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Nossa relação com o trabalho se transforma ao longo da história. Do castigo à dignificação, estamos constantemente incorporando novos sentidos para as atividades humanas, e creio que este seja um dos momentos em que isso acontece bem diante dos nossos olhos. Os últimos anos trouxeram para o centro das conversas uma série de questões que estavam latentes — desde o papel das empresas no mundo ao conceito de produtividade, fazendo com que profissionais questionassem as normas, e as organizações precisassem revisar seus métodos.
Alterar a percepção sobre como e por que trabalhamos implica também em ressignificar o que é valioso nessa experiência. Muda o que é significativo. Como no ManpowerGroup sempre nos colocamos a serviço da conexão entre profissionais e empresas, sublinhando o acesso a oportunidades significativas de trabalho, resolvi compartilhar com vocês o que isso quer dizer nesse contexto atual, além de dividir alguns caminhos sobre como oriento clientes e pessoas a fazerem parte dessa (re)definição.
Enquanto Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil, estou em contato com diferentes perfis de colaboradores e colaboradoras, tanto internos quanto de clientes, e acredito ser fundamental destacar o quanto o autoconhecimento é um exercício necessário na compreensão holística sobre o lugar do trabalho na vida de cada pessoa.
Entender quais são os valores inegociáveis, propósitos, horizontes e potências particulares funciona como baliza para identificar empresas, empregos e atividades em que há correspondência, seja cultural, seja prática. Aqui, o ponto central é se questionar sobre de onde vem o nosso sentimento de realização — independentemente do que é feito e de onde é feito. Pergunte-se: o que me desperta uma vibração única? Neste sentido, o apoio de mentores e de coaches competentes abre espaço para reflexões, levando pessoas a descobertas sobre si mesmas.
Além disso, costumo falar que em cada fase de vida, um determinado fator pode ser mais preponderante do que outro na avaliação do que faz mais sentido para nós: para uma pessoa que acaba de ingressar no mercado, talvez o mais importante sejam as possibilidades de aprendizado e de desenvolvimento na organização; para profissionais pais e mães, um trabalho significativo talvez tenha mais relação com o apoio oferecido — benefícios, flexibilidade etc.
Já pela perspectiva das empresas, o convite desses novos tempos é um só: entender o que as pessoas querem para, assim, proporcionar mais do que um trabalho significativo, mas uma experiência mais preenchida de sentido. Desapegar de paradigmas e ativar a sensibilidade para necessidades diversas são premissas para que uma paleta de cores se apresente nas estratégias de atração e retenção de talentos. Digo isso, especialmente, porque vivemos um momento de maior personalização na Gestão de Pessoas e também de encontro geracional no mundo do trabalho, o que exige do RH e das lideranças abordagens diferenciadas para entregar o que é relevante para um e o que é para o outro.
De forma geral, a flexibilidade — como, quando e onde trabalhar — tem sido uma das demandas protagonistas da nova era do trabalho. Em nossa pesquisa O que os trabalhadores querem: da sobrevivência à prosperidade no trabalho, em parceria com a Thrive, 93% das pessoas veem a flexibilidade como importante para suas vidas no trabalho; 64% desejam compactar a semana em 4 dias de expediente; 45% querem poder escolher o horário de início e fim de jornada. Como a sua organização está oferecendo esse atributo para tornar o trabalho significativo?
Outro ponto essencial tem a ver com gestão. Acredito que gerar um trabalho significativo para as pessoas se manifesta por meio das lideranças, em diferentes níveis. Uma nova visão na forma de liderar vem sendo convocada a partir de uma proposta de horizontalidade com a equipe; de vínculos formados com base em confiança, autonomia e empatia; e de uma comunicação clara e próxima que permite que o trabalho ganhe impulso, e as pessoas se sintam pertencentes e reconhecidas nas empresas. Líderes também devem se empenhar em contribuir para o desenvolvimento das pessoas, especialmente em um momento em que a escassez de talentos atinge níveis recordes no mundo.
Qualificação e requalificação são pilares para que empresas sigam prosperando a partir de competências desejáveis e profissionais possam preservar a empregabilidade e trilhar jornadas mais sustentáveis. Neste processo de desenvolvimento, considere também aspectos mais subjetivos, como o autoconhecimento que comentei anteriormente. É possível que gestores e gestoras façam isso por meio de frequentes conversas de carreira e até mesmo demandando apoio de mentores e coaches para suas equipes.
Por fim, mas não menos importante, um trabalho significativo envolve a própria atitude da empresa diante das urgências globais, em termos de ESG. Outro estudo do ManpowerGroup, sobre as tendências do mundo do trabalho, aponta que 64% das pessoas querem trabalhar para uma organização que contribua para uma sociedade melhor; 2 a cada 3 querem estar em empresas com valores semelhantes aos seus. Isso abre uma janela de oportunidades para tornar a vivência no trabalho mais valiosa, focando estratégias robustas de responsabilidade social e ambiental — e indo além, por exemplo, ao proporcionar a participação em ações de voluntariado. Está aí um insight!
Como grupo global, estamos comprometidos em seguir criando pontes para trabalhos significativos enquanto também proporcionamos essa vivência internamente. Em nosso mais recente relatório de ESG, reforçamos nosso papel em representar esse pilar e, a seguir, cito alguns exemplos de resultados e de ações das quais nos orgulhamos:
Fomentar a diversidade, a equidade e a inclusão: o ManpowerGroup foi considerado “melhor lugar para se trabalhar” para pessoas LGBTQIA+ e para pessoas com deficiência, pelo 6º ano consecutivo. Também lançamos a meta de ter 50% das lideranças globais compostas por mulheres, até 2025.
Desenvolver e qualificar: nos últimos 5 anos, oferecemos treinamento de idioma para mais de 20 mil refugiados, alavancando o acesso a oportunidades de trabalho. Pela plataforma MyPath, de programa de desenvolvimento, transformamos a vida de 182 mil pessoas.
Nossos esforços também estão direcionados em priorizar o bem-estar das pessoas, implementar modelos flexíveis de trabalho para ampliar a participação na força de trabalho e contribuir para a aquisição de novas habilidades que potencializem trabalhadores como protagonistas de suas jornadas. Te convido a conhecer mais a fundo essas e outras iniciativas de responsabilidade socioambiental e de governança, acessando nosso relatório de ESG.
Essa reflexão te ajudou a pensar sobre como evoluir as suas estratégias de talentos para oferecer uma experiência mais significativa no trabalho? Espero que sim! E se você quiser compartilhar sua visão e conversar sobre como fazer isso, conte comigo e com a equipe de consultores especializados em desenvolvimento de líderes e pessoas do ManpowerGroup.
Abraços,
Wilma Dal Col
Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil
Publicado originalmente em: https://bit.ly/3SfUirT