Sem tempo para ler agora? Experimente ouvir o nosso artigo.
Construir times preparados para atender às constantes transformações do mercado de trabalho tem se tornado uma necessidade — e um desafio — cada vez mais latente para as organizações. Neste contexto, dois termos ganharam força: reskilling e upskilling.
Embora tenham em comum o objetivo de apoiar o aprendizado contínuo dos colaboradores, esses conceitos têm diferenças marcantes, que devem ser consideradas na hora de planejar o próximo passo na carreira de um profissional.
Ao longo deste artigo, explicamos quais são essas diferenças e apresentamos dicas práticas de como aplicar o reskilling e o upskilling na sua empresa, a fim de contornar a escassez de talentos que já atinge 4 em cada 5 empregadores brasileiros.
Boa leitura!
Reskilling, ou requalificação, em português, é um termo que se refere ao processo de adquirir novas habilidades e competências para exercer uma função ou ocupação completamente diferente daquela que se tinha antes.
Trata-se, portanto, de uma forma de se reinventar profissionalmente, que prepara os colaboradores para transitar em diferentes áreas da empresa a fim de atender às necessidades mais emergentes do negócio.
A propósito, esse é um conceito que anda de mãos dadas com o redeployment, estratégia que ajuda os profissionais a olharem para as diversas possibilidades que existem na organização.
O upskilling, por sua vez, é o processo de qualificação. Neste caso, o foco está em aprimorar as habilidades e as competências que o colaborador já tem, de modo a melhorar o seu desempenho na área de atuação atual.
Ou seja, o upskilling é uma forma mais simples de se manter atualizado e competitivo no mercado, bem como de acompanhar as mudanças que ocorrem na profissão de tempos em tempos, podendo partir de uma iniciativa pessoal ou da empresa.
Como você leu até aqui, reskilling e upskilling são estratégias importantes para manter a força de trabalho relevante no mercado atual. Porém, elas têm diferenças relevantes, que devem ser observadas.
A primeira delas é que, por ser um processo mais amplo, o reskilling tende a demandar mais tempo e investimento para sua realização. Já o upskilling, focado em aprimorar as habilidades existentes, costuma ser feito de forma mais rápida e pontual.
Além disso, o reskilling é, geralmente, realizado em momentos de transição de carreira, como quando uma profissão perde espaço no mercado ou há uma mudança significativa nas demandas e tecnologias do setor.
Em contrapartida, o upskilling pode ser realizado a qualquer momento, como forma de se manter atualizado.
Atualmente, a carência de profissionais com certas habilidades é o principal obstáculo para as empresas que buscam alcançar o sucesso.
Tanto que, em 2024, 75% dos empregadores de todo o mundo sinalizaram que estavam enfrentando dificuldades para encontrar talentos com os conhecimentos e as experiências que precisavam.
Em meio a esse contexto, diretamente impactado pelas rápidas transformações tecnológicas, saem na frente as organizações dispostas a apoiarem os seus colaboradores no desenvolvimento contínuo.
Investir em estratégias de reskilling e upskilling é um bom caminho!
Além de permitir que os profissionais estejam preparados para essas mudanças e possam se adaptar rapidamente às novas demandas e tecnologias, ambos os conceitos trazem benefícios, como:
Agora que você já está por dentro das principais diferenças entre reskilling e upskilling, bem como a importância desses dois conceitos, chegou a hora de entender como colocá-los em prática na sua empresa.
Embora não exista uma “receita de bolo”, há alguns cuidados considerados essenciais neste processo, sobre os quais falaremos a seguir.
O primeiro passo para uma estratégia bem-sucedida nesta frente é identificar quais são as necessidades atuais da organização em termos de habilidades.
A missão do RH é analisar quais skills a equipe já tem e compará-las com aquelas que ainda precisam ser adquiridas ou aprimoradas. Isso pode ser feito por meio de avaliações de desempenho, conversas individuais ou momentos de feedback.
Com base na análise feita anteriormente, a próxima etapa é definir os objetivos de aprendizado para cada colaborador ou equipe. Lembrando que esses objetivos devem sempre estar alinhados com as metas da empresa.
Assim que os objetivos estiverem claros, será a vez de definir quais ferramentas a empresa irá utilizar no desenvolvimento dos colaboradores. Existem diversas abordagens de aprendizado que podem ser adotadas tanto para o reskilling quanto para o upskilling, como: cursos presenciais, aulas online, workshops, entre outras.
O segredo é escolher a opção mais adequada para as necessidades da organização.
Dentro de uma mesma equipe, é comum encontrar profissionais com diferentes níveis de habilidades, assim como preferências de aprendizado distintas.
