É inegável que o feedback, quando conduzido de maneira correta, cria possibilidades valiosas de aprendizado e desenvolvimento contínuo nas organizações. Nos últimos tempos, porém, uma nova abordagem vem se mostrando ainda mais bem-sucedida nesta frente: o feedforward.
Você já ouviu falar?
Enquanto o feedback tradicional olha para o que foi feito pelos colaboradores nos últimos meses, o feedforward propõe uma reflexão sobre onde eles querem chegar e o que deve ser feito, dali pra frente, a fim de garantir o alcance deste objetivo.
Continue a leitura para entender como funciona na prática e quais as vantagens que essa ferramenta de comunicação tem proporcionado para as organizações que já apostam nela!
Feedforward significa “avançar” ou “olhar para frente”. Mas, no contexto organizacional, essa palavra representa bem mais: é uma ferramenta de orientação profissional poderosa, que contribui para uma gestão de pessoas com mais empatia.
O grande responsável por criar o conceito é Marshall Goldsmith, um dos principais especialistas em liderança executiva da atualidade. Seu propósito, ao fazê-lo, foi indicar uma forma mais expansiva e dinâmica de comunicar aos colaboradores como eles estão se saindo e como podem melhorar.
Na prática, o objetivo desta abordagem é permitir que cada profissional da empresa atinja o seu máximo potencial. Para tornar isso possível, o feedforward se baseia na troca de sugestões focadas no futuro.
Essas propostas envolvem, principalmente, as skills que devem ser desenvolvidas para que os colaboradores alcancem aquilo que almejam para as suas carreiras.
O interessante é que, à medida em que isso acontece, esses profissionais se sentem engajados e tendem a contribuir mais positivamente com as metas organizacionais. Ou seja, todos saem ganhando!
Quando cunhou o termo feedforward, Marshall deixou claro que queria trazer um contraponto ao feedback tradicional que, embora seja uma habilidade essencial para os líderes, muitas vezes é conduzido de forma engessada.
O principal motivo pelo qual isso acontece é que, em geral, o feedback olha sempre para trás (aliás, esse é literalmente o significado da palavra): ele foca em comportamentos e ações que já ocorreram, o que pode gerar momentos desagradáveis para quem está sendo avaliado.
A grande questão a ser repensada é que não podemos mudar o passado. Sendo assim, o feedforward surge como uma alternativa interessante: ajuda os colaboradores a olharem para um futuro positivo e não para o que possam ter feito de errado.
O papel do líder, neste caso, é oferecer direcionamento e guiar seus liderados em uma jornada de autoconhecimento, para que eles consigam identificar quais habilidades e comportamentos precisam ser aperfeiçoados.
Resumindo: a principal diferença entre essas duas abordagens é o foco. Enquanto o feedback olha para o passado, o feedforward traz um olhar voltado para o futuro.
No entanto, não são ferramentas excludentes. Elas podem, inclusive, ser adotadas de forma complementar para impulsionar o desenvolvimento contínuo das equipes. Tudo vai depender do projeto, momento da empresa e perfil de cada colaborador.
No artigo Tente o Feedforward ao invés do Feedback, Marshall Goldsmith elenca algumas das razões pelas quais essa nova abordagem tem feito tanto sucesso nas empresas.
Na sequência, listaremos as principais para que você possa conhecer e colocar na balança:
Um feedback negativo muitas vezes cumpre o papel de mostrar ao colaborador que ele estava errado. No entanto, é uma abordagem que tende a gerar desconforto e até mesmo uma postura defensiva por parte do avaliado.
O feedforward, por outro lado, é quase sempre visto como positivo porque se concentra em soluções ao invés de problemas.
Embora, na teoria, o feedback deva focar no desempenho e não no colaborador, nem sempre é assim que funciona.
Por tratar de situações que aconteceram, o feedback costuma ser levado para o lado pessoal – o que pode impactar significativamente no objetivo principal desta ferramenta, que é apoiar o desenvolvimento.
Já o feedforward discute algo que não aconteceu e, como consequência, não envolve críticas pessoais. Justamente por isso, ele costuma ser absorvido de forma mais positiva.
Ao apontar os pontos fracos do colaborador de forma mais direta, o feedback corre o risco de reforçar o sentimento de fracasso. E isso, obviamente, está longe de ser algo capaz de elevar a motivação da equipe, certo?
Já no feedforward, o sentimento que costuma ser despertado é o de que é o futuro pode ser mais promissor se algumas mudanças forem feitas!
Para ficar mais claro, pense na seguinte situação: um dos seus liderados acabou de fazer uma apresentação ruim para o cliente. No feedback tradicional, o caminho seria pontuar o que deu errado. Mas isso provavelmente faria com que o colaborador revivesse uma situação que já foi negativa por si só.
Ao adotar o feedforward, você poderia oferecer sugestões específicas, de forma positiva, a fim de que o profissional conseguisse se preparar melhor para as apresentações futuras.
Pense no exemplo que acabamos de dar... Na primeira situação, é bem provável que, enquanto você fala, o colaborador já esteja formulando uma resposta para amenizar a situação ou até mesmo se justificar.
Isso, naturalmente, fará com que ele preste menos atenção na mensagem que você está tentando passar, não é mesmo?
Quando o foco está em oferecer sugestões, sem resgatar situações passadas, esse esforço para compor respostas não é necessário. Na maioria das vezes, a única resposta possível é dizer “obrigado”.
Ou seja: no feedforward, parte das distrações é eliminada. Assim, a tendência é que o colaborador consiga se concentrar bem mais no que está sendo dito a ele!
Em geral, o feedback convencional é uma conversa que acontece entre um colaborador e o seu líder direto. Afinal, se o objetivo é avaliar acontecimentos e comportamentos passados, é importante que isso seja feito por quem acompanhou todo o trabalho de perto.
No feedforward, no entanto, essa experiência e conhecimento pessoal nem sempre é necessária. Qualquer profissional que esteja familiarizado com a tarefa pode oferecer sugestões valiosas de como melhorá-la.
Quando esse conceito está inserido na cultura da empresa, a comunicação tende a sair fortalecida em todos os níveis!
Quando colocado em prática, o feedforward ajuda a fortalecer as relações profissionais, contribui com a construção de times de alto desempenho, melhora o clima organizacional e gera resultados cada vez melhores para os negócios.
Se você deseja conquistar todos esses benefícios para a sua empresa, veja como os líderes podem aplicar essa abordagem na próxima vez que forem ter uma conversa sobre desempenho com os colaboradores:
Para complementar as dicas acima, preparamos uma lista de perguntas que podem ser feitas durante o feedforward com o objetivo de proporcionar reflexão e guiar a conversa:
Agora que você já sabe como o feedforward funciona, que tal tentar aplicá-lo na gestão de pessoas da sua empresa a fim de otimizar o desenvolvimento contínuo das equipes?
O melhor de tudo é que essa é uma abordagem que pode ser adotada em qualquer momento considerado relevante para a organização, com o objetivo de tornar as trocas mais proveitosas para todos os envolvidos.
Vale lembrar que os líderes têm grande importância na implementação das estratégias de feedforward. Sendo assim, eles precisam estar muito bem preparados para conduzir esse momento.
E para ir além do feedforward, conheça as soluções em liderança da Talent Solutions Right Management e veja como elas podem te apoiar nesta jornada!