Você já deve ter se feito essa pergunta ao menos uma vez ao longo da sua trajetória profissional, não importando se ela é curta ou longa: “É possível ser feliz no trabalho?”. Não há resposta simples para essa questão, mas neste artigo vou mostrar o que você deve ponderar para chegar a essa conclusão sozinho.
Este é um relato pessoal de alguém que, em quase 15 anos de mercado, já passou por muita coisa. Continue comigo!
Já falamos sobre vocação e propósito neste artigo: Afinal será que eu sei qual é minha vocação profissional? e, se você ainda não o leu, recomendo fortemente que o faça agora e depois volte para cá.
Quando falo que deve encontrar algo que combine com você, é preciso considerar ao menos três coisas:
Na minha infância, eu costumava dizer que queria ser astronauta e palhaço de circo. Depois, como todo garoto dos anos 90, queria ser jogador de futebol… Mas essas opções não cumpriam os requisitos, afinal, eu não levo jeito nenhum nem para palhaço, nem para artilheiro.
No fim das contas, acabei me encontrando na área de comunicação, não sem antes ter passado por vendas, atendimento ao cliente e cozinha. Cheguei a essa conclusão porque tenho aptidão para a escrita e a fala, gosto de fazer isso e existe certa demanda por profissionais no segmento.
Já ouviu aquela frase “Trabalhe com algo que você ama e nunca mais trabalhe na vida”? Bom, spoiler alert: é mentira. Por mais que você se encontre em alguma área, sempre haverá tarefas que você gosta menos de realizar, prazos, pressões internas e externas com as quais você precisa lidar, afinal é um trabalho.
O que quero dizer aqui é que trabalhar com o que você gosta não vai te garantir 44h semanais de alegria, mas é com certeza um passo importantíssimo para começar a ser feliz no trabalho.
Nós já falamos aqui no blog também sobre resiliência — que é uma das competências mais valorizadas no mercado atualmente — e como ela pode te ajudar no trabalho. Resumindo rapidamente (acesse o artigo aqui para saber mais sobre o conceito), a resiliência é sua capacidade de passar por situações estressantes ou de grande pressão sem perder a sua estrutura, ou seja, encarando os desafios do trabalho de forma profissional.
O que isso quer dizer? Que às vezes as coisas não vão sair como planejado no escritório, ou você vai receber um feedback negativo, ou uma fala mais ríspida de um colega ou cliente, mas você não pode deixar que isso te abale.
Ao se deparar com uma dessas situações negativas, pense: “ok, estou trabalhando, o que posso tirar de útil dessa situação?”.
Para que você possa ser feliz no trabalho, é importante entender que essa divisão não existe de verdade, porque não existem dois de você, não há o Pedro do trabalho e o Pedro de casa. Ainda mais se pensarmos que, nos modelos mais comuns de jornada de 44h semanais, passamos mais tempo no trabalho do que em casa, então nossa vida profissional faz parte da nossa vida pessoal.
O que precisamos aprender a fazer é distinguir o que é uma interação pessoal — como uma conversa entre amigos no escritório — de uma interação profissional, uma reunião para falar de projetos com essa mesma pessoa, por exemplo.
Como falamos no artigo, resiliência no trabalho não é aguentar tudo e nunca se abalar. Mas se envolver com as situações profissionais de forma proporcional. Mas claro que quando um cenário passa dos limites de seus valores e objetivos, significa que pode ser a hora de buscar uma nova oportunidade.
Toda rotina tende a se tornar um pouco monótona e isso acaba prejudicando seu desempenho e sua felicidade no trabalho. Então, a dica para conseguir superar isso é aprender todos os dias. E nem estou falando de cursos (que você deve sim fazer, afinal a qualificação profissional é muito importante no mundo do trabalho), mas dos pequenos aprendizados do dia a dia que podem passar despercebidos.
Hoje, trabalhando com o ManpowerGroup, aprendo coisas novas sobre o futuro do trabalho e o mundo dos recursos humanos diariamente. Quando fui vendedor em uma grande rede de materiais esportivos, aprendia sobre os produtos e sobre exercícios físicos com colegas e clientes o tempo todo. No café, onde fazia de tudo um pouco, aprendia o tempo certo de cada salgado no forno e como cada pessoa gostava de receber seus pedidos.
Enfim, valorizar os pequenos aprendizados do dia a dia te ajudam a entender o quanto você está evoluindo profissionalmente e enxergar assim mais felicidade no trabalho.
O nosso ambiente de trabalho é composto por várias pessoas, clientes, fornecedores, colegas, líderes… e a relação com elas é um ponto chave par ser feliz no trabalho. Sabe quando você precisa fazer um projeto com um colega com o qual você não se dá bem? Ou atender um cliente que não te trata como você gostaria? Isso pode acabar com o seu dia.
Por isso é importante fazer a sua parte e tentar trazer as pessoas para o seu lado. Seja sempre cordial, simpático e respeitoso com todos. Assim as pessoas também serão mais agradáveis com você e será até mais fácil ter ajuda em alguma tarefa que encontre dificuldade. E se perceber que há um conflito com alguém, tente resolver, não deixe que isso cresça e se torne insustentável. Com certeza a sua rotina será mais leve. Ah, e caso mesmo tentando melhorar a relação, ela continue ruim, lembre-se de não levar para o lado pessoal.
O autoconhecimento é essencial para o mundo do trabalho. Reconhecer no que é bom e no que pode melhorar, permite uma visão melhor do profissional que você é. Isso é importante para ser feliz no trabalho porque quando você não reconhece seus pontos fracos, não conseguirá enxergar, por exemplo, o porquê de algo não ter saído como planejado, ou o motivo de você não ser promovido, ficar estagnado.
É importante saber no que você é bom para aproveitar essa características da melhor maneira possível e no que ainda não é tão bom para treinar e melhorar. Assim será mais fácil ser reconhecido na empresa e, claro, se sentir bem no trabalho.
Por fim, sabemos que as mudanças na sociedade estão acontecendo de maneira muito rápida e isso gera certos medos em todos nós. O mercado está cada vez mais dinâmico, empresas e profissionais se reinventando o tempo todo, novas técnicas surgindo do dia para a noite e ainda as redes sociais onde acabamos por nos comparar com outras pessoas. Tudo isso gera uma ansiedade, uma sensação de não-realização. “Será que eu sou bom o bastante?”, “Será que vou manter meu emprego?”, “Será que eu posso?”, “Estou produzindo o que se espera de mim?”. É provável que você já tenha se perguntado algo assim. Eu já.
Não sou psicólogo, mas acredito que precisamos enfrentar esses medos todos os dias para conseguir a felicidade no ambiente de trabalho. Não existem certezas ou respostas para essas dúvidas que provavelmente vão continuar conosco, mas podemos optar por dar menos espaço a elas, evitando comparações com outros profissionais e focando em cada tarefa do dia a dia. Aqui no blog também falamos sobre o conceito de mindfulness, um estado mental de total concentração. Recomendo a leitura quando finalizar aqui.
Concluindo: é possível sim ser feliz no trabalho, desde que você preste um pouco mais atenção no seu dia a dia e não deixe as frustrações te dominarem. Claro que existem fatores que não dependem só de você, então, se ainda assim você não se sentir satisfeito onde você está, talvez seja melhor procurar por novas oportunidades ou até mudar de área, quem sabe?
Lembrando que este é um relato pessoal e você está convidado(a) a discordar ou concordar de mim nos comentários!
*Pedro Moioli, 31 anos, trabalha com Marketing Digital para o ManpowerGroup por meio da Agência Mantra.