Lembro de quando senti a sensação pela primeira vez, aquele incômodo em ver que a minha forma de agir não estava tendo o efeito que esperei. Como não? A maneira com que tentei resolver a questão era um método que tantas vezes havia alcançado a solução. Mas não daquela vez.
Levei um tempo para entender, mas hoje percebo que esse episódio faz parte de um contexto muito maior. Formas tradicionais não são mais suficientes para lidar com os desafios deste nosso tempo, em que as rápidas transformações pedem por novas maneiras de pensar e de agir; pedem para a gente avaliar nosso conhecimento e entender o que precisa ser renovado, buscado.
Precisamos reaprender a todo momento.
Se a necessidade de inovação dita o ritmo, como podemos nos manter presos ao que sempre fizemos até aqui e ao que sempre entendemos sobre o trabalho? Reaprender é mesmo um desconforto, especialmente para quem está na liderança. Por isso, hoje resolvi compartilhar um pouco do que me ajuda a abraçar esse movimento junto à minha equipe.
Bem, uma coisa é certa: o apego surgirá como a voz que diz que nada precisa mudar. Portanto, o primeiro passo é reconhecê-lo e, conscientemente, se distanciar dele. Pergunte-se se antigos processos estão ajudando ou atrapalhando você e a sua equipe a chegarem a uma solução. Está aí a oportunidade de abrir espaço para o novo.
Isso não significa que tudo que foi aprendido deva ser descartado. É possível criar caminhos a partir da experiência acumulada e da adaptação. O mais importante aqui é deixar claro para o time que há abertura para novas ideias, novas ações, novas configurações: conversem muito sobre como o trabalho vem sendo feito e não tenham receio de experimentar possibilidades.
Além disso, as pessoas do seu time precisam saber que inovar é constantemente necessário, e elas serão estimuladas a contribuir à medida que veem esforços da liderança e da organização neste sentido.
Então, dê feedback e receba-o também. Ao lado do RH, invista em mentorias e crie jornadas de aprendizagem que desenvolvam a criatividade, o pensamento crítico e a curiosidade — isso ajudará a sustentar um comportamento orientado à inovação ao longo do tempo.
Quando novamente me deparei com uma situação que estava emperrada, exercitei o desapego e convidei a equipe para repensar processos, focando na melhoria contínua.
A resistência, então, deu lugar ao fluxo.
No fim das contas, reaprender é uma combinação entre reflexão e ação, entre soltar e adquirir, entre se arriscar e estar em boa companhia para isso. Soluções criativas, e até disruptivas, são fruto de uma atenção sobre como percorremos o caminho. Reaprender deve ser parte do percurso, se quisermos avançar.
Como anda o seu (re)aprendizado? E o dos seus colaboradores? Compartilhe comigo aqui nos comentários.
Abraços,
Ana Guimarães
Diretora de Operações do ManpowerGroup Brasil