9 dicas infalíveis para fazer uma redação no processo seletivo

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Diversas empresas adotam a redação para processo seletivo. O principal motivo é que o texto permite que os recrutadores avaliem diversos quesitos como capacidade de raciocínio, organização de ideias, argumentação e visão de mundo, além do domínio da língua portuguesa.

Algumas companhias aproveitam a escrita no processo seletivo para analisar traços da personalidade, usando a grafologia. Muitas pessoas ainda se assustam com esse fato, mas não há motivo para pânico.

Confira agora 9 dicas para se tornar um candidato bem-preparado para qualquer tipo de redação!

1. Saiba como se preparar para o processo seletivo

Quem ambiciona crescer profissionalmente sabe que sacrifícios podem ser necessários. A mudança de hábitos e uma maior organização da rotina são alguns dos principais quesitos para se atingir esse feito.

Ademais, buscar informações sobre o processo seletivo do qual você vai participar é outro passo importante antes de tomar qualquer medida. Assim, é importante ressaltar alguns pontos aos quais você deve estar atento:

• pesquise sobre os processos seletivos da empresa em questão;

• elenque os principais pontos e comece a se organizar para estar preparado para eles;

• separe um tempo diário para a prática de leitura e escrita;

• jamais deixe para a última hora a preparação para um processo seletivo, assim você diminui suas chances e perde uma oportunidade de emprego;

• averigue também os valores da empresa, eles influenciarão na maneira como os recrutadores julgarão as provas;

• evite temas polêmicos como religião e política, a não ser que sejam suas áreas de conhecimento e você tenha embasamento para discuti-los.

Se ainda não entende bem por que estamos levantando essas questões, não se preocupe. Ao longo deste artigo, vamos destrinchá-las para que você seja capaz de realmente entender a importância disso e tomar as atitudes certas para alcançar o sucesso que almeja. Continue lendo e aprenda.

2. Tenha regularidade na leitura e invista em diferentes gêneros

Quando o assunto é preparação para um processo seletivo, é comum recomendar bastante leitura para se aprimorar o conhecimento da língua portuguesa e estar a par de diferentes assuntos que podem cair na prova.

Para isso, você deve primeiro saber onde buscar tais informações. Se for ler sobre política, por exemplo, não se dedique a apenas um segmento dessa questão e busque diferentes fontes sobre o tema. Fuja de sites duvidosos e jornais sensacionalistas, procure sempre uma visão mais realista e apurada sobre as coisas.

É igualmente importante não ficar somente preso ao cotidiano, ou seja, ao noticiário de revistas e jornais, independentemente se eletrônicos ou não. Leia também romances, sobretudo os clássicos, a fim de ter um outro olhar sobre o uso da língua portuguesa e até mesmo se preparar para uma ou outra questão da prova que pode indagar sobre obras canônicas.

Aproveite todo o conhecimento adquirido para pôr em prática sua escrita e imaginar que os processos seletivos empresariais geralmente separam de 20 a 30 linhas para você desenvolver suas ideias. Invista em diferentes gêneros literários e poderá se sair bem em uma seleção.

3. Preste atenção no Acordo Ortográfico

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa certamente assusta muitas pessoas que ainda não dominaram suas regras básicas e ficam na dúvida sobre qual é a maneira certa de acentuar palavras ou sobre o uso do hífen, por exemplo.

Ainda que você não precise compreendê-lo completamente — se houver tempo hábil para isso, ótimo — é possível sair-se bem tendo controle de alguns de seus pontos-chave que o diferem do português padrão anterior.

É importante lembrar que o Acordo já estava firmado entre oito países lusófonos desde 1990 e só em 2013 tornou-se parâmetro obrigatório para a linguagem escrita. A seguir explicaremos alguns dos principais pontos para você. Confira:

Alfabeto

O alfabeto da língua portuguesa passa a ter 26 letras, depois da inclusão do k, do w e do y. Essas letras, de uso comum em línguas estrangeiras, são admitidas nos seguintes casos:

• nomes próprios de pessoas e seus derivados: Kant / kantismo, Darwin / darwinismo, Taylor / taylorista;

• nomes de cidades, estados e países e seus derivados: Kuwait / kuwaitiano, Malawi / malawiano;

• siglas, símbolos e unidades de medida: KLM, K: potássio, km: quilômetro, kW: kilowatt.

