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Neurodiversidade no trabalho: 5 dicas para criar um ambiente inclusivo

Escrito por ManpowerGroup Brasil | 02/04/24

Quer uma experiência diferente? Experimente ouvir o nosso artigo! 

 

 

 

Embora exista hoje uma crescente compreensão sobre o valioso conjunto de habilidades que as pessoas neurodivergentes possuem, é contraditório notar que elas ainda enfrentam barreiras significativas ao buscarem por oportunidades profissionais. 

Em 2017, a Harvard Business Review revelou que as taxas de desemprego neste grupo chegavam a 80%. Já em 2021, um estudo mostrou que o desemprego entre pessoas autistas com graduação é 2,17 vezes maior do que entre pessoas graduadas neurotípicas. 

No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, queremos propor uma reflexão sobre o que as empresas podem fazer para mudar esse cenário e desbloquear o potencial de uma força de trabalho verdadeiramente diversificada! 

O que é a neurodivergência?

Antes de abordarmos a participação de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho, precisamos abrir um parêntese para explicar quem, exatamente, faz parte deste grupo. 

De modo geral, a neurodivergência é um termo utilizado para descrever pessoas cujos cérebros funcionam de maneira diferente do que é considerado típico ou neurotipicamente esperado. 

Sendo assim, as pessoas neurodivergentes frequentemente apresentam maneiras únicas de processar informações, perceber o ambiente e se relacionar com outros indivíduos. 

5 exemplos de neurodivergência

Quando falamos sobre neurodiversidade, é importante esclarecer que existem diferentes condições que podem causar variações naturais no funcionamento cerebral. 

Entre as condições neurodivergentes mais conhecidas, estão:

1. TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

O TDAH é um transtorno neurobiológico que, como o próprio nome sugere, afeta a capacidade do indivíduo de prestar atenção, controlar impulsos e regular o comportamento. Essa condição tende a se manifestar na infância, podendo persistir até a idade adulta. 

2. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O autismo, como é popularmente conhecido, é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode comprometer o comportamento social, a comunicação e a linguagem. Por ser considerado um espectro, o TEA abrange uma ampla gama de sintomas, desde casos leves a severos, sendo cada pessoa única em suas características e habilidades. 

3. SÍNDROME DE ASPERGER

Considerada uma condição do espectro autista, a Síndrome de Asperger é caracterizada por dificuldades significativas na interação social e na comunicação não verbal (como interpretação de pistas e emoções). 

4. SÍNDROME DE TOURETTE

É um distúrbio do sistema nervoso que envolve tiques motores e vocais involuntários, tais como: piscar os olhos, contrair o rosto, fazer movimentos dos membros, vocalizações involuntárias, entre outros. 

5. DISLEXIA

A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a habilidade de leitura. Em geral, indivíduos com dislexia podem ter dificuldade em reconhecer palavras, decodificar textos, compreender leituras e seguir sequências de instruções escritas. 

Pessoas neurodivergentes e o mercado de trabalho

Ainda que de 10 a 20% da população mundial seja neurodiversa, segundo a Deloitte, os números sobre a empregabilidade de pessoas neurodivergentes é uma preocupação global. 

Além dos dados que mencionamos no início do texto, há outros que merecem atenção: 

Embora os dados acima foquem especificamente no TEA, eles ajudam a jogar luz sobre o quanto o mercado de trabalho pode ser hostil para pessoas neurodivergentes. No próximo tópico, falaremos mais sobre o assunto! 

Principais desafios dos trabalhadores neurodivergentes 

Se a sua empresa deseja ir na contramão das estatísticas atuais, o primeiro passo é entender quais são os maiores desafios que os trabalhadores neurodivergentes enfrentam no dia a dia. 

Entre os problemas mais comuns, destacam-se: 

  • desconhecimento das lideranças sobre o que é a neurodivergência e como ela pode ser gerida com sucesso no trabalho; 
  • preconceito inconsciente e estigmas associados às condições neurodivergentes, levando à discriminação nos processos de contratação e promoção; 
  • espaços de trabalho mal projetados para receber esses profissionais, prejudicando o desempenho e a permanência deles nas empresas; 
  • falta de compreensão sobre os desafios de interação social que as pessoas neurodivergentes muitas vezes enfrentam; 
  • processos de contratação pouco inclusivos, com questionários rígidos, entrevistas muito formais ou foco na história do candidato em vez de em suas habilidades. 

