Redação no processo seletivo? Sim, ainda é comum, e pode ser decisiva. Muitos recrutadores usam essa etapa para avaliar mais do que a escrita: eles observam seu raciocínio, organização, clareza de ideias e até sua capacidade de argumentar.
O problema é que, para muita gente, escrever sob pressão é um verdadeiro desafio. Bate a insegurança, falta estratégia... e lá se vão pontos importantes na seleção.
Se esse é o seu caso, calma: é possível se preparar! Neste artigo, reunimos dicas práticas para você mandar bem na redação e mostrar todo o seu potencial.
Quem busca crescer profissionalmente sabe que a dedicação é necessária. Mudar hábitos e organizar melhor a rotina são passos fundamentais, assim como se informar sobre o processo seletivo do qual pretende participar.
Por isso, antes mesmo de se preparar para a redação, vale ficar de olho nesses pontos importantes:
Quanto mais você se dedica agora, maiores são suas chances de conquistar a vaga lá na frente. Então, vamos às orientações sobre redação?
Existe uma frase que diz que quem lê bastante, escreve melhor. E ela faz total sentido!
A leitura amplia nosso vocabulário, melhora o entendimento de diferentes estilos de texto e aguça o senso crítico, habilidades que fazem toda a diferença na construção de uma boa redação. Então, que tal cultivar esse hábito?
Os livros de literatura brasileira são uma ótima pedida para quem deseja ampliar o domínio da língua portuguesa. Mas você não precisa e nem deve se limitar a eles.
Acompanhe também noticiários, newsletters e blogs para ler sobre temas variados e se manter por dentro do que está acontecendo no Brasil e no mundo. Apenas tome certo cuidado para não cair em sites duvidosos, ok?
Por fim, aproveite todo o conhecimento adquirido para pôr em prática sua escrita, tendo em mente que você terá, geralmente, de 20 a 30 linhas para desenvolver suas ideias nos processos seletivos.
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa certamente assusta muitas pessoas que ainda não dominaram suas regras básicas e ficam na dúvida sobre qual é a maneira certa de acentuar palavras ou sobre o uso do hífen, por exemplo.
Ainda que você não precise compreendê-lo completamente — se houver tempo hábil para isso, ótimo — é possível sair-se bem tendo controle de alguns de seus pontos-chave.
É importante lembrar que o Acordo já estava firmado entre oito países lusófonos desde 1990 e só em 2013 tornou-se parâmetro obrigatório para a linguagem escrita. A seguir explicaremos alguns dos principais pontos para você.
O alfabeto da Língua Portuguesa passa a ter 26 letras, depois da inclusão do k, do w e do y. Essas letras, de uso comum em línguas estrangeiras, são admitidas em nosso idioma nos seguintes casos: nomes próprios; nomes de cidades, estados e países; e siglas, símbolos e unidades de medida.
O trema foi retirado de todas as palavras originárias da Língua Portuguesa. Esse sinal ortográfico era usado nos grupos “qü” e “gü” para indicar que a vogal “u” deveria ser lida, como ocorria na palavra “lingüística”. No entanto, em nomes estrangeiros e em palavras derivadas deles, o sinal deve ser mantido, como em Müller e mülleriano.
Antes do Acordo, havia marcação com o acento circunflexo na primeira letra da sequência de vogais em palavras como “dêem” e “vôo”. Agora, nesses encontros vocálicos, não há mais acentuação. Dessa forma, a grafia dessas palavras segue como: deem, voo, releem, enjoo.
“Ideia” e “jiboia” são as novas grafias dessas palavras, que perderam o acento agudo que vinha nos ditongos (encontro de vogais) “ei” e “oi” de suas sílabas tônicas, aquela lida “mais forte”.
Essa regra simplifica bastante as coisas, mas também exige mais atenção na leitura, uma vez que a falta de acento só permite identificar o significado de uma palavra conforme o contexto.
O chamado acento diferencial que distinguia as palavras chamadas homógrafas (que têm grafia igual, com significados diferentes) também foi eliminado.
Observe as seguintes frases:
O elemento destacado nelas tem funções diferentes, embora seja escrito da mesma forma e, segundo a regra do Acordo Ortográfico, sem diferenciação.
Não vamos nos prolongar sobre as outras alterações trazidas pelo Acordo, pois há muitos casos e muitas especificidades. Mas esperamos que com as dicas acima você consiga escrever com mais segurança.
Outra boa ajuda para seus estudos é a consulta ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Sempre que tiver dúvidas sobre a grafia de um termo, recorra a essa ferramenta!
Com o tempo, a tendência é que o contato frequente com as regras facilite seu entendimento e torne o uso correto algo natural na sua escrita.
Essa é uma regra que vale não apenas para redações em processos seletivos, mas para qualquer tipo de produção textual: antes de começar a escrever, leia a proposta com calma e entenda o que está sendo pedido.