Trema

O trema foi suprimido de todas as palavras originárias da língua portuguesa. Esse sinal ortográfico era usado nos grupos qü e gü para indicar que a vogal u deveria ser lida, como ocorria na palavra “lingüística”.

No entanto, em nomes estrangeiros e em palavras derivadas deles, o sinal deve ser mantido, como em Müller e mülleriano.

Acento circunflexo

Antes do Acordo, havia marcação com o acento circunflexo na primeira letra da sequência de vogais em palavras como “dêem” e “vôo”. Agora, nesses encontros vocálicos, não há mais acentuação. Dessa forma, a grafia dessas palavras segue como: deem, voo, releem, enjoo.

Acento agudo

“Ideia” e “jiboia” são a nova grafia dessas palavras, que perderam o acento agudo que vinha nos ditongos (encontro de vogais) ei e oi de suas sílabas tônicas, aquela que é lida “mais forte”.

Essa regra simplifica bastante as coisas, mas também exige mais atenção na leitura, uma vez que a falta de acento só permita identificar o significado de uma palavra de acordo com o contexto. “Apoio”, por exemplo, pode ser substantivo ou a flexão do verbo “apoiar”, e somente a leitura de todo o trecho permite saber qual era a intenção de uso do autor.

Acento diferencial

O chamado acento diferencial que distinguia as palavras chamadas homógrafas (que têm grafia igual, com significados diferentes) também foi eliminado.

Observe as seguintes frases:

• Ainda bem que o ônibus para aqui.

• Vou fazer isso para ela.

O elemento destacado nelas tem funções diferentes, embora seja escrito da mesma forma e, segundo a regra do Acordo Ortográfico, sem diferenciação.

Porém, não vamos nos prolongar sobre as outras alterações trazidas pelo Acordo, pois há muitos casos e muitas especificidades e, com as dicas que passamos aqui, você já será capaz de escrever com maior segurança.

Uma boa ajuda para seus estudos é a consulta ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Sempre que tiver dúvida sobre a grafia de algum termo, especialmente os que incluam hífen, busque-o nessa ferramenta. Com o tempo, você acaba entendendo melhor e internalizando as regras, passando a utilizá-las de forma natural na sua escrita.

Inclua em seus estudos o domínio dessa questão a fim de ter um entendimento mais completo.

4. Escreva sobre um assunto que domina

Se o tema da redação já vier indicado na prova, não há muito o que fazer senão escrever sobre ele. No entanto, quando o tema é livre, muitos candidatos sentem-se inseguros por não saberem sobre o que discorrer, enquanto outros podem se sentir aliviados pela possibilidade de desenvolver um assunto com o qual têm mais familiaridade.

Independente de qual for o seu caso, aproveite essa oportunidade para escrever sobre um assunto que domina. Ainda está em dúvida? Então, veja alguns temas que você pode desenvolver no seu texto:

• aborde sua área de atuação na redação, a importância que ela tem para você ou alguma experiência importante que tenha vivido como profissional;

• compartilhe um hobby interessante, você pode demonstrar a importância dessa atividade em sua vida ou mesmo na de outras pessoas envolvidas naquilo;

• conte sobre um trabalho voluntário em um projeto social interessante, essa também pode ser uma chance de você demonstrar empatia e interesse por causas sociais.

O importante é pensar que, pelo fato de o tema ser livre, deve-se tomar cuidado para não ser desinteressante ou desagradável. Procure compartilhar algo que seja realmente relevante e lembre-se de manter sempre um tom positivo em seu texto. Tudo isso apontará o seu caráter e sua forma de pensar e, obviamente, esses serão critérios analisados pelo recrutador.

5. Esteja a par de assuntos gerais e atuais

Além de ler mais e melhorar o seu domínio da língua portuguesa, é preciso estar a par das notícias mais atuais do Brasil e do mundo.

Não estamos dizendo para você se tornar um especialista em política ou economia, mas que seja minimamente capaz de discutir alguns dos principais assuntos que têm sido destaque nos jornais — e não estamos falando de folhetins populares com notícias sensacionalistas.

Temas como a diversidade, crise migratória, tensões políticas entre o governo estadunidense e a Coreia do Norte, e a crise política e econômica no Brasil são apenas alguns dos exemplos que podem vir a ser debatidos em redações de processos seletivos.

