Clique no play e confira a versão em podcast deste conteúdo!
Em 2023, um estudo feito pela ONG Think Olga revelou que a sobrecarga de trabalho é uma das questões que mais afetam a saúde emocional das brasileiras, abrindo espaço para um debate urgente: a relevância da rede de apoio.
Quando 86% das mulheres dizem lidar com uma carga elevada de responsabilidades, seja pela extensa jornada de trabalho ou pelo acúmulo de tarefas domésticas, torna-se fundamental que as organizações ofereçam suporte adequado a elas.
Próximo ao Dia Internacional das Mulheres, dedicaremos este artigo para discutir como as empresas podem se tornar verdadeiras redes de apoio para suas colaboradoras, contribuindo assim para o bem-estar e sucesso delas!
O conceito de rede de apoio ganhou destaque nos últimos anos, principalmente no contexto da maternidade. Basicamente, refere-se a um grupo de pessoas com as quais podemos contar, tanto para receber suporte emocional quanto prático.
Essa rede pode incluir amigos, familiares, colegas de trabalho, mentores, organizações sociais, profissionais da área da saúde mental, grupos de afinidade e outras formas de apoio social.
Mas, seja qual for a sua composição, ela cumpre com um objetivo comum: o de oferecer encorajamento, conselhos e assistência em momentos desafiadores, contribuindo assim para o bem-estar e desenvolvimento geral de um indivíduo.
Embora todo mundo possa e mereça ter uma rede de apoio, esse conceito ganha um peso ainda maior quando olhamos para os desafios que as mulheres enfrentam, tanto em casa quanto no mercado de trabalho.
No âmbito familiar, os afazeres domésticos e de cuidados com os filhos ainda recaem em larga escala sobre elas, fazendo com que muitas dessas mulheres se afastem de seus empregos.
Já para aquelas que trabalham fora, a história não é muito diferente: segundo o estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, a dupla jornada faz com que as mulheres trabalhem cerca de 7,5 horas a mais que os homens por semana.
Como já citamos, esse acúmulo de responsabilidades impacta diretamente na saúde emocional das mulheres. Mas, em paralelo, ela também representa uma barreira significativa para a igualdade de oportunidades e o avanço profissional.
Em meio a esse cenário, a rede de apoio feminina surge como uma estratégia essencial para aliviar as pressões individuais, redistribuir as responsabilidades e, sobretudo, permitir uma participação mais equitativa delas em todas as esferas.
Agora que já abordamos os principais desafios que as mulheres enfrentam quando o assunto é sobrecarga e exaustão, chegou o momento de entender como as redes de apoio podem ajudar a quebrar esse ciclo.
Uma das principais vantagens que a rede de apoio oferece é um espaço seguro para expressar emoções, compartilhar experiências e receber apoio emocional em momentos desafiadores.
Esse suporte é fundamental para amenizar o estresse, a solidão e os desafios pessoais e profissionais.
A validação e o incentivo provenientes da rede de apoio também tendem a contribuir para o empoderamento feminino, fortalecendo a confiança e a autoestima das mulheres — dois aspectos que também são determinantes para a saúde mental.
Uma rede de apoio eficaz pode auxiliar na gestão do equilíbrio entre vida e trabalho. Afinal, o suporte prático muitas vezes facilita a conciliação de demandas, amenizando sobrecargas de responsabilidades e proporcionando momentos de descanso.
Quando a rede de apoio inclui mentores e colegas mais experientes, ela também proporciona conselhos práticos para enfrentar desafios específicos.
Essa orientação tende a ser valiosa para o desenvolvimento pessoal e profissional das mulheres, auxiliando inclusive no processo de aprendizado contínuo e ganho de novas habilidades.
Juntos, todos os benefícios acima convergem para o avanço das mulheres no mercado de trabalho.
Afinal, ao receber apoio para equilibrar as responsabilidades pessoais e profissionais, orientação diante dos desafios enfrentados e a oportunidade de desenvolver novas habilidades, elas contam com os recursos certos para impulsionar suas carreiras.
A construção da confiança é outra peça-chave nesse processo. Com o apoio de uma rede, as mulheres se sentem encorajadas a descobrir novos caminhos, assumir desafios mais significativos e buscar posições de liderança.
O progresso profissional das mulheres não é apenas uma conquista pessoal, mas um passo crucial em direção a empresas mais justas e inovadoras. Sendo assim, faz todo o sentido que as organizações se unam a essa causa.
Para se tornarem uma rede de apoio efetiva para suas colaboradoras, as empresas precisam estar atentas ao que as mulheres realmente querem. Confira, a seguir, os insights que revelamos sobre o assunto em nossa pesquisa sobre igualdade de gênero #MulherPresente:
Horários flexíveis são os acordos de trabalho mais atraentes para mulheres, principalmente para aquelas que são mães. Além disso, 85% delas gostariam de ter autonomia para escolher qual formato de trabalho funciona melhor.
A possibilidade de se ausentar do trabalho por alguns dias, enquanto continuam a receber o salário, permite que as colaboradoras recarreguem as energias de tempos em tempos e mantenham um equilíbrio mais saudável entre vida profissional e pessoal.
O suporte emocional é fundamental para prevenir o esgotamento. Logo, empresas que oferecem programas e recursos para promover a saúde mental de suas colaboradoras só têm a ganhar.
82% das mulheres gostariam de trabalhar com pessoas com quem se dão bem e em quem confiam, enquanto 80% delas querem poder contar com gestores que as apoiem. Ou seja, promover um ambiente colaborativo, humanizado e solidário também fortalece a rede de apoio.
Como já mencionamos, as mulheres são as principais envolvidas nos cuidados de crianças e pessoas idosas que fazem parte da família. Por esse motivo, é muito recomendado que as empresas ofereçam subsídios para apoiá-las nesta frente.
Isso pode incluir desde auxílio-creche e plano de saúde para dependentes até a já mencionada flexibilidade no horário de trabalho.
Antes de nos despedirmos, não podemos deixar de lembrar que essa é uma pauta que não deve ser destaque apenas em março, mês em que é celebrado o Dia Internacional das Mulheres.
Pelo contrário: a discussão sobre a construção de redes de apoio e o fortalecimento do papel das mulheres no ambiente de trabalho deve ser contínua e estar enraizada em políticas organizacionais ao longo de todo o ano!
Se você gostou deste conteúdo e deseja se atualizar sobre as estratégias para impulsionar o crescimento profissional feminino, confira também o artigo Vagas afirmativas para mulheres e a importância da diversidade de gênero.