Muitos candidatos erram por ansiedade ou pressa e acabam fugindo do tema sem perceber. Para evitar esse deslize, experimente se perguntar:
Agora, se o tema for livre, a dica é escrever sobre um assunto que você domina e que faz sentido no contexto profissional. Alguns exemplos são:
Antes de começar a escrever a versão final da redação, é válido tirar alguns minutos para organizar suas ideias em um rascunho. Essa etapa ajuda a estruturar melhor o texto, evitar repetições e garantir que os pontos importantes sejam abordados.
Ao fazer o rascunho, você aumenta suas chances de seguir a estrutura clássica de uma redação bem construída, que inclui:
Ao seguir esse roteiro no rascunho, você garante organização, coesão e segurança na hora de redigir a versão final do texto.
Seguir a estrutura sugerida acima já é um ótimo ponto de partida para manter o foco. Mas queremos trazer mais algumas considerações importantes sobre esse assunto.
De nada adianta ter facilidade com a escrita e um bom tema em mente se você não souber organizar suas ideias e construir uma linha de raciocínio coerente e coesa.
Imagine começar o texto usando a primeira pessoa, depois passar para a terceira pessoa do singular e, logo em seguida, retornar à primeira pessoa. Mesmo que seus argumentos estejam claros, essa confusão prejudicará a coesão e dificultará a compreensão do leitor.
Agora, vamos imaginar que você inicie seu texto defendendo um determinado ponto de vista e, ao final, mude completamente de opinião, concluindo a redação afirmando o oposto do que você defendia no início. Nesse caso, faltou coerência e não precisamos nem mesmo explicar por que isso seria ruim para você no processo seletivo.
Existe ainda um caso mais extremo: pessoas com excelente vocabulário que produzem textos muito longos.
Por isso, organize bem suas ideias: escreva primeiro, releia com atenção e só dê um título à redação após ter certeza do que escreveu, para garantir que ele não fugirá ao tema.
Toda empresa minimamente ética rejeitará qualquer declaração preconceituosa escrita por uma pessoa candidata em uma redação de processo seletivo.
Se você estiver diante de um tema que não domina ou que gera dúvidas, tenha cautela. Evite afirmar que algo está errado ou que não merece ser discutido apenas por não ter os argumentos ou o conhecimento necessário para aprofundar o assunto.
Em casos mais graves, declarações inadequadas podem acarretar consequências legais. Por isso, busque sempre ler bastante, consultar diferentes fontes e se informar para evitar preconceitos que possam prejudicar sua avaliação.
É muito comum que as redações em processos seletivos abordem temas atuais e relevantes para a sociedade, como meio ambiente, tecnologia, saúde pública, direitos humanos, educação e diversidade.
Nesse sentido, se informar sobre os acontecimentos recentes e as discussões em curso é fundamental para que você possa argumentar com propriedade sobre eles quando for necessário.
Não estamos dizendo para você se tornar um especialista em política ou economia, mas que seja minimamente capaz de discutir alguns dos principais assuntos que têm sido destaque nos jornais.
Quer algumas dicas de temas que estão em alta? Então, aí vão eles:
Atualizar-se sobre esses assuntos amplia seu repertório e enriquece seus argumentos, tornando sua redação mais relevante e consistente. Apenas tome cuidado para não confundir opinião pessoal com informação e, mais uma vez, opte por adotar uma linguagem positiva, livre de cenários pessimistas e afirmações preconceituosas.
Um dos motivos pelos quais dissemos para você evitar assuntos controversos e posicionamentos negativos é que você precisa se atentar aos valores da empresa na hora de elaborar o texto.
Então, caso seja inevitável abordar questões delicadas, tenha certeza de que não está confundindo opinião pessoal com os fatos como realmente são.
Se for comentar algum escândalo político ocorrido no país, por exemplo, jamais profira nenhum discurso de ódio ou frase preconceituosa. Evite, ainda, conclusões radicais e procure colocar o seu ponto de vista cuidadosamente.
As questões religiosas também devem ser vistas da mesma forma em um processo seletivo. Não transforme a sua visão ou experiência em torno do assunto em uma verdade que serve para julgar e diminuir pessoas que não pensam e nem agem como você.
Lembre-se de que a finalidade de um processo seletivo é escolher quem vai trabalhar na empresa e certamente pessoas com visões extremistas e segregacionistas sobre qualquer tema não serão bem-vindas.
Escrever uma redação para o processo seletivo pode parecer desafiador, mas, com preparação e atenção aos detalhes, você pode se destacar mesmo sem ser um escritor nato.
Para garantir que seu texto seja claro, coerente e profissional, confira algumas orientações finais:
Outra dica é usar a tecnologia a seu favor. Ferramentas como o ChatGPT podem ser ótimas para revisar seu texto e sugerir melhorias. Mas lembre-se: a redação deve ser sua, e a inteligência artificial não pode substituir sua voz ou suas ideias.
Quer saber como usar a IA para arrasar não só na redação, mas em outras etapas do processo seletivo? Então, aproveite para ler também Como usar Inteligência Artificial e brilhar na entrevista de emprego.