Ao criar Planos de Desenvolvimentos Individuais (PDI), adaptados às necessidades e estilos de cada colaborador, as empresas conseguem direcionar melhor seus recursos e obter resultados mais significativos em termos de participação e desempenho.
Para além das abordagens de aprendizado que já foram mencionadas, há outras duas possibilidades que podem potencializar as estratégias de reskilling e upskilling: o coaching e a mentoria.
E não, não se trata da mesma coisa.
O coaching é uma abordagem de desenvolvimento humano focada em aprimorar o desempenho e auxiliar na conquista de metas individuais, guiando a pessoa de um ponto A até um ponto B.
Basicamente, essa estratégia pode ajudar o colaborador a identificar barreiras que impedem seu crescimento, conferir novas possibilidades e desenvolver um plano de ação eficaz para alcançar seus objetivos.
Já a mentoria é um processo prático de desenvolvimento, que acontece quando um profissional mais experiente, o mentor ou a mentora, oferece orientação e aconselhamento a um profissional com menos experiência.
Fomentar uma cultura organizacional que valorize o aprendizado contínuo é a melhor forma de construir uma equipe que está sempre em busca de novos conhecimentos e habilidades.
Sendo assim, é importante que as estratégias mencionadas acima estejam atreladas a um compromisso genuíno com essa mentalidade. As organizações podem, por exemplo, incentivar diálogos sobre aprendizados, desafios e sucessos, promovendo um ambiente onde todas as pessoas se sintam confortáveis para compartilhar suas experiências.
Também é importante que os colaboradores se sintam seguros para explorar novas ideias e abordagens, mesmo que isso signifique cometer erros.
Na hora de oferecer as oportunidades de aprendizado para os colaboradores, é fundamental orientá-los sobre como esse processo irá funcionar.
Outro ponto crucial para uma implementação bem-sucedida é disponibilizar tempo e os demais recursos necessários para a realização das atividades propostas.
Por fim, lembre-se de monitorar e avaliar os resultados dessas estratégias de perto, a fim de entender o que está dando certo e o que precisa ser ajustado.
Mais uma vez, as avaliações de desempenho e as sessões de feedback serão grandes aliadas do time de RH.
Agora que já cobrimos os passos mais importantes dessa jornada, vamos destacar as principais tendências quando o assunto é desenvolvimento profissional.
Afinal, de tempos em tempos surgem novos métodos e tecnologias capazes de enriquecer a experiência dos colaboradores e facilitar a absorção dos conteúdos.
Apesar de não ser exatamente uma novidade, o microlearning vem ganhando espaço nas empresas por se alinhar à forma como muitos profissionais preferem consumir informações hoje em dia: em “doses homeopáticas”.
Essa abordagem consiste em oferecer conteúdo em pequenos módulos, que podem variar de vídeos e áudios curtos a frases impactantes que estimulam a reflexão.
Além disso, ela é frequentemente utilizada para reforçar tópicos específicos abordados em outras ações de treinamento, facilitando assim a retenção de conhecimento e a aplicação prática.
O action learning é uma metodologia que combina aprendizado e prática. Nela, os colaboradores são convidados a resolver problemas reais na organização enquanto aprendem novas habilidades.
Além de apoiar a aquisição de competências, essa é uma técnica que também incentiva o trabalho em equipe, já que os participantes têm a chance de debater e compartilhar experiências durante o processo.
Outra prática em ascensão é o uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para criar materiais relevantes e personalizar a experiência de aprendizado.
Com o auxílio dessa tecnologia, o RH tem conseguido montar dinâmicas interativas, quizzes, textos informativos e uma variedade de materiais educacionais com muito mais facilidade e eficiência.
A gamificação nada mais é do que o processo de incorporar elementos de jogos em outras atividades.
Ao incluir desafios, recompensas e uma competição amigável nas ações de treinamento, essa abordagem se destaca por aumentar o engajamento e promover a participação ativa dos colaboradores.
Além de tornar o aprendizado mais divertido e interativo, a gamificação facilita a retenção de informações.
Outra tendência que se propõe a melhorar a experiência de aprendizado é o uso de recursos de realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV).
Enquanto a primeira delas sobrepõe informações digitais ao mundo real, a segunda cria ambientes totalmente virtuais onde os colaboradores podem praticar habilidades em situações simuladas.
Esperamos que as dicas e as estratégias listadas até aqui ajudem a sua empresa a apoiar o aprendizado e o desenvolvimento contínuo dos colaboradores.
Caso queira continuar aprendendo sobre o assunto, te convidamos a entender como a ferramenta de Assessment também pode ser utilizada para apoiar a evolução das equipes. Confira neste artigo especial.