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No ano de 2023, os pedidos de demissão no Brasil bateram recorde atrás de recorde e chegaram à marca de 7 milhões de desligamentos, deixando claro que o turnover ainda é um dos principais desafios das equipes de RH.
Independentemente do ramo de atuação, esse alto índice de rotatividade é prejudicial tanto para a empresa quanto para o trabalhador: de um lado, os níveis de produtividade do negócio são impactados e, do outro, colaboradores ficam sobrecarregados ou têm o seu processo de qualificação profissional interrompido.Para minimizar o problema do turnover, é importante detectar quais são as suas principais causas, as áreas mais afetadas e, principalmente, as estratégias capazes de mitigá-lo. Ao longo do artigo, falaremos sobre cada um desses tópicos.
Acompanhe!
Embora esse seja um termo bastante presente no vocabulário do RH, vale a pena relembrar: o turnover nada mais é do que a taxa de rotatividade de profissionais da empresa durante um determinado período.
Trata-se de um dos indicadores mais importantes de serem acompanhados pelo setor, já que, além de ter impactos negativos no negócio, um alto turnover pode sinalizar muitos outros problemas relacionados à gestão de pessoas — incluindo cultura organizacional tóxica, salários baixos e falta de reconhecimento.
É relevante explicar, também, que há dois tipos principais de turnover:
Na sequência, vamos explicar quais são as principais causas que levam a cada um deles.
As causas do turnover podem variar bastante, inclusive conforme o setor ou o porte da organização. Por isso, altos índices nesta frente sempre pedem por uma investigação mais profunda.
Em todo caso, os principais motivos que levam um colaborador a pedir demissão da empresa costumam ser:
As principais causas por trás do turnover involuntário, por sua vez, são:
Ainda que todos os setores da economia estejam sujeitos à rotatividade de profissionais, há algumas áreas que costumam ser mais afetadas que outras.
Segundo os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os setores brasileiros com maiores registros de demissão voluntária proporcionais ao total de empregos com carteira assinada em 2022 foram:
Vale dizer que o ranking de demissões é liderado pelo estado de São Paulo, que é, também, o maior empregador do país. Para além dessas informações, destrinchamos abaixo porque algumas áreas são mais propensas a ter altos níveis de turnover, historicamente falando.
Uma das reclamações recorrentes entre os varejistas é a falta de comprometimento das equipes com as atividades. Pesa, nesse caso, o fato de a área atrair pessoas mais jovens que consideram o trabalho atual como uma “passagem”.
Da parte das empresas, há mais dificuldade na oferta de benefícios que possam reverter essa situação, uma vez que as margens de lucro das operações não costumam ser muito altas.
No dia a dia das empresas, é fácil constatar que a maioria registra níveis de turnover mais altos nas tarefas operacionais. Pela natureza da atividade exercida, alguns setores acabam sendo mais impactados por esse tipo de problema. É o caso da construção civil.
Aqui, os projetos das construtoras são temporários, e a maioria tem dificuldades para realocar os colaboradores. A questão da instabilidade também leva os trabalhadores a não pensar duas vezes quando recebem outras propostas de emprego.
A situação da área agropecuária é similar à encontrada na construção civil. Como os contratantes consideram os períodos de plantio e colheita, a rotatividade de mão de obra é alta no setor.
Reconhecido por gerar oportunidades de emprego para quem não tem experiência, o setor de telemarketing também apresenta altas taxas de rotatividade.
Um fator que influencia bastante essa história é o perfil dos profissionais que atuam na área: a maioria é jovem e está vivendo sua primeira experiência no ambiente corporativo.
Ainda é preciso considerar nessa equação que existem muitas empresas terceirizadas atuando nesta frente. Se a organização para a qual prestam serviços encerra o contrato, a equipe dedicada àquela conta será dispensada.
Considerando que uma boa área comercial faz a diferença em qualquer empresa, não é nada bom vermos que os profissionais de vendas ainda figuram entre os que têm dificuldades para permanecer nas companhias por mais tempo.
O alto índice de turnover nessa atividade, geralmente, está vinculado à questão dos resultados. Como a pessoa é remunerada de acordo com o seu desempenho, ela não pensará duas vezes se tiver a chance de aumentar sua renda em outro lugar.
