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Insights de negócios: a cultura data-driven como estratégia para a inovação

Escrito por Nilson Pereira | 25/04/22

Quando falamos em transformação digital, termos como ‘inovação’ e ‘dados’ vêm junto. Apesar de não serem conceitos novos, certamente, com a aceleração dos últimos anos, foram colocados sob os holofotes do mundo corporativo, das pesquisas de mercado e das matérias em portais de negócios. Sendo assim, de uma perspectiva geral, as organizações sabem da relevância de coletar, minerar, visualizar e analisar dados, mas tornar essa abordagem analítica parte integrante da cultura, ou seja, construir e consolidar uma cultura data-driven (cultura orientada por dados), ainda é um degrau a ser superado. 

Por isso, gostaria de compartilhar com vocês um pouco do cenário que temos, dos desafios em acompanhar tamanha revolução na forma de guiar as empresas e como podemos fazer com que negócios prosperem em suas iniciativas de transformação com foco em evidências.

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Para começar, acredito ser importante entender o caminho para que os dados cheguem ao nível de impactar decisões e estratégias. Dados referem-se ao que pode ser observado ou mensurado com potencial para se tornar informação, a qual, por sua vez, carrega valor agregado e significado, considerando também o contexto no qual está circunscrita. Com as informações, é possível gerar ou modificar o conhecimento, para que assim tenha utilidade e aplicação. 

Dados podem ser extraídos de comportamentos de consumo, benchmarking da concorrência, pesquisas do setor, avaliações e comentários de clientes, resultados de campanhas de comunicação, entre outras frentes. Sejam quantitativos ou qualitativos, são o cerne para dar luz a insights — uma compreensão clara e precisa dos fatos — que, então, nos movem no sentido da inovação. 

Segundo a Global DataSphere, de 2020 a 2024, a previsão é de que a humanidade produza mais dados em três anos do que foi capaz de gerar nas últimas três décadas. Acompanhando esse aumento vertiginoso, cresce também a complexidade em lidar com eles — é onde entram tecnologias, de ferramentas de Business Intelligence (Inteligência de Negócios) à Inteligência Artificial. 

No entanto, o que vemos é que as empresas parecem estar mais próximas do início da jornada para que, de fato, dados sejam fios condutores das ações e das inovações: em uma pesquisa realizada pela Deloitte, com 1000 executivos, nos Estados Unidos, apenas 37% consideravam que suas organizações estavam em patamares maduros e avançados na escala avaliada no estudo.


Fonte: Deloitte, 2019 | Em qual estágio a sua organização está?

Desta investigação, destaco um dos pontos que entendo ser fator primordial para que a construção da cultura data-driven e orientada a insights seja consistente. Estou falando da mudança de mentalidade da organização, o que atravessa, invariavelmente, a cultura organizacional. A pesquisa aponta que empresas comprometidas com o uso de dados e geração de insights têm duas vezes mais chances de superar suas metas, de forma significativa, em relação à concorrência. Acrescente a isso o fato de que a liderança exerce influência central na disseminação da importância dos dados: organizações em que o presidente é o principal porta-voz do analytics têm 59% mais probabilidade de gerar insights. 

Isso nos leva a dois pontos que se relacionam diretamente. A necessidade de qualificar e formar lideranças capazes e seguras de encorajar a abordagem analítica como parte integrante da cultura, proporcionando condições reais — infraestrutura, ferramentas e talentos — para que o discurso se concretize. Considerando que 67% dos executivos — em cargos seniores e de gerência — não se sentem confortáveis em analisar e interpretar dados, é fundamental que haja treinamentos e preparo. E isso vale também para demais áreas e níveis hierárquicos, pois, é dessa forma que se democratiza a perspectiva baseada em dados e evidências, tornando-a uma habilidade das pessoas e uma vantagem para os negócios. 

É dessa maneira também que acredito ser o caminho para que insights — e a própria inovação — não sejam mais encarados como ‘momentos de iluminação’, mas, sim, implementados dentro de uma concepção sistematizada, que está sempre se alimentando, processando, agindo e devolvendo aprendizados. Um ciclo virtuoso do qual as empresas não deveriam abrir mão. 

Não menos importante, vale dizer que a cultura data-driven deve ter como farol os objetivos de negócio. Isso significa que, para os dados serem explorados e melhor aproveitados, além de convertidos em informações, conhecimento e insights, os quais verdadeiramente impactem as decisões das empresas, é preciso clareza sobre o que se mira perseguir para saber quais as perguntas certas a se fazer. 

A partir de uma cultura data-driven, organizações saltam do ‘achismo’ para a objetividade. Navegam pelo contexto instável e incerto tomando decisões mais acertadas e próximas à realidade. Ficam menos expostas a riscos. Tornam-se agentes na mudança, saem na frente da categoria. Surpreendem clientes. Ganham tração para lidar com adversidades. Preservam a sustentabilidade dos negócios e dos empregos. 

Fico satisfeito em estar em uma empresa como o ManpowerGroup, a qual, além de fornecer soluções em Recursos Humanos altamente relevantes, também apoia empresas em dados, e insights, por meio de pesquisas riquíssimas sobre o mundo do trabalho, alimentando profissionais de Gestão de Pessoas e líderes para traçarem suas estratégias de maneira mais inteligente rumo às inovações. E ainda mais contente estou com a chegada do Portal do Cliente, a plataforma exclusiva de gestão de talentos que permite o acesso e a visualização de dados em tempo real para que profissionais da área tenham mais facilidade para realizar suas análises e descobrir oportunidades de evolução. 

Com a combinação de tecnologias e pessoas, ambas preparadas para os desafios e objetivos particulares de cada organização, creio que o mundo corporativo também estará acompanhando termos como ‘dados’ e ‘inovação’ enquanto avança na transformação digital. 

Aguardo seus comentários aqui para conversarmos mais sobre isso. 

Abraços, 

Nilson Pereira 

Country Manager do ManpowerGroup Brasil

Publicado originalmente em: https://bit.ly/3MtmwNz