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Convite às lideranças para imaginar futuros possíveis

5 min de leitura

Publicado em 24/06/22

Atualizado em Novembro 7, 2022

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"O olho vê,
a lembrança revê 
e a imaginação transvê. 
É preciso transver o mundo."

Abro este artigo com as palavras do poeta Manoel de Barros porque, hoje, vamos falar de futuro. Ou melhor, de futuros. E a possibilidade de enxergar esse além acontece pela capacidade que temos de imaginar, transver o que se apresenta. No entanto, desde crianças, e ao longo da vida, a nossa imaginação muitas vezes é tolhida, seja por conteúdos a serem decorados na escola ou normas sociais a serem atendidas. Assim, crescemos, e aquele olhar explorador, típico da infância, fica em um canto qualquer da nossa mente.

Mas é hora de desempoeirar essa capacidade e adotá-la como postura diante da vida e dos negócios. Incerteza, volatilidade e mudanças rápidas são intrínsecas à era digital e, à medida que a transformação avança, tecnologias como a Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data assumem cada vez mais atividades, colocando o que temos de mais humano como fator de diferenciação — e a imaginação é um dos mais importantes, além de ser o caminho para acessar  futuros que só existem pela ideação.

A partir dessa carência imaginativa e da necessidade urgente de visualizar cenários possíveis para evitar crises, criar soluções relevantes e inovar continuamente, surgiu o conceito de “Futures Literacy” (Alfabetização para Futuros, em português). Segundo a UNESCO, que cunhou o termo, “Futures Literacy é a habilidade que permite que as pessoas compreendam melhor o papel do futuro no que veem e fazem. Ser alfabetizado sobre o futuro fortalece a imaginação, aumenta nossa capacidade de preparar, recuperar e inventar à medida que as mudanças ocorrem.”

Para as lideranças, que encaram diariamente dilemas e tomadas de decisões estratégicas em um contexto altamente instável, a alfabetização para futuros se torna, então, uma competência essencial, já que somente os aprendizados do passado não dão mais conta de apontar caminhos para os problemas cada vez mais complexos que o mundo enfrenta e enfrentará. Mas, ao contrário do que pode parecer, essa habilidade não nos coloca de volta ao controle; permite-nos abraçar mudanças e nos anteciparmos a elas, inclusive refletindo sobre futuros desejáveis que queremos cocriar. Ou seja, também chama empresas para a responsabilidade de agir e mudar.

Isso nos leva a outro ponto interessante dessa conversa: passado, presente e futuro se entrelaçam a todo o momento. O passado fornece experiências, informações, referências, repertório que nos colocam no presente, e o que fazemos no aqui e no agora impacta o futuro, mas a forma como projetamos o futuro também modifica o que realizamos no presente. Portanto, se a sua organização quer se manter sustentável, atendendo às (novas) necessidades das pessoas e da sociedade, é preciso pensar desde já quais podem ser essas demandas e como poderá corresponder a tais expectativas.

Entender essa relação é fundamental para quebrar a ideia de linearidade que pode impedir a correlação entre eventos, até porque quando falamos de futuro não podemos pensar no singular. No Futures Literacy, a premissa é de que existem infinitas possibilidades para o que vem a seguir, ainda que não consigamos enxergá-las facilmente por partimos de uma visão pré-determinista.

Aliás, um dos equívocos comuns é reduzir o “pensar o futuro” como uma lista de problemas que podem surgir logo ali na frente, baseando-se somente no presente. Uma forma de romper com essa barreira é justamente soltar a imaginação, desprendendo-se de valores e de padrões vigentes e lendo sinais e fenômenos sem tentar encaixá-los no que já conhecemos. A boa e velha pergunta cabe aqui: por que não?

O estudo do futuro pode ser feito a partir de várias linhas de pesquisa e metodologias. Para uma abordagem eficiente, é importante que líderes invistam no desenvolvimento dessa capacidade e contem com profissionais especialistas para conduzir jornadas de exploração de futuros, abrindo janelas para que mais pessoas que participam de decisões e/ou são impactadas por elas possam também imaginar. Futuros são plurais e coletivos.

Um dos recursos para destravar essa habilidade é o chamado Cone do Futuro, pelo qual conseguimos imaginar futuros possíveis, preferíveis, plausíveis e prováveis, ampliando os horizontes e os sentidos do próximo tempo. E, para que esse olhar caleidoscópico seja potente, é interessante que líderes acompanhem movimentos e comportamentos emergentes que podem despertar e abastecer reflexões e questionamentos.

Nesse sentido, o ManpowerGroup disponibiliza continuamente materiais e pesquisas globais e locais, servindo de ponto de partida para a imaginação das lideranças fluírem. Recentemente, divulgamos os acenos do mundo do trabalho, consolidando-os no estudo “The Great Realization: panorama do mundo do trabalho 2022”.

Durante muito tempo, líderes vestiram as armaduras do pragmatismo e da racionalidade, deixando de lado uma das mais poderosas faculdades humanas, a capacidade de imaginar. Talvez o segredo seja trazê-la mais para a vista e, assim, avistar outras possibilidades para tomar decisões mais estratégicas e sustentáveis. Concluo voltando à Manoel de Barros que, não à toa, dialoga tanto com a infância, pois sua escrita inventiva e imaginativa revela o mundo através de olhos abertos ao desconhecido e desapegado de convenções. O convite é para que, ao menos, uma parte de nós volte a ser criança, transvendo e construindo futuros melhores.

Espero que este conteúdo tenha somado para a sua liderança e gerado inquietações positivas por aí. Até a próxima conversa!

Abraços,

Nilson Pereira

Country Manager no ManpowerGroup Brasil

Fontes:  

UNESCO
Update
O Futuro das Coisas
Projeto Draft

Publicado originalmente em: https://bit.ly/3OHczgz

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