A pressão dos gestores também pesa nessa decisão, principalmente se o colaborador entende que a empresa não cumpre a sua parte. Isso acontece, por exemplo, quando não há investimento em treinamentos.
No segmento de serviços, é difícil indicar um único setor impactado pelo alto turnover. É mais fácil falar sobre as atividades: destacam-se as relacionadas a apoiar as atividades-fim da empresa.
Geralmente terceirizados, entram aí serviços de limpeza e vigilância. Nesses casos, além dos custos decorrentes da demissão (seja ela motivada pela empresa ou pelo colaborador), o desligamento influencia diretamente a produtividade.
Você já deve ter ouvido que os profissionais de tecnologia são muito disputados no mercado – o que, consequentemente, faz com que vários colaboradores de TI peçam demissão para aceitarem ofertas de trabalho mais atrativas.
De acordo com o Relatório de rotatividade disponibilizado pelo LinkedIn, o índice de turnover do setor chegou a 15% nos últimos anos, média considerada alta tendo em vista que as organizações trabalham com a taxa ideal de 5% a 10% ao ano.
Leia também: Turnover em TI: o que é, principais causas e como evitar
Mesmo em áreas mais críticas, há diversas iniciativas que podem (e devem) ser adotadas pelas empresas para manter os colaboradores mais motivados e, consequentemente, dispostos a permanecerem por mais tempo na organização.
A seguir, falaremos sobre elas.
Quem trabalha com gestão de pessoas sabe que as políticas de remuneração, isoladamente, não são suficientes para assegurar a motivação do profissional — embora também sejam importantes!
Principalmente no caso de talentos mais qualificados, entra na decisão de continuar ou não na empresa o fato de ela oferecer um clima organizacional positivo, no qual o colaborador realmente queira estar.
Sendo assim, é importante criar um ambiente acolhedor e colaborativo, que incentive a diversidade e a inclusão, promova a cultura organizacional e proporcione oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
Realizar uma Pesquisa de Clima também pode ajudar, já que ela mede a satisfação atual dos colaboradores com relação ao local de trabalho e traz insights sobre o que pode ser melhorado.
Os processos de recrutamento e seleção têm grande influência na redução do turnover: quanto mais eficientes eles forem, maiores as chances de que a nova pessoa contratada dê certo e seja o ponto de partida de uma relação duradoura.
Entender as competências técnicas e comportamentais do candidato, o que está por trás do seu interesse pela vaga e qual a compatibilidade dele com a cultura da empresa são alguns dos pontos que fazem a diferença na escolha do talento ideal.
Quando a empresa oferece bons programas de treinamento e desenvolvimento para seus talentos, todos saem ganhando.
De um lado, a organização tem a garantia de que seus colaboradores terão os conhecimentos que precisam para se manterem atualizados e desempenharem bem suas respectivas funções.
Do outro, os profissionais se sentem mais valorizados e têm a oportunidade de crescer dentro da companhia — dois pontos que tendem a aumentar o comprometimento com o trabalho.
Segundo a pesquisa O que os trabalhadores querem: da sobrevivência à prosperidade no trabalho, que realizamos em 2022 junto a mais de 5 mil profissionais, a busca por flexibilidade e bem-estar está entre as prioridades de boa parte das pessoas.
Não por acaso, as iniciativas encabeçadas pelas organizações nessas duas frentes têm se mostrado como excelentes formas de melhorar a retenção de talentos.
Adotar uma comunicação empática e transparente em todos os níveis organizacionais também ajuda a deixar os colaboradores mais seguros e, consequentemente, satisfeitos com a empresa.
Partindo do princípio de que a comunicação é uma via de mão dupla, os esforços nesta frente devem incluir desde a oferta de feedbacks contínuos e construtivos até a realização de pesquisas que ajudem a mapear a opinião de cada trabalhador.
Como você viu até aqui, há uma série de medidas que podem ser adotadas a fim de aumentar a satisfação e o comprometimento dos colaboradores, melhorando assim as taxas de turnover da empresa.
Vale lembrar que, em um contexto de transformação tecnológica e crescente escassez de talentos, essa é a pontinha do iceberg: para seguir alcançando grandes resultados, é preciso otimizar as estratégias de gestão de pessoas continuamente.
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