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Mudança de carreira: 6 perguntas para guiar seus próximos passos

Escrito por ManpowerGroup Brasil | 10/04/25

Falta de propósito, insatisfação com a cultura da empresa, conflitos com a liderança ou a busca por mais qualidade de vida… Esses são só alguns dos motivos que podem levar um profissional a cogitar a mudança de carreira. 

Aliás, o desejo de buscar novos horizontes já está no radar de muita gente: segundo nossa pesquisa Barômetro Global de Talentos 2024, 35% dos trabalhadores consideram mudar de emprego nos próximos 6 meses. Entre jovens de 18 a 27 anos, a margem é de 47%. 

Seja qual for a razão, decisões sobre o trabalho pedem reflexão e planejamento. A seguir, vamos apresentar seis perguntas para apoiar essa escolha, inspiradas em um artigo publicado pelo Dr. Tomas Chamorro-Premuzic, Diretor de Inovação do ManpowerGroup, na Harvard Business Review.

1. Quais são minhas prioridades e valores?

Refletir sobre o que realmente importa para você é o primeiro passo para planejar uma mudança de carreira que faça sentido e traga satisfação a longo prazo. Entre as perguntas que podem apoiar esse mapeamento, estão: 

  • o que pesa mais: estabilidade, flexibilidade ou equilíbrio entre vida pessoal e profissional? 
  • me importo em trabalhar de casa ou de qualquer lugar? 
  • ficaria feliz com um trabalho que exigisse presença no escritório quase todos os dias? 
  • desejo um estilo de vida específico, que se beneficie de um ambiente de baixo estresse, ou uma cultura de bem-estar que incentive o tempo livre? 
  • é importante que os valores da empresa estejam alinhados com os meus? 
  • penso em constituir família e, por isso, valorizo empresas com bons benefícios? 
  • quero me aposentar mais cedo, o que exigiria um salário e uma remuneração específicos? 

“Ter clareza sobre suas prioridades, especialmente sobre um ou dois temas inegociáveis, é um ótimo ponto de partida para te guiar por essa busca”, aconselha o Dr. Tomas Chamorro-Premuzic. 

2. Quais são minhas considerações financeiras?

Muitas pessoas fazem escolhas de emprego e carreira com base na remuneração. Porém, nem sempre o dinheiro é garantia de satisfação no trabalho. 

Nesse sentido, é importante considerar quais são suas metas financeiras atuais e futuras e o quanto a compensação financeira importa.  

Alguns profissionais, por exemplo, estão dispostos a renunciar parte do salário por um emprego que ofereça flexibilidade, bem-estar e mais oportunidades de aprendizado e crescimento. 

“É importante ser honesto consigo sobre o quanto salário e benefícios realmente importam — e até que ponto você se dispõe a renunciar a outras coisas para ir além do mínimo necessário. Isso deve guiar suas escolhas”, orienta o Dr. Tomas Chamorro-Premuzic. 

3. O que me motiva no trabalho? 

Você sabia que, quando as pessoas escolhem carreiras ou empresas alinhadas aos seus valores, elas tendem a se sentir mais realizadas e felizes? 

Não é à toa que essa conexão costuma gerar mais engajamento, retenção de talentos e melhores resultados. Para entender o que, de fato, te traz motivação profissional, o Diretor de Inovação do ManpowerGroup sugere que você se pergunte: 

  • sou motivado por poder, status ou oportunidades de liderança? 
  • preciso me divertir no trabalho? 
  • qual a importância de ter ótimos colegas? 
  • esse trabalho alimenta minha sede de aprendizado e desafio? 
  • essa função oferece um caminho para essas ambições? 

Se responder a essas perguntas parecer difícil, uma boa alternativa é pensar em pessoas que você admira e refletir sobre o que desperta essa admiração. 

4. Quanta autonomia quero ou preciso?

Para alguns profissionais, ter liberdade para tomar decisões ou trabalhar de forma independente é muito importante. Já para outros, a autogestão pode ser um desafio. 

A verdade é que a liberdade é uma faca de dois gumes. Com a autonomia, vêm também mais responsabilidade e a necessidade de prestar contas. 

Portanto, tente entender em qual desses dois perfis você se encaixa mais: o de quem prefere ambientes mais informais ou o de quem prospera em contextos mais estruturados e bem definidos. 

Encontrar a resposta pode te ajudar a fazer escolhas mais alinhadas com seu jeito de trabalhar e, consequentemente, a se sentir mais satisfeito com sua mudança de carreira. 

5. Quais são minhas motivações intrínsecas?

Nem todas as pessoas acreditam que o trabalho deve proporcionar uma alta dose de propósito, realização e até mesmo um senso de vocação — e está tudo bem.

Embora alinhar seus interesses pessoais com a carreira aumente o engajamento, também é possível encontrar alegria em outras áreas da vida.

O mais importante é conseguir ter honestidade sobre isso para, então, calibrar as expectativas e entender quais são os melhores caminhos.

Segundo o Dr. Tomas Chamorro-Premuzic, essas perguntas podem te ajudar a refletir sobre o quanto você precisa ser intrinsecamente motivado pelo seu trabalho ou carreira: 

  • quanta diversão ou prazer espero encontrar no meu trabalho? 
  • preciso que a jornada seja agradável e divertida ou estou bem em vê-la como um meio para um fim? 
  • esta função oferece tarefas ou projetos dos quais eu realmente gosto? 
  • esta nova oportunidade trará uma sensação de alegria, criatividade e aventura à minha rotina diária? 

6. Como vou crescer nessa função?

Por fim, se questione se a função ou carreira que você almeja oferece espaço para evoluir, desenvolver novas habilidades e conquistar outros desafios. Mais: qual o peso que esses fatores têm para você?

O Dr. Tomas Chamorro-Premuzic lembra que algumas culturas são mais centradas em oferecer aos colaboradores oportunidades de aprendizado e até mesmo recompensá-los por isso. Por outro lado, alguns empregos e funções ainda priorizam os resultados.

“Portanto, tenha clareza sobre a importância do aprendizado e se você estaria disposto a sacrificar outras coisas para se concentrar nisso”, conclui.

Considerações finais

Embora não haja garantia de que uma mudança de carreira será bem-sucedida, refletir sobre as perguntas acima pode, no mínimo, te trazer mais objetividade sobre os próximos passos e evitar decisões por impulso. 

Outra ferramenta que pode fazer toda a diferença nesse processo é a mentoria. Afinal, às vezes tudo o que precisamos é da visão de alguém “de fora”, com mais experiência, que nos ajude a enxergar caminhos que não consideramos. 

Quer entender melhor como funciona essa solução? Então, aproveite para ler o artigo Mentoria de carreira: o investimento que transforma sua trajetória. Até a próxima!