal saber mais sobre esse outro fenômeno em ascensão? Confira nosso artigo sobre climate quitting e veja como fortalecer suas estratégias de gestão de pessoas!