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Climate quitting: retenção de talentos em tempos de mudanças climáticas

Escrito por ManpowerGroup Brasil | 27/06/24

Você sabia que mais de 60% dos talentos verificam a reputação ambiental da empresa antes de aceitar uma oferta de emprego? Esse dado, presente em nosso Relatório de Tendências 2024, está fortemente relacionado ao climate quitting. 

Considerado uma resposta à crescente conscientização sobre a crise climática global, o climate quitting é um movimento que tem ganhado relevância no mercado de trabalho, sobretudo entre os profissionais mais jovens. 

Neste artigo, descobriremos o que está por trás deste conceito e, principalmente, por que ele merece a atenção dos profissionais de RH e das lideranças empresariais. Continue a leitura para saber mais! 

O que é climate quitting? 

O termo climate quitting se refere à tendência de os profissionais trocarem de emprego ou recusarem ofertas de trabalho devido à falta de compromisso da empresa com práticas ambientalmente sustentáveis.  

Este fenômeno deixa claro que a preocupação com a crise climática atual não apenas está influenciando as decisões de consumo, mas também as escolhas de carreira e a gestão de talentos. 

Para os profissionais com mentalidade ESG, aliar-se a organizações que tenham um compromisso sólido com a responsabilidade ambiental, social e de governança, é uma questão prioritária. 

Quem está à frente desse movimento? 

O climate quitting está sendo impulsionado especialmente pelos profissionais da Geração Z e da Geração Y, mais conhecidos como Millennials. 

Nascidos entre 1985 e 2010, ambos os grupos cresceram em um período de maior conscientização sobre a crise climática e valorizam fortemente o alinhamento de seus empregos com os valores pessoais.  

Eles buscam propósito em suas carreiras e, muitas vezes, isso significa trabalhar em empresas que demonstram uma preocupação genuína com a construção de um mundo ambientalmente mais sustentável. 

Uma pesquisa conduzida pela consultoria KPMG, envolvendo mais de 6 mil pessoas com idades entre 25 e 44 anos, ilustrou claramente esse fenômeno ao constatar que: 

  • um em cada dois profissionais deseja que a organização para a qual trabalha demonstre um compromisso com ESG; 
  • um em cada cinco dos entrevistados recusou uma oferta de emprego quando os compromissos ESG da empresa não estavam alinhados com seus valores; 
  • pessoas com idades entre 25 e 34 anos são mais propensas a valorizar os compromissos ESG dos seus empregadores. 

Além disso, o estudo também mostrou que 82% dos participantes atribuem alguma importância à capacidade de vincular valores e propósitos à organização com a qual trabalham.  

Como o climate quitting impacta as empresas?

Não considerar o climate quitting como um fenômeno duradouro e deixar de adotar medidas estratégicas para lidar com ele pode colocar o sucesso dos negócios em jogo. Afinal, empresas que não adotam práticas sustentáveis arriscam: 

  • perder talentos valiosos, especialmente da Geração Z e Millennials, seja por não conseguir atraí-los ou por não os reter; 
  • não conseguir construir equipes altamente engajadas, inovadoras e produtivas; 
  • manchar a reputação corporativa, afetando tanto a percepção do público interno quanto externo (clientes, fornecedores e investidores); 
  • enfrentar custos elevados devido à necessidade de contratar novos profissionais com frequência; 
  • sofrer pressão regulatória pela não conformidade com normas ambientais e de responsabilidade social, resultando em multas e penalidades; 
  • perder oportunidades de negócio e de parcerias estratégicas com empresas e organizações que também priorizam práticas sustentáveis. 

Como lidar com o climate quitting? 

Os desafios apresentados acima evidenciam que a adoção de práticas mais sustentáveis não é apenas uma questão de responsabilidade ética.  

Cada vez mais, os esforços nesta área são reconhecidos como uma estratégia fundamental para atrair candidatos mais talentosos, impulsionando o crescimento sustentável das organizações a longo prazo. 

Dito isso, a seguir estão sugestões de práticas que as empresas podem implementar para lidar com o climate quitting. 

CRIAR POLÍTICAS SUSTENTÁVEIS SÓLIDAS 

Implementar políticas ambientais robustas, que se integrem aos processos operacionais, é o primeiro passo para enfrentar o climate quitting.  

Geralmente, isso inclui estabelecer metas objetivas de sustentabilidade, como redução da emissão de carbono, uso eficiente de recursos naturais e gestão responsável de resíduos.  

COMUNICAR OS PROCESSOS COM TRANSPARÊNCIA  

Para garantir o sucesso das políticas de sustentabilidade, é importante que todos os colaboradores estejam bem-informados sobre as metas organizacionais nessa área e saibam como podem contribuir para alcançá-las.  

O RH desempenha um papel fundamental na comunicação interna das práticas sustentáveis da empresa, assegurando que todas as pessoas estejam alinhadas com esses objetivos e engajadas em iniciativas que promovam a sustentabilidade. 

ALIAR-SE A ORGANIZAÇÕES QUE CUIDAM DO PLANETA 

Colaborar com organizações dedicadas à proteção ambiental também é outra excelente maneira de fortalecer o compromisso da empresa com a sustentabilidade e ampliar o impacto das ações encabeçadas nesta frente.  

Sua empresa pode, por exemplo, firmar parcerias para projetos de reflorestamento, conservação da água, programas educacionais sobre meio ambiente e muito mais!

CONSTRUIR COM OS COLABORADORES 

Como dissemos, criar uma cultura organizacional que valorize a sustentabilidade requer o envolvimento dos profissionais. 

Por isso, ao invés de somente incentivar a participação deles nas ações propostas, experimente abrir espaço para os colaboradores trazerem ideias e sugerirem novas iniciativas sustentáveis.  

Além de resultar em soluções mais inovadoras, esse cuidado também pode ajudar a fortalecer o senso de pertencimento e responsabilidade da equipe.  

TER EMPATIA EM RELAÇÃO AOS EFEITOS DA CRISE CLIMÁTICA 

Os efeitos das mudanças climáticas já são visíveis em nosso cotidiano. Prova disso é o aumento contínuo das temperaturas médias dos oceanos e da atmosfera terrestre, resultando em ondas de calor cada vez mais frequentes. 

Neste contexto, é fundamental que as empresas também estejam atentas aos impactos da crise climática no bem-estar das pessoas colaboradoras e busquem maneiras de mitigar esses efeitos.  

Uma sugestão é revisar o código de vestimenta para garantir que ele esteja mais adaptado às condições climáticas extremas. 

Considerações finais

Em uma era marcada pelo climate quitting, as empresas que incorporarem a sustentabilidade em suas estratégias fortalecerão uma posição como lideranças responsáveis, assim como terão a oportunidade de atrair talentos engajados.  

Se você gostou deste conteúdo e deseja conhecer outras iniciativas para atrair e reter os profissionais que estão entrando no mercado de trabalho, confira nosso infográfico exclusivo Conquistando a Geração Z.