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Como sabemos quando reiniciar? As melhores práticas globais para voltar ao trabalho

4 min de leitura

Publicado em 20/04/20

Atualizado em Julho 28, 2021

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À medida que países ao redor do mundo começam a reduzir as práticas de isolamento, a criar restrições e a planejar um retorno a algum tipo de nova normalidade, é revigorante estar ansioso para retomar nossas economias e reabrir nossos locais de trabalho. Já existem lições a serem aprendidas com as primeiras ondas da Coréia do Sul e Cingapura, e agora os nórdicos, Espanha, Itália e outros países planejam como possibilitar o retorno seguro de milhares de pessoas ao trabalho nas próximas semanas. Enquanto examinamos o impacto dessa crise de saúde no PIB, digerimos as resmas de dados e olhamos para frente para formular cenários que minimizem os danos às nossas economias e negócios, é imperativo lembrar que essa crise é sobre pessoas – sobre como as pessoas se comportam, como as pessoas reagem e como respondem em tempos de crise.

A pergunta que deveríamos estar fazendo não é quão rápido ou quão rigoroso o isolamento deve ser; mais do que isso, é como incentivamos as pessoas a agir com base nas informações disponíveis e a mudar o seu comportamento de acordo com o cenário? Por exemplo, os restaurantes permanecem abertos na Suécia, mas os negócios caíram 80% porque a adesão às recomendações públicas é incrivelmente alta. O foco em não alarmar a população e ainda criar a cultura e as condições que incentivem as pessoas a dar os passos certos é um dos fatores determinantes mais importantes de como sairemos dessa crise.

Os empregadores têm um papel significativo a desempenhar com 3,3 bilhões de pessoas no trabalho todos os dias. Quando falamos sobre como reabrir a economia, é preciso entender que clientes e funcionários querem se sentir tranquilizados, e é imprescindível se pautar em dados e insights para criar confiança e segurança para uma retomada forte e inteligente. Como uma organização global que opera em mais de 75 países, eis o que podemos aprender dos países que foram impactados primeiro e que estão retomando as atividades primeiro:

Teste, rastreamento e tecnologia são essenciais

Assim como a tecnologia abriu caminho para o trabalho remoto quase que da noite para o dia, ela também ajudará a sociedade com a retomada. Os dados estão fortalecendo nossa resposta à pandemia e a rápida implantação de aplicativos de rastreamento de contatos e autodiagnóstico estão ajudando na contenção. Em Cingapura, um aplicativo de rastreamento de contatos que requer que os usuários optem por compartilhar dados já está provando que muitos preferem ter a certeza de conhecer quais são os riscos à saúde e minimizá-los. O app também ajuda a garantir que as pessoas em risco sigam as regras de quarentena. A ampla disponibilidade de testes também é fator fundamental. A Espanha pode vir a ser comprovadamente um dos países mais atingidos da Europa; no entanto, nesta semana, uma liberação parcial do isolamento permitiu que 300.000 trabalhadores que não podiam fazer seu trabalho remotamente retornassem com segurança ao trabalho, graças à distribuição de mais de um milhão de kits de teste e 10 milhões de máscaras fornecidas nas estações de metrô. Podemos também ter certeza de uma coisa: as pessoas não retornarão o trabalho de maneira produtiva se isso for percebido como um risco para a sua saúde e a saúde de seus entes queridos.

Comunicação, comunicação, comunicação

Abertura e honestidade permanecem fundamentais, e funcionam nos dois sentidos. Os melhores empregadores estão realizando pesquisas de pulso, perguntando às pessoas o que funciona para elas, o que elas esperam do empregador e como podem fazer mais para ajudar. Outros – como as companhias aéreas – estão perguntando aos clientes o que os fará se sentir confortáveis ​​para voar novamente. Na Coréia do Sul, o governo lançou uma campanha para ensinar às pessoas que os testes em escala nacional eram essenciais para a contenção. Eles criaram um call center para manter as pessoas informadas, um aplicativo para ajudar no autodiagnóstico e rastreamento, e o uso de máscaras em público foi universalmente adotado. Uma comunicação clara, focada em dados e insights, sem dúvida salvou vidas e permitiu que as pessoas trabalhassem com segurança e confiança.

Não podemos simplesmente virar a chave

Não podemos ir de “desligado” para “ligado” com a situação atual. Não haverá uma data de retorno universal para todos. Os países à frente da curva estão orquestrando uma abordagem em fases, priorizando a saúde e a contenção. Os empregadores devem fornecer orientações claras para que as pessoas entendam a lógica do retorno. Reuniões no trabalho e fora dele serão controladas. Os trabalhadores que podem trabalhar remotamente provavelmente ficarão em casa. Os turnos serão escalonados para permitir o distanciamento físico, uma limpeza profunda ocorrerá entre os turnos e os materiais de proteção estarão disponíveis para os trabalhadores. A medição de temperatura e os testes continuarão para conter o vírus, reduzir a ansiedade em relação a inevitáveis ​​crises controladas e aumentar a confiança dos trabalhadores.

Parcerias e colaboração contam

A reabertura da economia exigirá cooperação e alianças em larga escala – públicas e privadas, internacionais e domésticas. É por isso que temos orgulho de nos unir aos líderes do setor de RH e pedir que empregadores, sindicatos e ONGs também se juntem a nós. Sabemos que esse modelo colaborativo funciona. Países ao redor do mundo estão começando a minimizar as disrupções com uma vontade coletiva de derrotar o vírus. Na Coréia do Sul, os setores público e privado estão se unindo de maneira rápida e eficiente, mesclando dados de maneira transparente para identificar novos casos e isolar sua disseminação, resultando em maior conscientização e comportamento socialmente responsável.

Reconheça que retornaremos ao futuro, não ao passado

Agora é a hora de abraçar uma visão compartilhada do amanhã. A súbita transformação de como fazemos negócios terá um efeito duradouro. Algumas dessas mudanças estão muito próximas daquilo que os trabalhadores sempre quiseram. Durante anos, ouvimos o crescente coro de pedidos por mais flexibilidade e por trabalho remoto. Agora, é necessária a confiança de ambos os lados – para equilibrar bem-estar, produtividade e independência. E, para aqueles que permaneceram trabalhando – os trabalhadores essenciais que atuam em hospitais, mercados e centros de distribuição –, seu serviço deve permanecer valorizado e recompensado adequadamente muito tempo após o término do isolamento.

O trabalho é algo que define amplamente a experiência humana. Se permanecermos fortes, resilientes e bem posicionados para apoiar nossos colegas, clientes e comunidades, todos poderemos voltar ao trabalho com segurança – independentemente de como isso vai se configurar dentro da nova normalidade. Os empregadores devem ser parte da solução e colocar o bem-estar das suas pessoas no centro do que fazem, protegendo vidas e meios de subsistência. Afinal, estamos todos juntos nisso.

#SmartRestart #PeopleFirst

Texto originalmente publicado por Jonas Prising, Chairman e CEO do ManpowerGroup, no LinkedIn

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