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Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o número de brasileiros endividados deve alcançar uma nova máxima histórica em 2023. Ainda que existam diferentes causas para isso, a falta de educação financeira por parte da população certamente é uma delas.
Acontece que a estabilidade financeira, o bem-estar emocional e a satisfação no trabalho andam lado a lado. Tanto que, quando os colaboradores enfrentam dificuldades nesta frente, há grandes chances de a saúde mental, a produtividade e o engajamento deles serem diretamente impactados.
Diante deste desafio, as empresas têm uma oportunidade única: a de assumir um papel ativo na promoção da educação financeira e, assim, reduzir vários impactos negativos que a dificuldade em lidar com o dinheiro traz.
Se você é profissional de RH ou líder de uma equipe, chegou a hora de entender como apoiar seus colaboradores no desenvolvimento de habilidades financeiras saudáveis e conscientes!
Embora seja um termo bastante difundido, nem todas as pessoas conhecem os vários aspectos que compõem a educação financeira. Portanto, vamos à definição que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) traz sobre o assunto.
Segundo a entidade, a educação financeira é o processo pelo qual os indivíduos aprimoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros a fim de se tornarem mais conscientes e, assim, fazer escolhas informadas, saber onde buscar ajuda e adotar ações que melhorem o bem-estar.
Em outras palavras, o conceito envolve um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem às pessoas tomarem decisões responsáveis em relação ao seu dinheiro. A ideia é promover uma relação mais equilibrada, evitando problemas como o endividamento no futuro.
Vale lembrar que a educação financeira é um assunto amplo, que engloba desde aspectos como orçamento pessoal, planejamento financeiro, investimentos e controle de gastos até a compreensão do funcionamento do sistema econômico.
A falta de educação financeira pode trazer uma série de impactos negativos para a vida pessoal e profissional do indivíduo. Afinal, apesar da máxima de que o “dinheiro não compra felicidade” ser amplamente difundida, é inegável que ele ajuda a minimizar muitas preocupações.
Na prática, o descontrole financeiro causa enormes transtornos, como:
Como você viu acima, a falta de educação financeira não afeta apenas o colaborador: as organizações também têm muito a perder quando seus profissionais enfrentam problemas relacionados ao dinheiro.
É por isso, inclusive, que os investimentos em programas de educação financeira nas empresas estão se tornando cada vez mais comuns. Quando bem estruturados, eles beneficiam todos os envolvidos, como mostramos a seguir.
Agora que você já sabe que o bem-estar e o desempenho dos colaboradores são diretamente impactados pelas finanças pessoais deles, chegou a hora de entender como as organizações podem apoiar seus talentos nesta frente.
Se você não sabe por onde começar, veja algumas dicas que podem ajudar:
Se a sua empresa deseja construir um bom programa de educação financeira corporativa, o primeiro passo é entender qual é a situação atual dos colaboradores, bem como mapear as necessidades e os desafios que eles enfrentam. Realizar o mapeamento do perfil financeiro dos profissionais auxiliará a empresa a determinar qual é o tipo de abordagem mais efetiva.
Promover, regularmente, workshops, palestras, webinars ou cursos de finanças é uma das melhores formas de ampliar os conhecimentos dos colaboradores sobre o assunto.
Ao trazer especialistas para abordar tópicos relevantes deste universo, como orçamento, investimentos, planejamento para a aposentadoria e gestão de dívidas, a empresa ajuda seus profissionais a tomarem decisões mais conscientes em relação ao dinheiro.
Geralmente, a mudança de hábitos começa pela conscientização. Isso, por sua vez, requer constância e transparência na comunicação.
Utilizar os canais internos, como e-mails, murais ou reuniões, para compartilhar dicas rápidas sobre finanças pessoais, bem como os riscos associados à má gestão financeira, pode ser uma ótima forma de reforçar os conceitos abordados nas ações de capacitação.
Além disso, também é muito importante criar um ambiente aberto para discussões sobre dinheiro e oferecer suporte aos colaboradores que desejam buscar mais orientações sobre o tema.
Complementando a estratégia apresentada acima, as empresas também podem disponibilizar conteúdos ricos, como guias, ebooks, vídeos ou infográficos. Assim, os colaboradores ganham autonomia para aprenderem no próprio ritmo.
Outra abordagem interessante é incentivar os profissionais a serem protagonistas do próprio desenvolvimento. Afinal, atualmente há muitos especialistas que disponibilizam conteúdos gratuitos sobre educação financeira.
Estimular o planejamento financeiro é um passo importante. Por isso, que tal incentivar os colaboradores a estabelecerem metas nesta frente e ajudá-los a criarem um plano para alcançá-las?
Isso pode incluir desde fornecer orientações sobre como elaborar um orçamento, definir prioridades de gastos, economizar e investir até apresentar ferramentas que facilitem o acompanhamento do progresso financeiro e incentivem a disciplina.
Se você planeja integrar a educação financeira à cultura da empresa, considere oferecer benefícios relacionados a ela. É possível, por exemplo, disponibilizar um programa de consultoria financeira individualizada, contribuir para planos de previdência complementar dos colaboradores ou oferecer acesso a cursos com condições favoráveis.
Como você leu até aqui, investir no desenvolvimento das habilidades relacionadas às finanças dos colaboradores é bem mais do que uma forma de promover o bem-estar e a estabilidade individual.
Essa é uma iniciativa que também fortalece o ambiente de trabalho. Sendo assim, é fundamental que as empresas assumam um papel ativo nesta construção e invistam continuamente em ações voltadas para a educação financeira.
É importante lembrar, também, que promover a educação financeira é uma excelente forma de melhorar a retenção de colaboradores — algo que se torna ainda mais relevante em um contexto marcado pela escassez de habilidades.
Afinal, pessoas endividadas são mais propensas a pedirem demissão para poderem usar o dinheiro da saída no pagamento das contas ou, então, de buscarem outras oportunidades de trabalho.
Se você gostou deste conteúdo e quer conhecer mais caminhos para superar o desafio de reter profissionais qualificados, recomendamos a leitura da nossa Pesquisa de Escassez de Talentos 2023. Nela, trazemos insights valiosos sobre como os empregadores estão lidando com esse cenário!