Por que abraçar a neurodiversidade nas empresas? 

Agora que você já está por dentro das barreiras que os trabalhadores neurodivergentes enfrentam, queremos chamar a sua atenção para os benefícios que as empresas podem obter ao combatê-las. 

Uma das principais vantagens associadas à contratação de pessoas neurodivergentes é o acesso a uma variedade de habilidades e perspectivas. 

Afinal, formas diferentes de pensar e interagir com o mundo muitas vezes favorecem o desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela empresa. 

A dislexia, por exemplo, nada mais é do que uma forma diferente de processar informações. Isso tende a resultar em um padrão diferenciado de pontos fortes, principalmente nos quesitos criatividade e inovação. 

Há, ainda, um conjunto de habilidades que se relacionam com o autismo. Esse é o caso da capacidade de memorizar e aprender informações rapidamente, da atenção aos detalhes e da facilidade para se concentrar por longos períodos. 

Se as informações acima ainda não te convenceram, segue um dado interessante: conforme a Deloitte, equipes com profissionais neurodivergentes em algumas funções podem ser 30% mais produtivas do que aquelas sem eles. 

Além disso, a inclusão e a integração desses talentos também podem aumentar o moral da equipe. 

5 passos para a inclusão de profissionais neurodivergentes 

Ao abraçar a neurodiversidade, as organizações não apenas promovem uma maior inclusão e igualdade internamente, como também acessam todos os benefícios que somente uma força de trabalho diversificada e dinâmica pode trazer. 

Confira algumas estratégias que podem ser adotadas para fortalecer essa jornada: 

1. OUÇA AS NECESSIDADES DAS PESSOAS NEURODIVERGENTES

Um dos primeiros passos para criar ambientes de trabalho mais inclusivos é compreender a fundo quais são as necessidades, preocupações e pontos de vista dos profissionais neurodivergentes. 

Mas lembre-se de que esse é um trabalho que demanda um olhar individualizado: não adianta querer colocar todas as pessoas neurodivergentes em uma mesma caixinha. 

Apesar de existirem comportamentos esperados para cada condição, as pessoas são únicas em suas habilidades e desafios. 

2. INVISTA NA FORMAÇÃO DE LÍDERES E GESTORES

As lideranças das empresas desempenham um papel central no apoio à inclusão de pessoas neurodivergentes. Sendo assim, elas precisam ser amplamente conscientizadas sobre o assunto. 

Investir em treinamento e desenvolvimento para esses profissionais pode ajudá-los a entender melhor as necessidades das pessoas neurodivergentes, facilitar a integração delas no ambiente de trabalho e extrair o melhor que elas têm a oferecer. 

3. PROMOVA AJUSTES NO ESPAÇO DE TRABALHO

Algumas pessoas neurodivergentes podem enfrentar dificuldades para lidar com a iluminação forte, altos níveis de som ambiente ou outros aspectos sensoriais. Por isso, é importante que as empresas estejam abertas a realizar pequenos ajustes no local de trabalho. 

A criação de espaços tranquilos, com estímulos sensoriais reduzidos, bem como o estabelecimento de rotinas claras e previsíveis, pode fazer uma enorme diferença. 

4. INCENTIVE O RESPEITO MÚTUO

Promover um ambiente de trabalho onde o respeito seja valorizado é essencial para a inclusão e a permanência de pessoas neurodivergentes nas empresas. 

Entre as ações que podem contribuir para esse objetivo, destacam-se a implementação de políticas antibullying e antiassédio claras e o fornecimento de treinamento em diversidade para todas as pessoas colaboradoras. 

5. ADAPTE OS PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Processos de contratação muito genéricos ou tradicionais nem sempre funcionam com as pessoas neurodivergentes. É por isso que o comprometimento com a inclusão desses profissionais também passa pela revisão das técnicas de recrutamento e seleção. 

A realização de entrevistas estruturadas e baseadas em habilidades é um exemplo de ajuste que pode ser adotado. Além disso, é preciso treinar os recrutadores sobre as diferentes formas de avaliar o potencial desses candidatos. 

Outra estratégia bem-vinda é a abertura de processos seletivos voltados especificamente para talentos neurodivergentes. Essa prática faz parte das ações que buscam garantir a equidade no ambiente de trabalho, sendo conhecida também como vaga afirmativa. 

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