Ao estar bem informado sobre assuntos recorrentes, você será capaz de argumentar e desenvolver uma linha de raciocínio assertiva sobre essas questões. Mas tome sempre cuidado para não confundir opinião pessoal com informação e, mais uma vez, adote uma linguagem positiva — livre de cenários pessimistas e afirmações preconceituosas — principalmente se estiver lidando com um tema controverso.

6. Escreva de forma clara

É muito bom contar com bastante informação, um vocabulário extenso e facilidade para a escrita, mas nada disso adianta se você não souber escrever de maneira clara. E o que isso quer dizer? Bom, saber organizar as ideias e construir uma linha de raciocínio coerente com um texto coeso faz toda a diferença.

Vamos dizer que você comece o texto escrevendo na primeira pessoa e, em seguida, muda para a terceira pessoa do singular e logo depois volta para a primeira pessoa. Mesmo que seus argumentos estejam claros no texto, faltará coesão e a leitura será prejudicada por isso.

Agora, vamos imaginar que você inicie seu texto defendendo um determinado ponto de vista e ao final muda completamente de opinião e conclui o texto afirmando o oposto do que você defendia no início. Nesse caso, faltou coerência em seu texto e não precisamos nem mesmo explicar por que isso seria ruim para você no processo seletivo.

Existe ainda um caso mais extremo que é aquela pessoa que tem um excelente vocabulário, mas faz um texto extremamente longo e enfadonho. Nesses casos, o recrutador mal se dará ao trabalho de avaliar seu desempenho e poderá dispensar sua produção logo de cara. Por isso, mais uma vez, organize bem suas ideias, escreva primeiro, releia e só depois de estar certo do que escreveu, dê um título à sua redação. Assim, você transmite organização, coerência e responsabilidade naquilo que faz.

7. Jamais faça afirmações preconceituosas

Qualquer empresa com uma preocupação ética mínima que seja abominará qualquer declaração preconceituosa escrita por um candidato em uma redação no processo seletivo.

Se você estiver lidando com um tema que não domina e que parece incerto para você, seja cauteloso. Não afirme que algo é errado ou não vale a pena ser discutido só porque você não tem os melhores argumentos e nem o conhecimento necessário para ir mais a fundo naquela temática.

Inclusive, em casos mais extremos, você pode até ter que responder legalmente, dependendo da declaração que fizer. Por isso, leia bastante, busque diferentes fontes e se informe para se livrar de possíveis preconceitos que poderiam contaminar negativamente sua redação.

Vivemos em tempos nos quais se têm discutido cada vez mais questões como racismo, machismo, homofobia e outras questões diversas. Saber conviver com a diferença é um sinal de maturidade pessoal e profissionalismo. Não subestime isso.

8. Aprenda a lidar com a grafologia

A grafologia investiga, por meio da análise da escrita cursiva, alguns traços psicológicos do candidato à vaga de emprego. Segundo os estudiosos da técnica, atributos como o posicionamento, a inclinação e o distanciamento entre as letras podem demonstrar se uma pessoa é tímida ou expansiva, se é organizada ou não, entre outros.

Como não é possível você controlar totalmente o que demonstra por meio de sua escrita, até porque você tem o direito de ter a sua personalidade e ser como é, o melhor que pode fazer é treinar sua caligrafia.

E isso vai além de qualquer receio sobre a forma como será julgado por sua escrita, mas também para demonstrar zelo, capricho e ser compreendido por quem vai ler seu texto. Todo cuidado é pouco, então, cuide dessa parte também.

9. Atenção aos valores da empresa

Um dos motivos pelos quais dissemos para você evitar assuntos controversos e posicionamentos negativistas é que você precisa estar atento aos valores da empresa na hora de elaborar o texto.

Caso seja inevitável abordar tais questões delicadas, tenha certeza de que não está confundindo opinião pessoal com os fatos como realmente são. Se for comentar algum escândalo político ocorrido no país, jamais profira qualquer discurso de ódio ou frase preconceituosa. Se for necessário se posicionar sobre o tema, evite conclusões radicais e procurar colocar o seu ponto de vista de forma cuidadosa.

As questões religiosas também devem ser vistas da mesma forma em um processo seletivo. Não transforme a sua visão ou experiência em torno do assunto em uma verdade que serve para julgar e diminuir pessoas que não pensam e nem agem como você.

Lembre-se de que a finalidade de um processo seletivo é escolher quem vai trabalhar na empresa e certamente pessoas com visões extremistas e segregacionistas sobre qualquer tema não serão bem-vindas. Cuide bem do que escreverá para ter um resultado realmente bom.

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