Você, como profissional de RH, deve concordar que o bem mais valioso de uma organização são as pessoas, não é mesmo? Por isso, também sabe o quanto é importante criar estratégias que respeitem os diferentes perfis e potencialidades dos colaboradores para mantê-los engajados em suas atividades. E uma das formas de fazer isso é apostar na gestão baseada na carreira em Y. Já pensou nisso?
Neste artigo, vamos explicar o que é a carreira em Y, por que ela é importante e como avaliar as características que mais se encaixam quando o colaborador não tem o objetivo de gerir pessoas. Com essas dicas, você poderá colher melhores resultados ao aplicar planos de desenvolvimento adequados para seu time. Continue a leitura para saber mais!
O plano de carreira tradicional é aquele linear no qual o profissional evolui dentro da empresa, subindo de nível hierárquico até alcançar um cargo de gerência – o que, para muitos, representa o almejado sucesso profissional. Ou seja, neste modelo, só existe um meio de ascensão na carreira. Mas será mesmo que todos os profissionais têm o perfil para liderar pessoas ou desejam esse rumo para suas trajetórias?
Os gestores mais atentos notaram que havia um sentimento de insatisfação por parte de colaboradores que não vislumbravam uma posição de liderança, mas que, ainda assim, queriam crescer profissionalmente na empresa e ganhar melhores remunerações a partir de uma atuação aprofundada em sua área. Criou-se, então, a carreira em Y para acolher e desenvolver também os chamados especialistas – profissionais que têm um perfil técnico e conhecimento avançado sobre determinada função.
Um novo caminho se abriu com a implementação da carreira em Y. De acordo com as preferências e aptidões, os colaboradores podem escolher para qual lado querem direcionar seus próximos passos. Profissionais que contam com uma visão mais estratégica, generalista e com habilidades interpessoais, geralmente, optam por seguir a trilha de assistente, analista, supervisor, gerente, diretor até presidente/CEO.
Já os que carregam uma bagagem relevante do ponto de vista técnico e têm um perfil de solucionar problemas relacionados a produtos e projetos costumam trilhar a jornada do especialista, percorrendo do posto de analista até chegarem ao nível de consultor. Vale destacar que neste perfil também existe um aspecto de liderança, mas que não envolve, necessariamente, a gestão de pessoas. Aqui, trata-se de se tornar uma referência e um disseminador de conhecimento para outros colaboradores da equipe.
Em um cenário em que a falta de habilidades técnicas representa a maior fatia (33%) entre os motivos aos quais os empregadores atribuem a escassez de talentos, o profissional especialista deve receber ainda mais atenção da diretoria e do RH. Neste contexto, a carreira em Y promove a valorização desse perfil, oferecendo salários e benefícios equivalentes aos cargos de gerência. Além disso, pode (e deve) abraçar também o objetivo de motivar e apresentar oportunidades para que o colaborador possa se aperfeiçoar cada vez mais em sua área de atuação.
Desenvolver treinamentos e cursos na empresa ou ainda fornecer subsídios para uma especialização ou MBA, por exemplo, são excelentes formas de mantê-lo engajado, o que acaba por contribuir para a retenção de talentos – uma das mais complexas missões do departamento de recursos humanos, não é mesmo?
Ao traçar um plano de carreira em Y, além de compreender as ambições do colaborador, você também deve estar atento às principais qualidades dos profissionais – se realmente são compatíveis com o que o caminho exige. No caso do especialista, como já citamos, o interesse em pesquisas e a maior aderência aos quesitos técnicos são os pontos de partida para desenvolver este perfil. A proposta é que esse conhecimento se aprofunde de tal forma que o profissional se torne um perito no assunto.
Mas isso não é suficiente. Todo essa expertise armazenada deve ser transportada para a prática. Portanto, o colaborador deve gostar de executar as atividades e de buscar saídas para problemas mais difíceis à medida que seu nível de conhecimento também aumenta: o traço de inovação, que pode se manifestar de diversas formas – inclusive com soluções criativas – é imprescindível para que o profissional, de fato, se torne um especialista em sua área.
Por isso, sua análise como RH é fundamental para garantir que esse modelo de desenvolvimento de talentos funcione e traga os benefícios que vamos apresentar a seguir. Confira!
Dois caminhos que se transformam em muitas vantagens! Com a implementação da carreira em Y, a empresa aumenta sua competitividade no segmento, pois canaliza os talentos para as direções que mais lhes favorecem, fomentando o desenvolvimento de novos produtos, serviços e projetos que podem impactar em redução de custos e aumento da rentabilidade. Ao mesmo tempo, permite que os gestores possam se dedicar às questões estratégicas, tenham uma visão completa do desempenho da companhia e sejam mais objetivos em suas tomadas de decisão. E, por fim, melhora a atuação do RH para a empresa, reforçando o que já sabemos: o departamento vai muito além do operacional e é capaz de agregar valor à empresa como um todo.
“A partir do momento que o RH se coloca como parceiro da empresa não só para recrutar, selecionar e desligar profissionais, mais relevância ganha em relação às metas da organização, tornando-se um núcleo indispensável para seu crescimento contínuo.”
Wilma Dal Col, Diretora RH na ManpowerGroup Brasil
A união entre o técnico e o estratégico representa um casamento de duas forças que certamente vão elevar o nível de entrega da organização para o mercado, além, é claro, de realizar uma gestão de pessoas muito mais humanizada, considerando e potencializando as habilidades e competências dos colaboradores. Isso contribui, inclusive, para um reforço do employer branding da empresa, aumentando a reputação positiva e atraindo mais candidatos qualificados. Notou que existe um ciclo virtuoso? Pois é!
Investir na carreira em Y é uma oportunidade de atualizar as práticas do RH para que objetivos do negócio e dos profissionais se encontrem, firmando parcerias duradouras e harmoniosas. Agora que você já está por dentro do que significa apostar nessa forma de gestão, que tal conferir um artigo sobre a importância da comunicação interna para as empresas e avançar ainda mais nos resultados do seu departamento?
Até a próxima!